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Chama-se Dirty Tails e não é difícil adivinhar que se dedica à arte da coqueteleria. Abriu na Marina de Cascais a 10 de Fevereiro, num dos espaços exteriores, e tanto tem os cocktails clássicos — que contam a história da mixologia — como diversas bebidas de autor.
Para Alberto Romão, o responsável pelo projecto, trata-se de um “sonho cumprido”. Aos 45 anos, com quase 30 de experiência na área, é a primeira vez que idealiza um bar à sua imagem. Antes do Dirty Tails, funcionava naquele mesmo espaço um bar dedicado aos champanhes, no qual Romão foi consultor.
O projecto acabou por não correr da melhor forma, mas o proprietário, o empresário Rui Costa Reis, decidiu dar uma nova vida ao sítio ao apostar no talento de Alberto. “O Rui disse que gostava bastante das minhas ideias e resolveu começarmos este projecto em conjunto. No fundo, foi pegar na experiência de uma vida e aplicá-la aqui.”
Tudo começou há 35 anos em Santarém. O pai de Alberto Romão abriu um bar no centro da cidade chamado Xantarim. Tornou-se um sucesso, ao ponto de ser distinguido como um dos 100 melhores do mundo. Seria também considerado património histórico local e chegou, inclusive, a ser visitado pelo Presidente da República de então, Jorge Sampaio.
Para Alberto, que cresceu atrás do balcão, entre copos e garrafas, a paixão nasceu aí e nunca mais abrandou. Aos 16 anos, deixou os estudos e fez-se à vida. Foi “apanha copos”, trabalhou na copa, a servir às mesas e, por fim, atrás do balcão, em inúmeros bares e discotecas da região. Aos 20 anos, passou a gerir o Xantarim, experiência que se prolongou durante quatro anos. Alberto queria mais e mudou-se para Lisboa para estudar na Cocktail Academy, com Paulo Ramos. “Foi quem trouxe o bar americano para Portugal, é a bíblia do bar, um mestre da coqueteleria.”
Geriu um bar de praia na Comporta, foi o bartender do restaurante Nogueiras, trabalhou com várias marcas, deu formações, fez consultoria e eventos privados. Antes do Dirty Tails, trabalhava como supervisor de bar no grupo Praia no Parque.
Na Marina de Cascais, deseja cultivar a “arte de saber bem receber” e a “hospitalidade na abordagem ao cliente”, ainda que seja um espaço “descontraído”. Gosta de dar sugestões tendo em conta as preferências dos clientes, que talvez possam querer começar pela carta dos cocktails da casa.
O Dirty Tails (16€), por exemplo, leva maracujá, chocolate branco, ouro e espumante. O Don Draper (16€), em homenagem ao protagonista da série Mad Men, é feito de bourbon, vermute, amaro e maraschino. Já o Dirty Mule (12€) inclui espuma de cerveja preta, carvão e chupa chupa de ananás e lima. Ouse ainda um Malandra (14€), de vodka, poejo, pepino, laranja, sorbet de morango e meloa; um Solero (14€), de vodka baunilha, baunilha, natas e maracujá; ou um Dirty Tails Gibson (16€), de gin com cebolinha, molho barbecue, uva e “fumo”.
Também não faltam todos os clássicos, da Cuba Libre ao Old Fashioned, do Expresso Martini ao Bloody Mary, passando pelo Long Island Ice Tea, o Black Russian, o Pisco Sour, a caipirinha ou o mojito, entre tantos e tantos outros. No Dirty Tails servem-se ainda vinhos, espumantes, cerveja e outras bebidas alcoólicas, além de uma série de petiscos pensados para acompanhar os copos.
É o caso do carpaccio de polvo (16€), do taco de lavagante (24€), da tábua de enchidos e queijos Charcutaria e Companhia (35€) ou dos Três Pinchos (15€), que inclui bacalhau com azeite de salsa, lavagante com creme trufado e chouriço de porco preto e tomate seco.
Junto da esplanada com 36 lugares, recebem DJ sets todas as sextas-feiras e sábados, e preparam-se para começar a assinalar os Dirty Sundays – domingos em que planeiam ter festas regulares ao final da tarde com DJ e uma variação do Bloody Mary. Nesses dias, pretendem ainda implementar o food pairing com um chef convidado que possa preparar algo especial e exclusivo, na área da finger food.
O Dirty Tails ainda agora abriu, mas não esconde as ambições que tem: está nos planos abrir um bar da marca em Lisboa, bem como numa das duas grandes cidades espanholas, Madrid ou Barcelona. Por enquanto, é na Marina de Cascais que se pode absorver (e sorver) o conceito.
Marina de Cascais, Loja 32-C, Ter-Dom 17.00-02.00