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O Chefs on Fire prepara-se para crescer como nunca antes em Cascais. O já emblemático festival gastronómico, fundado em 2018 e dedicado à cozinha de fogo, deixa a FIARTIL, no Estoril, para se instalar no Parque Marechal Carmona, em Cascais. Esta foi uma das principais novidades divulgadas esta quinta-feira, 23 de Janeiro, na apresentação da agenda com os grandes eventos do ano do concelho. A próxima edição está marcada para o fim-de-semana de 20 e 21 de Setembro, sendo que no dia 19 haverá, pela primeira vez, um Corporate Day, dedicado em exclusivo às empresas.
“Sempre adorámos a FIARTIL, é um sítio inesquecível, mas a verdade é que o festival já estava a crescer demasiado e tínhamos atingido o limite daquilo que conseguíamos fazer ali”, explica à Time Out o fundador do Chefs on Fire, Gonçalo Castel-Branco. “O festival não nasceu para crescer muito, o objectivo não é torná-lo massivo, é continuar a ser um boutique festival, mas ainda assim estávamos a atingir o limite do recinto e a começar a dar dores de cabeça à vizinhança, a ocupar as ruas e por aí fora. À medida que o Chefs on Fire cresce para o mundo inteiro, é muito importante para nós manter a edição de Cascais como o melhor Chefs on Fire do mundo. Havia uma série de upgrades que queríamos fazer que não era possível na FIARTIL.”
Daí começou a pensar noutro sítio que pudesse acolher o Chefs on Fire. A única hipótese que considerou foi mesmo o Parque Marechal Carmona e as redondezas em torno da Praia de Santa Marta. “Tem praia, mar, farol, palácio, espaços verdes para as pessoas estarem deitadas... Tem uma diversidade e uma iconografia de Cascais que é fenomenal. É Cascais em ponto pequeno. A FIARTIL tinha outras vantagens, mas faltavam, entre outras coisas, relva, praia, mar... E aqui vamos abraçar a estética de Cascais com as duas mãos.”
Gonçalo Castel-Branco passou os últimos dois anos e meio a preparar esta transição. Foram feitos uma série de testes no local, incluindo um pop-up de fine dining e a gravação de um episódio do MasterChef espanhol, antes de a decisão final ser tomada. Apesar de não desvendar detalhes, diz que o espaço do Parque Marechal Carmona será utilizado de forma distinta em relação a outros eventos que por lá acontecem.
“Só a ideia de termos uma praia dentro do festival é uma coisa inacreditável, eu não conheço outro festival que tenha uma praia. Cada espaço sugere uma interpretação e uma história diferente e agora que já provámos que o Chefs on Fire tem uma elasticidade enorme – do telhado do IDB às Maldivas, passando por Aveiro e Foz Côa — podemos ir atrás de histórias que ainda não conseguimos contar, nomeadamente coisas que testámos em Madrid, onde fizemos num espaço muito mais parecido com o Marechal Carmona.”
Neste novo recinto, o Chefs on Fire – cuja programação também inclui concertos – vai poder crescer. A estimativa é que o festival acolha cerca de cinco mil pessoas por dia, em comparação com as três mil entradas diárias que a FIARTIL permitia. Sábado e Domingo serão os dias abertos ao público, mais vocacionados para as famílias, enquanto a sexta-feira estará entregue ao circuito empresarial com o novo Corporate Day.
“Percebemos que, à sexta-feira, o público que estavamos a atrair era essencialmente corporativo. E ao sábado e domingo eram mais famílias. Então, aumentámos a capacidade de sábado e domingo para recebermos mais famílias e dedicámos a sexta-feira ao Corporate Day, em que vamos ter um modelo quase ao estilo do Estoril Open”, explica. “Os patrocinadores e as empresas podem alugar uma tenda com 50, 100 ou 200 lugares dedicada só para eles em que só os seus convidados têm acesso. É um modelo diferente, completamente desenhado para empresas e corporate. As empresas em Portugal fazem muitos encontros – uma festa de Natal, uma festa de Verão – só que tradicionalmente era uma coisa muito... Um pavilhão, croquetes, DJ. E hoje em dia começam a querer outro tipo de experiências. Portanto, temos tido cada vez mais procura, de pequenas e grandes empresas, para o Chefs on Fire – e estava na altura de testar.”
"Chefs on Fire 2.0"
O novo Chefs on Fire não fica por aqui, adianta Gonçalo Castel-Branco à Time Out. Uma das novidades está relacionada com as entradas. Até agora, os bilhetes começavam nos 60€ e podiam ir até aos 200€, consoante as doses de comida incluídas. Este ano haverá bilhetes standard de 50€, que só garantem a entrada, e o visitante depois paga à parte aquilo que desejar provar no interior.
Também haverá, pela primeira vez, um espaço dedicado ao fine dining que será instalado algures no Parque Marechal Carmona. “Será um jantar de fine dining para 24 pessoas durante a semana do festival, também só com fogo. Vai depender das noites, mas muitas vezes será para chefs que não têm perfil ou disponibilidade para cozinhar 1500 doses, que é o que é preciso para um Chefs on Fire, mas que ainda assim queriam participar. Tinha muitos chefs que me diziam: 'Eu adorava, mas com a minha comida não consigo fazer 1500 doses, não é possível'. Então criámos este espaço para passar a ter essa dimensão de chefs também, nacionais e internacionais, e simultaneamente uma zona de talks sobre a área da gastronomia. Muitos dos chefs e, não só, outros pensadores, por dia têm dois ou três momentos de conversa mais virada para o sector. O futuro da gastronomia, a história da cozinha de fogo, por aí fora.”
Gonçalo Castel-Branco descreve esta edição inovadora como um “Chefs on Fire 2.0”. “Até agora temos melhorado um bocadinho de ano para ano, mas desta vez é mesmo uma coisa que estivemos a preparar durante algum tempo.”
Paralelamente, a organização está a preparar a próxima edição de Madrid, já marcada para 4 e 5 de Outubro; e está a negociar em dois países da América Latina para uma edição prevista para o primeiro trimestre de 2026. “Não que tenha sido esse o desenho, mas mais por reconhecimento da evolução que ele tem tido e da maneira que as pessoas internacionalmente olham para ele, hoje em dia tenho como objectivo assumido que o Chefs on Fire seja o maior festival do mundo até 2030”, remata Gonçalo Castel-Branco.
+ Tome nota: estes são os grandes eventos que vão acontecer em Cascais em 2025