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O novo Belvedere celebra a dolce vita italiana com clássicos (e alguns twists)

O restaurante do hotel Grande Real Villa Itália abriu renovado, com um espaço mais leve e luminoso, a evocar a história de quando aquele edifício foi a residência do último rei de Itália, Umberto II.

Ricardo Farinha
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Ricardo Farinha
Belvedere
Hayley Kelsing
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Foi no discreto mês de Agosto que o Belvedere, o restaurante do hotel Grande Real Villa Itália, em Cascais, reabriu com um novo conceito ligado às raízes da história daquele palácio, mas também ao serviço tradicional de um ristorante italiano. Isto não significa, porém, que se trate de um regresso ao passado demasiado colado à tradição: os vários pratos apresentam twists contemporâneos e o espaço foi renovado para ter um ambiente mais luminoso e leve, em tons de branco e azul, com uma série de plantas que ajudam a tornar a experiência mais agradável.

A ideia é manter o requinte que inevitavelmente caracteriza o edifício, mas com uma abordagem descontraída. No interior, repleto de azulejos, há lugar para 36 pessoas. Lá fora, numa esplanada esplendorosa na qual quase se pode tocar o mar, cabem mais 38. De momento, está apenas aberto aos jantares, quando se pode aproveitar o pôr-do-sol, mas o Belvedere planeia começar a servir almoços às sextas-feiras e aos fins-de-semana muito em breve, para ainda aproveitar o bom tempo.

Belvedere
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O novo conceito está intimamente ligado à história daquele palácio. Após a Segunda Guerra Mundial, o último rei de Itália, Umberto II, obrigado a exilar-se depois de ser instaurada a República, mudou-se para Portugal, onde viveu durante largos anos. Começou por se instalar na Villa D’Este, que pertencia à família portuguesa Pinto Basto. Em 1961, um grupo de fiéis monárquicos italianos uniu-se para contribuir para a construção daquela que se tornaria a sua residência definitiva, o actual Grande Real Villa Itália. Durante décadas, a casa do rei acolheu festas luxuosas, com outros monarcas ou nobres instalados na Linha de Cascais. Em 2004, o edifício abriu como hotel.

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Umberto II, conhecido por gostar de boa comida mas também por ser um fã de charutos e de bilhar, inspira o novo conceito do Belvedere onde também se sente o espírito da dolce vita italiana, graças à proximidade com a costa, o ritmo desacelerado e a elegância despreocupada. O chef executivo Luís Sousa e a respectiva equipa idealizaram uma carta que reflecte os gostos do monarca e os grandes clássicos da cozinha italiana, embora com uma abordagem contemporânea e a presença de vários produtos locais portugueses. Curiosamente, os pratos de eleição da casa real de Sabóia vêm assinalados no menu com o símbolo de uma coroa.

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Hayley KelsingO paccheri al pomodoro

Comece pelas antipasti. Como entradas, o novo Belvedere destaca a bagna càuda (15€), uma receita quente de Piemonte à base de alho e anchovas, acompanhada por crudités; o fritto misto (28€), que pode ser feito com vegetais, peixe ou carne envoltos em polme e fritos até ficarem bem estaladiços; a burratina pugliesi (20€); o atum tonnato (21€), servido com alcaparras, verduras e vinagrete de limão; o carpaccio de novilho (25€); ou os camarões tigre grelhados (37€), com alho negro e pesto de tomate.

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Hayley KelsingO agnolotti alla piemontese

Segue-se o primi, à moda tradicional italiana, um primeiro prato após as antipasti. Nesta categoria, existem três preferidos do rei: o agnolotti alla piemontese (27€), que vem envolto num guardanapo e é uma especialidade de massa fina recheada de carnes mistas com caldo caseiro quente; o risotto alla zafferano (21€), um arroz cozido em caldo e vinho branco com açafrão; e a Mafalde Alla Nerano (25€), os anéis de massa ondulada, servida com curgete e limão, que são uma homenagem à princesa Mafalda de Sabóia, filha do rei Vítor Emanuel III de Itália. Esta receita foi originalmente criada para assinalar o seu nascimento em 1902. Naturalmente, existem outras opções, como o paccheri al pomodoro (25€), uma massa servida com molho de tomate que é finalizada à mesa com o processo de mantecatura, com queijo, para que o molho fique com a cremosidade certa.

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Hayley KelsingA cotoletta Orecchia d'Elefante

Nos pratos principais, os secondi, serve-se o peixe do dia com molho de alcaparras (40€), mais um dos favoritos do rei; a cotoletta Orecchia D’Elefante (90€), extraída das primeiras seis costelas da vitela de leite, com um sabor amanteigado e que é cortada na mesa, idealmente para duas pessoas; o carré di Agnello com pistácios e polenta (34€); a tagliata di manzo, com legumes e pesto (36€); ou o estufado de peixe e marisco à Livornesa (38€). Há uma série de contorni ou seja, acompanhamentos , para pedir, com destaque para a caponata siciliana (15€), com base de beringela salteada.

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Termine a refeição com uma das três sobremesas. A cassata siciliana (16€) evoca o casamento de Umberto II com Maria José da Bélgica, já que foi uma das sobremesas servidas na cerimónia. Nesta versão, consiste em várias camadas de bolo embebidas em licor e intercaladas com creme gelado. Prove ainda o tiramisù (14€) ou a meringata al limone (12€).

Também existe uma carta cuidada de vinhos, com muitas referências italianas mas não só, pensada pelo sommelier português Rodolfo Tristão. Além disso, também servem uma série de cocktails de inspiração italiana.

Rua Frei Nicolau de Oliveira, 100, Cascais. 19.00-23.00. 21 096 6000

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