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O Eduardo das Conquilhas vai estar encerrado nos próximos dias, pelo pior dos motivos: o homem que fundou o clássico restaurante da Parede, e lhe deu o nome, morreu este domingo, aos 93 anos. “Hoje o meu e nosso pai deixou-nos”, escreveu o filho Ricardo Santos nas redes sociais. “Partiu nos nossos braços, com todo o amor e carinho com que sempre nos deu e recebeu. Partiu em paz sossegado e rodeado de amor da nossa família.”
Eduardo Santos, que fica para a história como Eduardo das Conquilhas, abriu a sua casa em 1965. No início, vendia cafés, refrigerantes, pastéis de bacalhau, rissóis… “Só que isso não chegava”, recordava o próprio, num vídeo gravado em 2021. Foi então que uma funcionária sugeriu que passasse a constar uma especialidade no cardápio: as conquilhas. Dito e feito. “Todos os dias ia ao Mercado da Ribeira buscar dois quilinhos de conquilhas.” Quando chegou o momento de dar nome ao sítio, a solução veio da mesma funcionária. Nascia assim o Eduardo das Conquilhas, hoje uma instituição na Linha de Cascais e mesmo na Grande Lisboa.
“O meu pai é o nosso orgulho. Um percurso de vida lindo e inigualável. Estaremos cá para o orgulhar do que nos ensinou, os valores que nos passou. Vamos lembrar-nos muitas vezes da alegria que nos passava nas suas risadas e o vinho do Porto com que brindávamos nos momentos queridos”, lê-se ainda na publicação de Ricardo Santos, que além do apelido de família herdou também o cognome do pai: Ricardo das Conquilhas.
“O meu pai era querido por milhares de clientes. Tantas gerações de amor e carinho que sempre vinham à procura dele para o cumprimentar. Quem se lembra do amor com que o meu pai distribuía os chocolates pelas crianças? O meu pai foi um super pai.” Ricardo Santos partilha ainda as informações sobre os serviços fúnebres: o velório é na igreja da Parede, a partir das 15.00 desta segunda-feira, 25; a missa será no dia seguinte, terça-feira, às 11.00, seguindo o cortejo para Barcarena.
Há menos de um ano, em Julho, Eduardo das Conquilhas foi homenageado com um mural do tamanho de um prédio perto da cervejaria e da estação de comboios. Autoria de Mário Belém, artista que frequenta o restaurante desde que se lembra, para lá de 40 anos.