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De Berlim para Sassoeiros. Foi este o trajecto que o chef Ivo Salgueiro fez, quando deixou a cozinha do restaurante de autor onde trabalhava na capital alemã há vários anos para regressar ao seu país. Veio a convite de um amigo, João Alves, um dos donos do novo Joanino (ao lado do sócio homónimo, João Capitão), para tomar conta da cozinha deste restaurante moderno português que aposta nos petiscos portugueses – e que está cheio de influências de outros países.
Inaugurado em Dezembro de 2024, veio substituir outra aventura gastronómica que estava a cargo dos mesmos donos, exactamente no mesmo espaço. O Hoja Santa, aberto em Agosto de 2023, tornou-se uma referência para todos os fãs locais de comida tradicional mexicana, mas os produtos autênticos que importavam – e que garantiam a qualidade dos pratos – tornaram a operação demasiado dispendiosa para ser sustentável.
Optaram então por um restaurante de petiscos que é mais familiar para o público português, tendo em conta que se trata de um espaço enquadrado numa zona sobretudo residencial, na fronteira entre os concelhos de Cascais e Oeiras. Antes do Hoja Santa, tinha sido o tradicional Olh’ó Petisco.
“A carta tem um bocadinho dos vários sítios por onde passei, das viagens que fiz, as coisas que aprendi, mas sem fugir demasiado aos petiscos normais, para não arriscar demasiado”, explica Ivo Salgueiro. “Vindo de Berlim, aqui as pessoas naturalmente não estão tão receptivas a coisas tão diferentes. Queremos ser diferenciadores e somos em várias coisas, mas conhecemos o público que temos.”
A aposta nos produtos de qualidade é uma norma que se mantém desde o Hoja Santa. Olhando para a carta, relativamente curta e que indicia uma cozinha que sabe o que quer, talvez faça sentido começar com os tostones (3€), chips crocantes feitos de banana pão. Junte ainda o patê de grão com beterraba (3,50€).
Os petiscos são o que mais sai, entre a sala e a esplanada, cada uma com 25 lugares. Destacam-se o ceviche de robalo (13€); o pica-pau (12€); as bochechas de porco (10,50€) ou o bife tártaro com levedura de cerveja (12,50€). Servem ainda camarão frito (12,50€), pimentos padrón (6€), batatas bravas (5,50€) ou os croquetes acompanhados de mostarda (2€ por cada).
Pode também optar por um clássico prego em bolo do caco e batata frita (9,50€) ou por uma desfiada de porco (6,50€), que já vinha do Hoja Santa e que encontrou casa no novo Joanino – o mesmo aconteceu com as margaritas (8€) que, de tão elogiadas, não puderam deixar a carta mesmo quando o restaurante alterou o conceito. Servem outros cocktails clássicos e uma série de vinhos portugueses. No Verão, adiantam, vão ter sangrias.
Quanto aos pratos mais compostos, a opção vegan é uma “fatia grossa” de couve-flor (13,50€) cozinhada a baixa temperatura, “como se fosse um bife”, com molho romesco, de origem italiana, à base de avelã, amêndoa, tomate e pão. Pode também experimentar as lulas com puré e grenobloise (15,50€); o lombo de bacalhau à brás e chouriço (15€); ou as plumas de porco preto (14,50€) cozinhadas com o fungo japonês koji, coentros e batata frita.
Termine a refeição com uma mousse de chocolate de 70% cacau, com flor de sal e raspas de avelã (4,50€); uma tarte basca (4,50€) ou uma panacotta com puré de morango (4,50€).
“Já estou cheio de ideias para mudar coisas e talvez arriscar mais”, adianta Ivo Salgueiro, que irá acrescentar petiscos à carta durante esta Primavera.
Rua Funchal, 3B, Carcavelos. Qua-Dom 12.30-15.30, 19.00-23.00. 918 780 145