Porto Covo
Arlindo Camacho
Arlindo Camacho

Aqui, no lugar de Porto Côvo, há muito para explorar

Um roteiro das melhores coisas que pode fazer na terra imortalizada por Rui Veloso.

Vera Moura
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Tornou-se tão cliché como inevitável cantarolar a “Porto Covo” de Rui Veloso quando passamos por aqui. É um clássico, tal como é um clássico não falhar uma ida a banhos na Ilha do Pessegueiro ou parar no Zé Inácio para comer um bom peixe grelhado. Porto Covo devia estar na lista de sítios a conhecer de qualquer pessoa, especialmente no Verão. É uma vila pequena, mas tem grandes praias, óptimos restaurantes e muitas coisas para fazer. Uma vez aqui, saiba tudo o que não pode perder em Porto Covo

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O melhor de Porto Covo

Mora na Praia da Vieirinha e está nas mãos de uma equipa que tem dois bares em Londres. Serve cervejas, gin tónicos, cocktails, para acompanhar com camarões fritos, mexilhões, tostas, pregos, bifanas, é escolher. É passar, sobretudo à hora em que o sol se põe.

  • Atracções
  • Praias

A praia da Ilha do Pessegueiro é toda ela cinematográfica. Ainda hoje se usa o canal que serviu de refúgio a romanos e cartagineses, lembram os antigos. Durante a época estival várias empresas organizam visitas à ilha de barco. Parta, por exemplo, com o mestre Matias à procura da história cantada por Rui Veloso ("Havia um pessegueiro na ilha, plantado por um vizir de Odemira"). São cerca de duas horas de aventuras à volta de estruturas romanas, cisternas e, claro, a afamada ilha. O barco zarpa do porto de pesca de Porto Covo. É recomendável roupa e calçado confortável, chapéu, protector solar e muita água potável. O fato de banho é obrigatório para refrescar as ideias. 

Reservas: 96 553 5683. 15€ ida e volta

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É um marco da freguesia, procurado por quem quer comer peixe realmente fresco. Chega fresco todos os dias e vai directamente para a grelha, onde é tratado por quem percebe da poda, a curta distância das carnes, em especial as de porco preto. Os fanáticos de comida de tacho encontrarão aqui massadas e cataplanas. 

  • Hotéis

Numa vida passada, Maria Santos foi engenheira civil. Trabalhava no Metro de Lisboa 12 horas por dia e estava longe de ser feliz. Lá longe – no século passado –, numas férias no deserto de Almeria, escreveu num papel: “Daqui a dez anos vou ter uma guesthouse.” Em Março de 2011, numa lista de intenções para o ano novo, outro registo: “Ir ao ginásio, mudar de vida, comer melhor.” De repente, tudo se conjugou. Um edital anunciou que a escola primária desactivada de Cabeça da Cabra, a apenas a 10 minutos de carro da praia de Porto Covo, estava à venda. Maria pediu ajuda financeira ao pai e à irmã, que lhe disseram que sim, só porque pensaram que o projecto nunca iria concretizar-se. Em Outubro de 2011 comprou-a sem a ver – estava na capital assoberbada de trabalho. Fez um esquisso das remodelações num guardanapo, vendeu o apartamento onde vivia e abriu a Cabeça da Cabra Country House. 

Dois dos cinco quartos da Country House são ideais para famílias com crianças. Há uma cozinha comum para refeições leves, mas durante a pandemia Maria instalou placas móveis em todos os quartos. A filosofia do lugar é a proximidade. “Nunca vi isto como um negócio, mas como um sítio onde pudesse ser eu própria. Acho que este espírito contagiou a casa. E as pessoas sentem-se em casa. Aqui não há máscaras.”  

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  • Atracções
  • Praias

Quem defende que o mais parecido que temos com as cores de um mar dos trópicos em Portugal são as praias da Arrábida é porque nunca espreitou, mesmo do alto da falésia, a Praia da Samoqueira. A água tem um tom esverdeado, há várias enseadas divididas por formações rochosas e a praia, quando se vai andando para sul, parece não ter fim. Só falta a temperatura dos trópicos na água, mas esta ao menos refresca.

