Não queremos que se transforme em alcoólico – até porque vai ter muita coisa com que ensopar a bebida, do tradicional bolo do caco barrado com manteiga de ervas às lapas e espetada –, mas já que está de visita à ilha da Madeira, complete o roteiro e prove tudo o que é típico. Além da poncha, bebida perigosa que parece um suminho mas é bem potente, feita com rum da Madeira, há outras misturas clássicas da ilha que, à primeira vista talvez lhes torça o nariz, mas que deve mesmo provar. Falamos, por exemplo, da nikita ou do pé de cabra, mas também dos refrigerantes mais famosos brisa e laranjada, difíceis de encontrar no continente. Prove estas bebidas na sua viagem e diga de sua justiça.
Recomendado: Quatro ponchas que vai querer provar na Madeira
Há em qualquer restaurante, snack-bar, taberna ou pequeno estabelecimento comercial. A Brisa é uma marca de refrigerantes madeirense, produzida pela Empresa de Cervejas da Madeira, e é a bebida mais consumida em dias de ressaca (os dias pós-poncha, leia-se). Foi criada em 1970, transformando-se no primeiro refrigerante em todo o mundo à base de sumo de maracujá roxo, sem corantes. Há as versões de maçã, laranja ou ananás.
De sabor a laranja é o mais antigo e tradicional refrigerante madeirense produzido pela Empresa de Cervejas da Madeira. A primeira laranjada foi bebida em 1872, ainda antes da coca-cola, e nos dias que correm mantém o sabor original. É fortemente carbonatada, efervescente e de cor laranja vívida. Em alturas de festa rija, é misturada com vinho para se fazer sangria.
É produzida pela Empresa de Cervejas da Madeira. É uma cerveja do tipo “lager”, fabricada a partir dos melhores maltes de origem checa, fermentada e amadurecida a baixas temperaturas.
É um vinho fortificado, intenso, doce e fresco, produzido na Madeira e reconhecido em todo o mundo (se fosse para ter um arqui-inimigo, diríamos que seria o vinho do Porto). Há quatro tipos principais de vinho da Madeira, designados pelo nome das suas variedades: Malvasia, Boal, Verdelho e Sercial. É possível visitar as caves deste vinho no Funchal.
Fun fact: a celebração da independência dos Estados Unidos da América, em 1776, foi comemorada com um brinde com vinho Madeira. Dependendo do ano e tipo, os preços vão variando.
É a única sugestão que não combina ingredientes que testam a ressaca. Destilado em alambiques do Engenho do Norte (fábrica que pode visitar), deixado a estagiar durante seis anos em cascos de carvalho, o Rum Agrícola da Madeira 970 é uma referência na ilha desde a década em que começou a ser produzido, a de 1970. Tem um tom âmbar escuro e um grau alcoólico que digere rapidamente qualquer refeição farta, 40%. Bebe-se em todos os bons restaurantes da região.
Originária de Câmara de Lobos, é outra bebida que testa a resistência estomacal ao levar vinho seco (ou vinho Madeira seco), cerveja preta, açúcar, chocolate em pó e casca de limão – tudo bem misturado pelo mexelote, o pau com que se prepara a poncha (na ilha ouvirá outro nome, daqueles que levam bolinha vermelha).
O nome vem de um clássico de 1985 de Elton John, mas a composição vem da cabeça de um funcionário de um bar em Câmara de Lobos sem medo das dores de estômago: gelado de ananás, cerveja, vinho branco, açúcar e mel. Tudo numa caneca de cerveja pequena com uma palhinha que nos chega espetada, direita como se puxada por um fio de prumo invisível.
É, a par de Cristiano Ronaldo e da banana, um emblema da Madeira e leva aguardente de cana, açúcar e sumo de limão ou laranja. Pode ser à regional ou à pescador, com esta mistura anterior com mais ou menos álcool, ou aligeirada com vodka e outras frutas (actualmente pode beber-se poncha de qualquer sabor, embora as frutas mais tradicionais para misturar sejam o maracujá e a tangerina). Descubra aqui onde beber poncha.
Discover Time Out original video