Six Senses Douro Valley
© João SaramagoSix Senses Douro Valley
© João Saramago

Fomos visitar o Six Senses Douro Valley, um dos melhores hotéis do país

Situado numa quinta do século XIX totalmente renovada, o Six Senses Douro Valley é um dos melhores hotéis do país. Contamos-lhe tudo o que há para ver e fazer por lá

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Já diziam os antigos que não há uma segunda oportunidade para criar uma boa primeira impressão, e nisso – como em tudo o resto – o Six Senses Douro Valley não falha. Logo à chegada, enquanto fazemos o check-in, somos brindados com um copo de Porto, frutos secos e um chá de gengibre e canela. O primeiro contacto com o quarto não fica atrás. Mal passamos a porta, abre-se à nossa frente uma vista inspiradora, do rio Douro e do bosque do hotel, paisagem a que também temos acesso dentro do chuveiro (onde cabiam, à vontade, umas quatro pessoas). Damos um saltinho à cama para testar o colchão – superconfortável, lençóis macios, almofadas XXL. Ficávamos já aqui, mas temos agendado o workshop Pickles, Iogurtes e Chás no Earth Lab, uma oferta para os hóspedes.

Numa mesa cheia de frascos com ervas, começamos por aprender a fazer infusões. Adão, o nosso professor por um dia, fala-nos sobre as propriedades e benefícios de cada uma. Esmigalhamos as ervas na mão, cheiramos, tentamos identificá-las, e escolhemos as que queremos usar. Já com elas dentro da água, “vemos o jardim a renascer dentro da infusão”, diz Adão. Quando a maioria das ervas chega ao fundo do recipiente, quer dizer que a infusão está pronta a ser consumida. Enquanto isso não acontece, vamos para outra sala aprender a fazer iogurtes com kefir. Outro processo de fermentação caseira que experimentamos é a conservação de vegetais em pickles, que facilita a absorção das suas propriedades pelo organismo. Levamos os pickles connosco e saímos do Earth Lab mais saudáveis – incentivar-nos e ajudar-nos a ter um estilo de vida saudável, desde a forma como dormimos e relaxamos, àquilo que comemos é, aliás, um dos mandamentos do Six Senses.

Ao workshop segue-se uma prova de vinhos do Douro e Porto na Wine Library (35€), cuja sala de estar pede um momento a sós com os sofás e as revistas disponíveis. Caso prefira fazer a sua própria prova, aposte na Enomatic, uma máquina de vinhos self-service. Outra coisa que tem mesmo de experimentar é o restaurante Vale de Abraão, que tem como chef Luís Borlido e chef executivo consultor Ljubomir Stanisic, estrela da gastronomia made in Portugal. É lá que jantamos. Arrancamos com a sopa de peixes, coadjuvada por uma surpreendente cobertura de massa folhada (25€), e com a abóbora manteiga recheada de lentilhas, especiarias e leite de coco (18€), uma das várias entradas vegetarianas de um menu que privilegia ingredientes regionais, orgânicos e da época, tendo em conta o nosso bem-estar através da comida. Continuamos com polvo com especiarias, mel e vegetais, acompanhado de uma deliciosa açorda com tinta de choco (38€), e a tenríssima pá de cordeiro de leite, com arroz de miúdos (45€). Cada passo da refeição é harmonizado com um vinho, incluindo a sobremesa: a “Amêndoas há muitas” (12€), onde as várias camadas têm a amêndoa – também um trunfo da região duriense – como ingrediente central.

Na manhã seguinte, faltamos à aula de ioga e vamos explorar o spa. A piscina interior é óptima tanto para relaxar como para dar umas braçadas. A enorme janela com vista directa para o bosque é a cereja no topo do bolo. Estrategicamente virada para este cenário maravilhoso está também a sauna, um dos vários espaços da Vitality Suite, zona onde se tem acesso à sala de banho a vapor, a um banho de ervas (aromoterapia), chuveiros com diferentes temperaturas que proporcionam uma “ginástica vascular”, e ao laconium, uma sala com luzinhas de várias cores onde se recria o ambiente das antigas termas romanas. Depois de uma hora e meia bem passadas, estamos prontos para atacar o pequeno-almoço (30€). E que espanto. Pão, iogurtes, granola, sumos e compotas caseiros; uma selecção variadíssima de sementes, frutos secos e frutas; uma sala só para queijos e charcutaria; panquecas, waffles, croissants e bolos com fruta e pouco açúcar; e ainda os ovos do dia com abacate, e muitas outras coisas. Épico. Depois de um passeio pelos espaços exteriores, voltamos ao spa para uma massagem de corpo inteiro, com duração de uma hora (120€ a 135€). No final, a cambalear de tanto relaxamento, deitamo-nos num dos sofás do spa, na companhia de um chá de gengibre e canela e de frutos secos. Na recta final da nossa estadia, experimentamos a Skin Analysis By Biologique Recherche: uma avaliação da pele (50€), desde o seu nível de hidratação ao grau de elasticidade, feita por uma terapeuta com o apoio de um aparelho que era usado em trabalhos para a NASA. Esta será uma das vertentes da clínica anti-aging que vai ser inaugurada brevemente no hotel.

Por tudo isto, o Six Senses Douro Valley é considerado um dos melhores hotéis do país. Luxo, sim, mas com sobriedade, classe e serenidade. 

Quinta de Vale Abraão, Samodães (Lamego). 254 660 600. Época baixa: 290€ a 1250€. Época alta: 540€ a 1500€.

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