Notícias

Dino D’Santiago: “Vou licenciar-me. Não quero ser um analfabeto da minha própria arte”

O músico português estreia-se este ano no Ageas Cooljazz como cabeça de cartaz. Fala-nos do novo espectáculo, das pontes que tem feito com o Brasil e de como está a atravessar um momento de paz.

Ricardo Farinha
Escrito por
Ricardo Farinha
Dino D’Santiago
Fotografia: Mariana Valle LimaDino D’Santiago
Publicidade

É na edição dos 20 anos do Ageas Cooljazz que Dino D’Santiago faz a sua estreia no festival. E logo enquanto cabeça de cartaz, num dia em que também actuam MARO, Rogério Pitomba Trio e Progressivu. Marque na agenda: é a 19 de Julho, sendo que ainda há bilhetes disponíveis entre os 25€ e os 30€.

Dino D’Santiago traz na manga um novo espectáculo, que o leva a actuar de novo com banda, após um par de anos num formato mais solitário em palco, que serviu para apresentar o seu último álbum, Badiu (2021), onde explora as suas dores e vulnerabilidades relacionadas com as suas raízes históricas.

Para 2024, preparou uma performance com mais musicalidade, que atravessa os seus diferentes discos e reflecte um momento particular de paz interior do artista. Falámos sobre o concerto no Ageas Cooljazz, as músicas novas que tem lançado em parceria  estabelecendo diversas pontes com o Brasil e outros projectos que tem entre mãos, como uma licenciatura que revela estar a planear fazer.

Já actuou no Hipódromo Manuel Possolo durante a pandemia, já viu muitos concertos no Cooljazz ao longo dos anos. Está entusiasmado com esta estreia no festival?
Para mim é muito importante até por causa dos grandes concertos que vi neste festival, como o do Kanye West, Erykah Badu, Jill Scott, Sharon Jones, Charles Bradley... Foram concertos que mexeram comigo. E sempre que vejo o cartaz, todos os anos, penso que poderia fazer isto. E pensando como eu nasci, sempre no universo de músicos do jazz e da música negra americana, e mesmo os músicos que me acompanharam foram sempre formados nessa matriz, poder vir mesmo ao festival e trazer este tempero do batuku e do funaná para um evento em que normalmente estes ritmos não entrariam, para mim é sempre mais uma revolução, mais uma porta aberta. E que outros possam fazer parte desta viagem. No dia 19 vou também ter um encontro que eu já queria muito, com a MARO. Durante a pandemia, ela convidou-me para fazermos o "Tudo Certo", naquelas sessões que ela fazia, depois ela foi convidada para actuar com um dos artistas que eu tinha no "The Voice", o Coastel, e agora vamos estar os dois no mesmo palco para celebrar a música portuguesa. E isso mostra o que é Portugal hoje. 

E é importante haver um dia dedicado à música portuguesa num festival como este, embora haja artistas nacionais a abrir para os cabeças de cartaz internacionais nos outros dias?
Muito, muito importante. Chega a ser triste ter de haver este dia, mas ao mesmo tempo é corajoso fazê-lo e assumir este dia desta forma. E é bonito, num festival que tem o jazz como raiz, ter estes artistas a celebrar a música portuguesa... É um olhar para esse Portugal novo.

Como é que tem sido tocar com este novo formato de banda? Já há muito tempo que não o fazia.
Tem sido mesmo lindo. O outro formato era muito em modo monólogo e a banda acabava por ser o público, contagiava-me muito pelo público.

A performance dependia muito mais de si.
Sim, muito mais. E como fui formado com músicos, foi desafiante mas sinto que já fechei o meu ciclo naquele monólogo, onde aprendi muito, onde fui muito vulnerável, mas consegui realmente mostrar a importância que aqueles ritmos e o som electrónico tinham para mim. Foi mais numa de não haver instrumentos que consigam replicar a força que um concerto, quando é todo ele electrónico, e sai do produtor directamente para o palco... É muito difícil devolver na mesma moeda ao público quando colocas uma banda. Há sempre coisas que mudam. Então, foi importante para mim solidificar-me nesse monólogo audiovisual, com um som que eu queria que ficasse marcado, que daqui a 50 ou 100 anos as pessoas possam dizer "ele representava uma geração".

