[title]
O cartaz da edição especial que celebra os 20 anos do festival Ageas Cooljazz ficou fechado esta quinta-feira, 9 de Maio, com o anúncio derradeiro por parte da organização. Vai haver um novo palco, dedicado às Late Nights, que irão acolher DJ sets pela noite fora; e foram também divulgados os nomes que vão tocar nas Cascais Jazz Sessions by Smooth FM e passar música no jardim das Cascais Lazy Sundays.
Comecemos pelo fim: pelas noites com pé de dança. Haverá DJ sets de Alex D’Alva Teixeira, Progressivu, Sónia Trópicos, Pedro Tenreiro, Matilde Castro, Beatriz Pessoa e Daniel Mota, e Pedro Dias de Almeida. “Estou com muita curiosidade até mesmo para saber de que forma é que as pessoas poderão aderir a este novo formato”, explica à Time Out Alex D’Alva Teixeira, um dos DJ responsáveis por animar as Late Nights, após o fim do concerto no palco principal. “Tenho tocado bastante enquanto DJ nos últimos dois anos, tenho sido convidado para tocar nalguns festivais, mas achei mesmo curioso convidarem-me para tocar no Cooljazz. Na verdade, tenho estado a fazer alguns edits e remixes e vou perceber de que forma é que posso trazer alguns dos artistas do cartaz para o meu universo sónico”, adianta o músico.
“O que tento fazer num DJ set é explorar as minhas raízes brasileiras, então há muito baile funk, e também a minha afrodescendência, então é óbvio que ouves kuduro, amapiano e afrohouse. Os meus DJ sets são muito eclécticos, então acaba por haver espaço para muita coisa diferente, e é nisso que gosto da possibilidade de ser um DJ de formato aberto. Espero que as pessoas gostem das músicas que vou criar de propósito para este set”, acrescenta. “Especialmente na noite em que vou tocar, vais poder ver a pop dos Morcheeba e a Chaka Khan, que é uma referência até mesmo na música de dança. Porque não teres a possibilidade de continuar a celebrar pela noite dentro? Olho para o jazz como um género guarda-chuva, que consegue albergar outros subgéneros, e também é a raiz de muita coisa que ouvimos hoje em dia. Se calhar não existiria house music se não houvesse jazz.”
A directora do festival, Karla Campos, conta que já existia a vontade de prolongar a experiência do Cooljazz após o fim das actuações no palco principal. “A minha vontade de cada vez aumentar mais a programação do Ageas Cooljazz existe sempre. Porque é disso que é feito um festival. E eu gosto tanto de música, de curar, de procurar e de ver o que os artistas andam a fazer que fico sempre com vontade de ter mais programação. E no ano em que o festival faz 20 anos, fazia-me sentido dar algo de novo”, explica.
“Após os concertos dos artistas que fecham o palco principal, parece que há sempre ali um gostinho: apetecia-me beber mais um copo, estar à conversa com o meu amigo, dançar... Sentia que fazia falta este prolongamento da noite. No ano em que fazemos 20 anos, acho que era muito importante ter a oportunidade de dar esse add-on ao público que não vai pagar mais por isso, porque já está incluído no bilhete, e faz diferença.”
Quanto às Cascais Jazz Sessions by Smooth FM, o cartaz é composto pelo Rogério Pitomba trio (9 de Julho), Onoma (10 de Julho), Marwan (19 de Julho), Eunice Barbosa (26 de Julho), Samalandra (27 de Julho), Gisela Mabel (30 de Julho) e Guilherme Melo (31 de Julho). Os DJ sets que acontecem aos fins de tarde de domingo nos jardins da Casa das Histórias Paula Rego serão feitos por Inês Lopes Gonçalves e Ivo Costa (14 de Julho), Vanda Miranda (21 de Julho) e Wandson (28 de Julho).
Cabeças de cartaz
O cartaz principal, que já era conhecido, inclui os concertos de Air e Lana Gasparøtti (9 de Julho), Morcheeba e Chaka Khan (10 de Julho), Dino D’Santiago e MARO (19 de Julho), Diana Krall (26 de Julho), Marina Sena e Luedji Luna (27 de Julho), Fat Freddy’s Drop e Expresso Transatlântico (30 de Julho), e Jamie Cullum e Inês Marques Lucas (31 de Julho).
Houve uma clara apetência por artistas que fazem parte da história do festival nesta edição dos 20 anos. “O Jamie Cullum e a Diana Krall, por exemplo, são nomes que sempre estiveram connosco. Aceitaram estar numa fase em que o festival estava a começar. E também foi com eles que o festival deu um pulo em termos de maturidade — principalmente falando no caso da Diana Krall, que é uma artista do jazz com uma abrangência quase mainstream, e isso deu-nos um cunho e uma notoriedade diferente. Depois, com os anos a passar e com os discos que ela ia tendo, continuávamos a querer trazê-la. E tê-la no ano em que fazemos 20 anos é um presente e um prémio. No ano em que ela veio a primeira vez, só tocou ela, não tocou mais ninguém. Hoje, numa noite de Diana Krall são quatro momentos de música, portanto nota-se bastante o crescimento do festival”, continua Karla Campos.
O desafio passa por apresentar sempre “mais música e mais artistas”, sem descurar a essência do festival, que continua a não ter palcos com programação em simultâneo. “Este conceito vai manter-se, com uma plateia sentada e os vários palcos na natureza. Isso é uma marca de que não abdico de maneira nenhuma. O que pode acontecer é haver mais programação, mais artistas, mais ideias. Vamos lá.”
Hipódromo Manuel Possolo, Avenida da República, 371, Cascais
+ Entrevista a Jamie Cullum: “Não fiz nenhuma viagem a Portugal que não tenha sido maravilhosa”