As cozinhas fazem-se de memórias e de cheiros da infância. Ana Moura não canta o fado, mas dá a alma pelos pratos que apresenta no Lamelas. Formada em Marketing, a chef já anda há uns tempos na alta cozinha. Passou pelo Eleven em Lisboa e pelo Arzak em San Sebastián. Em Porto Covo abriu o primeiro projeto em nome próprio e chamou-lhe Lamelas em homenagem ao avô, filho da terra. Com a baía de Porto Covo diante dos olhos é difícil não comer o que vem do mar.  Entre com uma canja de garoupa com algas e choco laminado e saia com uns canelones de sapateira com salada de funcho e molho do seu coral. Se fome houver, remate com migas doces com nozes e um toque de medronho e mel. 

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  • Coisas para fazer

A escola de surf Costa Azul divide-se em dois pontos. Um, mais acima em São Torpes, chama-se Pico Louco, e o nome diz mais ou menos tudo o que precisa de saber: não é para meninos nem para iniciantes. O outro, já a meio da idílica estrada M1109, na Praia da Vieirinha. E este, garantem-nos, é “o sítio” para quem se quer iniciar. As aulas duram pouco mais de duas horas e incluem todo o material, seguro e instrutor. Mas também há cursos de um, três e cinco dias e aluguer de toda a espécie de material para fazer do mar uma festa, do skimming ao snorkeling ou stand up paddle ao largo de falésias e enseadas. 

  • Hotéis

Aberto no Verão de 2022, o Porto Covo Praia Hotel & Spa tem uma situação invejável, contando com 95 quartos, entre os quais 11 suítes, a dois minutos da Praia do Espingardeiro. “Uma praia que é uma surpresa. Pode ter areia ou não, consoante as marés”, descreve Maria João Cristina, do departamento comercial, enquanto nos mostra os cantos à casa. O que não quer dizer que a piscina não suplique por um dia de preguiça. Generoso, o bar de apoio está aberto das 11.00 às 19.00 e serve hambúrgueres, saladas e até sopa. Para melhor servir a comunidade que vem veranear, o spa (com piscina interior e jacuzzi), o lounge bar e restaurante Slow Sea estão democraticamente de portas abertas para quem os quiser experimentar. No restaurante aconselha-se marcação prévia. 

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A Praia da Vieirinha pode passar despercebida a um condutor mais acelera que faça a estrada da costa entre Sines e Porto Covo sem dar pela tabuleta que indica Pedra da Casca. Vale a pena virar, parar e conhecer o restaurante com esplanada de Carla, mulher de pescador, que tem aquele menu infalível para o fim de dia: amêijoas, salada de polvo e choco frito, entre outros. Há também cataplanas, arrozes, raia de alhada e moreia frita.

  • Atracções
  • Praias

Era uma praia muito engraçada, não tinha banheiro não tinha nada. Todos podiam entrar ali, porque há escadinhas e não é preciso fazer um rali. Não aplauda estas rimas, mas sim esta pequena praia em forma de concha, bem abrigada do vento e altamente instagramável.

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  • Hotéis
  • Grande Lisboa

O Monte da Bemposta nasceu num dos lugares mais inacreditáveis do Alentejo. Estamos no planalto a sul de Porto Côvo, logo além do Forte da Ilha do Pessegueiro. Onde outrora havia uma exploração de porcos, plantou-se uma correnteza de casas rasas, forradas de um conforto irrepreensível, decoração rústica minimal, detalhes cuidados. São dez estúdios mezzanine (até três pessoas), cada um com o seu pequeno pátio frente ao mar, alinhados até à casa principal, onde encontramos mais um apartamento T3 (até seis), um estúdio e uma suíte. Lá mais adiante no terreno, há outros três estúdios para dois. Excepção feita à suíte, todos os alojamentos são independentes, equipados com kitchenette. Tudo isto em traça alentejana, com aquela geometria meridional de casas brancas, moldura azul, vermelho nas portas e na esquadria das janelas. Frente à casa há uma boa piscina, mais além dois campos de paddle, resguardados no eucaliptal, adiante um espaço cercado onde burros, lamas e alpacas vagueiam. São oito hectares de paraíso litoral, sossego garantido, muito espaço livre e o mar à vista de todos os pontos.

