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A Pastorinha mantém-se um dos maiores clássicos da Avenida Marginal. Situado na Praia de Carcavelos desde 1983, o restaurante é herdeiro de outro espaço com o mesmo nome (e do mesmo proprietário original), que existia desde 1976 no Monte Estoril. Nos últimos meses, apesar de manter a identidade, os pratos da casa e o serviço elegante, tem vindo a sofrer pequenas alterações.
Não é uma revolução, mas antes uma discreta e silenciosa reforma, operada por dentro pelo chef Mauro Álison, aos comandos da cozinha desde Maio. Com 38 anos, veio do Hotel Casa Palmela, em Setúbal; mas antes passou pelo Bastardo, em Lisboa, entre outros restaurantes. Professor na escola de hotelaria de Setúbal, membro da direcção da sucursal portuguesa da organização internacional Chaines des Rotisseurs e jurado de diversos concursos gastronómicos, estava a trilhar um percurso mais ligado a uma cozinha contemporânea.
“Mas foi por ser um desafio enorme, esta responsabilidade de poder reinventar um clássico, que decidi aceitar esta proposta de vir para A Pastorinha”, explica à Time Out. “Foi a maior motivação, sabendo de todas as condicionantes que iria ter.”
Desde que chegou ao restaurante de Carcavelos, Mauro Álison alterou métodos de trabalho e algumas técnicas de confecção, bem como a forma de armazenamento de algumas matérias-primas. Embora a carta se mantenha idêntica, praticamente todos os pratos sofreram ligeiras alterações, explica. “Por exemplo, alterámos o molho dos bifes, o caldo do arroz de marisco é outro, o caril também mudou. Voltámos a ter salmonete, que fazia parte da carta mas que tinha desaparecido”, enumera.
O chef explica que, “mantendo o clássico”, deseja implementar “abordagens mais actuais”. “Acho que este tipo de serviço será uma tendência na restauração. Partindo deste ponto, com muitos anos de experiência, temos de estar à frente. Já o praticamos, então agora temos de dar um passo em frente.”
É no menu executivo – servido de segunda a sexta-feira aos almoços – que Mauro Álison tem mais espaço para arriscar nos pratos principais. O bacalhau de meia cura com açorda de grelos, o mero amarelo dos Açores com puré de nabo, o chispe de porco preto com esmagada de batata, o robalo com açorda de tomate, o tamboril à fragateira com camarão ou o arroz de pato cremoso com cogumelos são alguns dos pratos rotativos que tem servido diariamente. Por 30€, tem direito a prato principal, couvert, sopa do dia ou bisque de marisco, sobremesa à escolha, café e uma bebida.
A ideia é que os pratos que tiverem “maior aceitação” possam ser promovidos à carta, e que o menu executivo possa funcionar como um laboratório – onde não vale arriscar muito, mas se podem experimentar pratos distintos. Mauro Álison adianta, por exemplo, que em breve irá incluir opções vegetarianas no menu executivo.
“A mudança não pode ser radical, até porque não podemos quebrar os laços com os nossos clientes. Pelo contrário, queremos fortalecê-los, mas também atrair novos clientes”, remata.
Avenida Marginal, Praia de Carcavelos. 21 457 1892. Seg-Sáb 12.00-00.00; Dom 12.00-17.00
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