E era um formato que condizia muito com o Badiu, o seu último álbum, onde expõe as suas vulnerabilidades e dores, onde explora as suas angústias relacionadas com as suas raízes.
Exacto, então não dava para partilhar com qualquer pessoa. Nem em palco, e mesmo com o público, era despir-me... Era muito mais íntimo. Valeu a pena. Agora, com os músicos, parece que já me curei e agora vamos e tem sido um abraço. Temos sido muito felizes na estrada, os concertos são sempre diferentes, o alinhamento muda do nada...

Ia perguntar isso. Como é que tem sido o alinhamento e como é que ele mudou desde o monólogo que estava mais centrado em Badiu?
Está mais generalizado, apanha mais temas dos discos todos, desde o Eva ao Badiu, e é bom ver como é que com a banda casam e parecem todos saídos do mesmo disco. A forma como a viagem está a ser feita: sai do Eva, passa pelo Mundu Nôbu, vai para o Sotavento, depois Kriola e por fim Badiu. E eu tenho sentido que as pessoas estão a reagir muito, porque há temas que ficam mais tempo em instrumental. Quando são os funanás, então, estico mesmo até ao fim. Os batukus também. Isso tem dado para perceber que muitas vezes nem preciso de estar a cantar. Basta-me pegar no ferrinho e ficar ali com a banda numa jam.

O espectáculo ganhou musicalidade, suponho.
Ganhou e uma espontaneidade e uma liberdade de movimentos. Quando estava tudo no timecode, quando era tudo electrónico, limitava-me ao tempo que tínhamos estipulado para a música.

Lançou recentemente "Oh Bahia", um tema com a artista Luedji Luna, que também vai dar um concerto no Cooljazz e que fará uma participação especial na sua actuação. Como é que surge essa colaboração? E também fez há pouco tempo uma canção com outros músicos brasileiros, o Criolo e o Amaro Freitas, "Esperança". Tem sido uma viragem intencional para o Brasil? Ou foi uma coincidência terem acontecido agora estas duas sinergias artísticas?
Foi uma intenção muito real de sentir o Brasil e de me conectar com artistas de quem sou fã. A primeira foi com o Rincon Sapiência para o Badiu, depois fiz com o Emicida a música "Maria". E seguimos em tour juntos, ele esteve cá em Portugal e depois estive com ele no Rio de Janeiro. Depois, foi o tema com os BaianaSystem, o "Batukerê", que foi um momento muito mágico, onde conheci a Luedji Luna e fiz-lhe o convite para fazermos este "Oh Bahia", que marca então este encontro entre Santiago e Salvador. Quisemos muito fazer esse match dos dois lados do oceano. Até chegar o convite do Criolo para fazer esta viagem com ele e o Amaro Freitas e assim juntar Santiago, Recife e São Paulo numa viagem muito esperançosa. Falamos de “Esperança” na canção precisamente por isso, viemos para realizar os sonhos dos nossos ancestrais. E ficou um diálogo muito interessante entre os três. Eles estão a regressar novamente a Portugal para nos juntarmos mais vezes e deixar fluir, porque não sabemos o que pode sair dali.

Mas são pontes que pretende fazer cada vez mais com o Brasil ou, até, olhando para a lusofonia no geral.
Muito com o Brasil, porque eu já fazia muito a ponte com os PALOP, e agora quero estreitar este eixo que nos une ao Brasil, porque realmente é a população que tem mais pessoas imigradas cá, ultrapassando Cabo Verde, que era a maior anteriormente... 