  • Grande Lisboa

Depois de anos a ganhar calo no Loco de Alexandre Silva, na Bica do Sapato de António Bóia, no Feitoria de João Rodrigues ou no Belcanto de José Avillez, Ricardo Leite fixou-se em Porto Côvo para assumir o seu primeiro espaço como chef executivo. Aqui procura criar uma cozinha com assinatura, atenta à sazonalidade e inflexível com a qualidade do produto, comprometida com a ideia de tornar a vila do sudoeste numa referência gastronómica – a avaliar pelo passa-palavra, vai no bom caminho. O peixe vem lota de Sines, os frescos das quintas da região, o borrego é alentejano, a vaca é minhota (60 a 90 dias de maturação), a inspiração vem de toda a parte, e o resultado é uma carta sofisticada mas a prometer conforto.

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  • Hotéis

Estamos no limite sul de Porto Côvo, ainda no centro mas resguardados, e para trás estende-se um horizonte de campo aberto. “Um sossego mesmo no pico do Verão”, promete André Teixeira, metade do casal que uniu as três casas que aqui havia para criar um novo hostel cheio de pinta. Recuperaram a traça, devolveram-lhe o branco, azul e vermelho que a tradição manda, aplicaram umas portas de madeira bruta. Lá dentro, seis quartos duplos independentes, dois com varanda, todos com muita luz, confortáveis, chão de madeira e decoração feita de detalhes de conforto. O Ocean House Alentejo esteve para abrir em 2020, mas depois o mundo suspendeu-se. “Ainda arrancou em Outubro, acolheu gente no fim de ano, fechou em Janeiro”. Resumindo, é quase a estrear. Em baixo, uma sala aberta com cozinha. É aqui que preparam os pequenos-almoços, servem o pão que Vânia Chu – a outra metade desta dupla – faz de véspera com massa mãe, doces caseiros, queijo da região. Nas traseiras há uma pequena horta, ervas aromáticas a perfumar uma esplanada orientada a sueste, boa para terminar o dia, perfeita para o ver nascer. Há bicicletas e pranchas de stand up paddle para quem lhes quiser dar uso. Afinal, estamos a dois minutos do mar.

  • Viagens
  • Grande Lisboa

É uma quinta ligada ao turismo equestre onde pode montar a cavalo e fazer uma cena à la Bo Derek – a inspiração é óbvia, mas até agora o cinema não nos presenteou com nada igual. Aqui tem desde baptismos de cavalo, a passeios pela herdade, idas a cavalo à praia ou programas que misturam o banho, alimentação e escovagem dos animais. Mesmo bom para aqueles dias em que o céu acorda nublado.

Paraísos a sul

  • Coisas para fazer

Poucos areais ao longo da costa portuguesa oferecem imagens tão dignas de postal quanto as praias da Arrábida. As águas cristalinas rodeadas de vegetação e areia branca fazem roer de inveja qualquer um. Este paraíso, a menos de uma hora de Lisboa, mudou recentemente o jogo das acessibilidades durante a época balnear. Isto para evitar grandes congestionamentos de trânsito e condutores preguiçosos e pouco habilidosos que teimavam em bloquear a estrada de acesso às praias com estacionamentos em ambas as bermas.

  • Viagens

É oficialmente a zona mais hippie-chique do país. Refúgio de ricos e famosos, tem visto proliferar todo o tipo de negócios – de pequenos-almoços saudáveis a lojas de decoração, festas na praia ou sunsets com hambúrgueres e cocktails. Ainda assim, a Comporta mantém um lado genuíno, com restaurantes típicos, areais intocados e os lendários mosquitos, que ainda apanham desprevenidos os mais incautos. Deixe-se guiar por esta lista, com mais de 25 sugestões de coisas para fazer, restaurantes, praias, lojas e hotéis no eixo paradisíaco que começa na vila da Comporta, faz um desvio até à Carrasqueira, segue pela Torre, Carvalhal, Praia do Pego e chega à zona da Muda, onde estão alguns dos mais idílicos refúgios desde paraíso a menos de duas horas de Lisboa.

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  • Coisas para fazer

Sugerimos 14 areais no Algarve que costumam ter espaço para estender a toalha, espetar o guarda-sol e esticar as pernas sem tocar em ninguém. Estes oásis não o vão desiludir, é garantido. Não acredita? Fomos do Barlavento ao Sotavento, sempre com os pezinhos de molho, à procura das praias perfeitas para descansar do mundo e fingir que não está no Algarve, mas numa qualquer ilha paradisíaca, longe da civilização. Pelo caminho, encontrámos ondas ideais para surfar e areais perfeitos para ver as vistas, ver e ser visto (à distância, claro está) ou até para andar como veio ao mundo.

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