Notícias

Há uma nova exposição de Paula Rego para assinalar os 50 anos do 25 de Abril

A partir de 18 de Abril, 'Paula Rego: Manifesto' evoca a primeira mostra da artista portuguesa.

Ricardo Farinha
Escrito por
Ricardo Farinha
Paula Rego
Nick Willing'Cães famintos', Paula Rego (1963)
Publicidade

Como forma de assinalar os 50 anos do 25 de Abril, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, irá inaugurar uma nova exposição da artista portuguesa. “Paula Rego: Manifesto” promete explorar os temas da história contemporânea de Portugal através da obra da pintora que morreu em 2022, aos 87 anos.

Esta mostra evoca a primeira exposição individual de Paula Rego, apresentada em 1965 na Sociedade Nacional de Belas-Artes, numa altura em que a repressão da ditadura se intensificava. A partir de 18 de Abril, e até 6 de Outubro, 18 das 19 pinturas que formavam essa mostra (e que foram concebidas entre 1961 e 1965) estarão novamente reunidas.

Paula Rego
DR'Manifesto por uma causa perdida', Paula Rego (1965)

Algumas só foram localizadas muito recentemente, depois de anos em paradeiro incerto. Foram cedidas a partir de colecções particulares de diversos países e de instituições nacionais como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação de Serralves.

Paula, a "contrahistoriadora"

Algumas das pinturas que podem ser vistas a partir de desta quinta-feira, 18, reflectem a atitude de resistência que Paula Rego tinha perante a ditadura e o seu autoritarismo – com imagens que evidenciam a sua experiência enquanto mulher naquele tempo, mas também os horrores da guerra colonial, à qual sempre se opôs.

Paula Rego
DR'Mocidade Portuguesa', Paula Rego (2005)

Porém, essa será apenas uma parte da exposição, cuja curadoria ficou a cargo de Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira. Outras obras reflectem o contexto pós-revolucionário em Portugal e a permanência de elementos icónicos da ditadura no país democrático. 

Para Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira, Paula Rego foi uma “artista contrahistoriadora”. “A narrativa sobre a ditadura e o processo de democratização têm sido dominados pela perspectiva e acções masculinas. Em contracorrente, a obra de Paula Rego inscreve na abordagem crítica desses momentos históricos não só a experiência feminina, mas também o papel das mulheres na luta pela democracia e pelos seus direitos. O trabalho criativo e a intervenção cívica da artista recordam-nos ainda que a democracia é um projecto em construção e tem que ser revista e promovida constantemente”, dizem em comunicado.

Casa das Histórias Paula Rego. Avenida da República, 300, Cascais. 18 Abr-6 Out. Ter-Dom 10.00-18.00. 5€

+ As melhores coisas para fazer em Cascais em Abril

Últimas notícias

    Publicidade