É um país muito maior, com outra escala.
É uma imensidão. Só na área metropolitana de São Paulo são mais de 20 milhões de pessoas, no estado são mais de 40 milhões. É uma escala completamente diferente. Sempre que lá vou e toco sinto mesmo que temos muito por conhecer ainda. E também quero que eles venham cá para descobrirem um Portugal que desconheciam completamente. Eles não conheciam o Portugal africano, esta génese. Associavam esses artistas aos territórios de origem, a Cabo Verde ou Angola. Mas quando se aperceberam de que Lisboa era o ponto de encontro entre esses lugares todos, os que estão cá a viver começaram a exportar muito mais, a fazerem essas conexões com o Brasil, e agora há muita ligação, do pessoal do trap que vem, por exemplo. Sei lá, com o Plutonio, Wet Bed Gang... E muitos outros. A Bárbara Bandeira, agora. No passado já havia esses encontros, com artistas como o Caetano Veloso, o Gilberto Gil, etc., mas na nova geração não estava a haver esses encontros. E agora tem havido cada vez mais. O Ivandro também, os Calema... 

Sente que esse é o caminho para que a música portuguesa seja mais divulgada junto do público brasileiro? Muitas vezes é o maior desafio apontado.
Sem dúvida. E sem retirar caminhos como o que a Carminho está a fazer, que gravou um disco inteiro de tributo ao Tom Jobim com os filhos do próprio, e é respeitada desde a Gal Costa à Maria Bethânia, passando pelo Milton Nascimento e o Chico Buarque. De todo o panorama nacional, mais até do que a Amália, a Carminho é o grande nome do nosso país no Brasil. Representando aquilo a que chamamos a cultura portuguesa, mais ligada ao fado. E é bom perceber o outro lado que havia por explorar, o afro-Brasil, que é muito grande. São mais de 100 milhões.

E existem imensos paralelismos que podem ser feitos com o afro-Portugal, que é uma expressão que não é usada por cá mas que representa uma realidade bem viva. 
E esse encontro está a trazer outros mares, não se reduz só ao território português. Abre logo portas para Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé... Está a dar-me um prazer especial sentir isso. 

E há muitas narrativas em comum.
Muito, quer a nível de religião, de ideologia, crenças, sonhos, contexto e traumas acima de tudo. Há muita partilha comum nesse universo, do trauma e da auto-superação. E isso faz com que a história seja um pouco resignificada. 

Tem trabalhado em música nova? Há alguma coisa que possa adiantar nesse sentido?
Tenho estado sempre a trabalhar. É incrível porque tenho muita gente a pedir-me "Dino, mais músicas novas", mas estamos em Julho, e eu não lancei um disco, é verdade, mas este ano já lancei o tema para o filme, o "Filho do Vento"; saiu o tema com o Apollo G e o Mr. Marley; o tema com os BaianaSystem; com a Luedji Luna; com o Criolo; o "Mood 111" com o Branko que é uma das canções que mais oiço, saiu agora um tema com o Pedro da Linha... Não é um disco, mas estão aí sete canções que vão metendo a minha energia na estrada. E, além disso, tenho a curadoria e a preparação do Jardim de Verão; a fundação Mundu Nôbu, que exigiu viagens longas e que agora já está concretizada. Eu vivo muito nesse espírito de, além de fazer os meus discos, querer proporcionar palco. Às vezes chega a ser inglório porque é preciso o disco, mas ao mesmo tempo ele está-se a materializar de outras formas. Mas quero muito um disco! Sinto-me feliz quando entro naquele universo. Entras naquela viagem e saber o que vai sair dali não tem preço. Mas tenho tantos sonhos. Gostava de fazer uma tour com o Branko, porque já temos 10 canções juntos; gostava de fazer uma tour só com orquestra. Mas um disco novo vai ser sempre bom.

