Na época alta, nesta casa na Quinta Grande, em Câmara de Lobos, vendem-se em média 200 a 500 ponchas por fim-de-semana. A bebida acompanha bem com uns tremoços temperados e amendoins. Está de portas abertas há mais de 70 anos e mantém a decoração, com armários de loiças antigas, notas de escudos e fotografias autografadas pelas muitas celebridades portuguesas que por aqui já passaram.
A poncha está bem enraizada na Madeira – a sua origem remonta ao século XVI, altura em que os descobridores transportavam limão para prevenir o escorbuto. Para conservar o fruto, este era transportado em aguardente e melaço de cana produzidos na Madeira. Há várias versões mas as mais tradicionais são a poncha à pescador, com aguardente de cana-de-açúcar (o rum madeirense), limão e açúcar, e a regional, à qual é acrescentada laranja. Em todas há um denominador comum na confecção e os madeirenses garantem que é essencial: o pau de poncha, feito em madeira e também conhecido como “caralhinho” ou “mexelote”. Uma espécie de varinha mágica artesanal que mistura e macera todos os ingredientes. Diz quem sabe que a Bimby não faz igual. Vá a vendas (era aqui que, antigamente, se vendiam os produtos avulso), tabernas e pequenos bares – em todos, o preço da bebida varia entre os 1,50€ e os 2,50€. Descubra onde beber poncha na ilha, mas faça-o com moderação pela saúde do seu fígado.