Estava a perguntar sobre música nova até para perceber, musicalmente, para onde é que se tem inclinado. Se tem estado mais ligado a estes artistas brasileiros e se isso o tem influenciado musicalmente...
Tem-me influenciado, apesar de sentir que o que eu quero é mais o oposto. Sentir que o Brasil é influenciado pelo batuku e o funaná. Quero explorar ainda mais isso. Por isso, se conseguisse fazer um disco todo de funaná, para mim era uma grande vitória.

Algo mais orgânico?
Mas misturando com a minha cena. É quase misturar o Sotavento com o Badiu, com temas como o "Voei de Mim", o "Brava (Carta pa Tareza)", o "Fogo"... Essa linha. Ter mais temas com essa fricção, com essa hipnose. 

E em termos de discurso, neste momento sente-se mais conciliatório como no Kriola ou mais angustiado como no Badiu? Tendo em conta a sua vida pessoal e o momento que vivemos como sociedade. 
Tendo em conta a caminhada que tenho feito nos últimos meses, estou muito num espaço de me nutrir, de obter cada vez mais conhecimento, mas num campo vibratório muito mais próximo daquilo que é um amor, de quem está em paz com as suas escolhas. E em paz com não agradar a toda a gente. Sempre me custou ser mal-entendido, mal-interpretado, e quando consegui colocar essa responsabilidade em quem é devido e tirá-la de cima de mim, a vida ficou muito mais leve. Sinto muito que estou numa jornada de auto-conhecimento, a querer cada vez mais explorar-me ao máximo, ir ao limite sem receio de nada. Está a dar-me gosto, porque é um sentido verdadeiro de liberdade. Tento sempre ter o cuidado de que aquilo que eu digo e que penso saia de um lugar de amor. Que não seja de dor, de raiva... Quando projecto a palavra, já está muito reciclada. Já não é um vomitar.

É o fruto de uma reflexão.
E aceitando os vários lugares de interpretação.

O Mundu Nôbu foi lançado há seis anos. Passaram-se muitas coisas desde então, no planeta e na sua vida. No início, foi certamente intenso, com muito a acontecer, e passou de um lugar para outro muito rapidamente. Mas depois essa posição manteve-se e isso é o mais difícil quando se pensa em carreiras artísticas. De certeza que na altura pensou que poderia ser um hype mais momentâneo e que depois as coisas iriam acalmar, mas não foi o que aconteceu. Houve sempre novos passos e coisas a acontecer que o mantiveram nesse lugar, abrindo outras portas, mas foi conseguindo fazer esse percurso e hoje está muito mais estabelecido e consolidado.
Podes crer. Nada acontece mesmo por acaso. Ontem foi uma noite de reflexão, escrevi imenso sobre o caminho feito até aqui, que me leva agora a querer licenciar-me. Vou fazer o curso de Jazz e Música Moderna, na Universidade Lusíada. A professora com quem eu falei, a Helena Botelho, disse-me: tu podias era ser professor aqui. Mas entenderam o meu sentido de querer realizar os meus sonhos de criança. Eu sempre quis formar-me. Poderia ser em Belas Artes... Não sabia que iria ser em música, mas ainda bem que o é, porque tem sido um passaporte mesmo bonito, as minhas viagens. E tive mesmo de fazer um currículo para apresentar. E quando olho para tudo o que foi feito desde o Mundu Nôbu, nem preciso de recuar ao Eva, parecia que eu já tinha vivido quatro vidas, com todas as coisas que me aconteceram. Embaixador do turismo em Cabo Verde, embaixador de um curso de mediação intercultural, um dos 100 afrodescendentes mais influentes pela UNESCO, coisas que não imaginas que te vão acontecer só porque iniciaste um caminho que se chama Mundu Nôbu. De repente dá-te todos os outros mundos que tu desejavas: um Globo de Ouro, GQ Men of the Year, já tinha uma distinção da MTV mas fui novamente nomeado... No que diz respeito a premiações, em Cabo Verde, em Portugal e no mundo, a vida já me deu muita coisa. Se definires isso como uma medida tal como os futebolistas utilizam as Bolas de Ouro ou os títulos já conquistados. Tipo ser o artista mais premiado nos Play. Eu vi que isso conta quando cheguei ao Brasil. De repente não era só o Dino. Eles despejaram em cima de mim tudo o que eu já tinha recebido. Nem eu próprio... Porque eu recebo e nem deixo em casa. Vai para fora que é para não me ocupar espaço.

Não quer ter esse peso.
De todo. "Você tem noção de que é o primeiro afrodescendente a receber uma medalha de mérito cultural em Portugal?" Porra... Mas já tivemos o Bonga, a Sara Tavares... Eu vejo sempre o outro, em vez de me ver a mim, mas não posso tirar o mérito do que me aconteceu. Por isso é que digo que esse caminho de auto-conhecimento me tem ajudado a valorizar-me e a querer celebrar isso com os meus pais, por exemplo...

Mas sobre o curso que vai fazer, sentia falta dessa bagagem teórica musical?
Sentia... Quando recebi o livro com as pautas da orquestração que foi feita para o meu concerto, porque pedi ao maestro da Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira... De repente estou a ler aquilo que são as minhas canções e eu não sei nada do que está ali escrito a não ser o título. E não queria mais isso para mim. Não quero ser analfabeto da minha própria arte. Eu dou e faço as pessoas vibrarem com algo que eu não vou conseguir ler com a linguagem universal do músico... Quando um puto no Tibete vai poder ler e até cantar o que eu estou a fazer, só por aquilo que ele está a ler, que está na pauta.

Mas, como é sabido, é muito comum os músicos populares não saberem ler pautas nem terem muitas noções de teoria musical.
Sim, mas não devíamos normalizar isso. A gente deve dar tudo para vivermos nessa excelência, para nos auto-superarmos. Porque também sabemos que é um certo conforto pensares que já estás estabelecido. Para que é que vou estudar música? Mas é-me muito difícil assinar e ter o meu recibo verde como músico. Não sei explicar porquê. É algo muito individual e pessoal, e cada pessoa deve sentir-se como se sente, mas eu não me sinto um músico pleno se não souber escrever música. Imagina eu ficar mudo, mas iria escrever a minha música e tu irias saber qual é a melodia que estou a fazer só pelo que está escrito. 

E foi por isso que quis ter formação.
Sim, e vou fazer pelo meu canto. É um instrumento e quanto mais eu souber do meu próprio instrumento, melhor. E depois poder realizar o sonho de um dia poder ser professor também. E gostei muito deste curso por serem professores novos e por ter percebido que há ali um espírito muito bonito entre os alunos e os professores. As pessoas que eles convidam para irem à faculdade são músicos que admiro. E até te dão espaço para criares um módulo para o curso. Eu também já vou com essa ambição. Deixar-me sentir o ambiente académico e criar um módulo, porque tenho muito essa ideia de criar um módulo de música por intuição de intervenção social. 

Como está a antever esta edição do Jardim de Verão, na Fundação Calouste Gulbenkian?
Para mim, foi muito importante desta vez o jardim abrir-se para dentro da casa. A Gulbenkian ter tido o gesto digno de abrir o Grande Auditório para servir a comunidade, de forma gratuita, e ceder aquele palco aos músicos que estão muito felizes por irem lá tocar... E o anfiteatro mantém-se, o jardim também vai continuar animado pela Indi Mateta e pela Umafricana. E é bom perceber que confiaram em mim por mais um ano, que já é o terceiro consecutivo, e é algo que pode ter muita duração ainda. Afinal, há sempre artistas novos a emergir. 

Ageas Cooljazz. Hipódromo Manuel Possolo, Cascais. Ter, 9 de Julho. 25€-30€

+ Ageas Cooljazz: os horários, como chegar ao recinto e o que comer

+ Sete concertos imperdíveis nos 20 anos do Cooljazz

Últimas notícias

    Publicidade