Trilhos, Pico Ruivo, Ilha da Madeira
©Krzysztof Sinica/UnsplashPico Ruivo
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Dez trilhos e levadas para fazer na Madeira

Se não sabe o que é uma levada, aprenderá depressa numa ida à Madeira. Estas são as melhores caminhadas para fazer na ilha.

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Uma pequena lição logo de início, porque o provável é não saber o que é uma levada e nós não estamos aqui para julgar, apenas para o encaminhar no sentido certo. As levadas são pequenos canais de irrigação feitos em pedra que servem para redireccionar as águas de uma zona para outra. A sua origem remonta ao século XV, altura em que tinham como função levar e distribuir a água das zonas mais chuvosas do norte pelas zonas mais a sul. Isto significa que, durante um passeio destes, vai poder entrar natureza adentro, seguindo um trilho que acompanha a levada. Muitas das levadas percorrem a floresta Laurissilva, património mundial da UNESCO desde 1999 e uma das sete maravilhas de Portugal. Têm diferentes níveis de dificuldade – dependendo do seu nível de actividade física, mas também de quem o acompanha, algumas são perfeitas para fazer em família e outras são indicadas apenas para os mais resistentes.

Há mesmo quem viaje até à ilha da Madeira, vindo de vários pontos do mundo, para participar no MIUT – Madeira Island Ultra Trail, uma prova de corrida de montanha com passagens pelos cumes mais altos da ilha, com percursos que começam nos 16 km. Mas não precisa de ser um profissional e meter-se logo nestas andanças (mas pode definir já um objectivo, vá). Para os adeptos da marcha, da corrida, do running, do trail, do trekking, da observação de pessoas ou pássaros, sugerimos percursos em vários pontos da ilha para que dê corda aos sapatos. Com maior ou menor acentuação, por baixo ou por cima das nuvens, estes trilhos vão ajudá-lo a conhecer alguns dos lugares mais bonitos da ilha da Madeira. Só não se esqueça de levar um calçado confortável.

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Dez trilhos e levadas para fazer na Madeira

1. Levada dos Balcões

Esta é uma das caminhadas perfeitas para fazer em família, mesmo que tenha garotos pequenos sempre a pedir para voltar para o carro ou para ir dar um mergulho porque estão fartos de andar. É curta, sempre plana e perfaz um total de três quilómetros, com ida e volta. Fica no concelho de Santana e é facilmente acessível de carro. Culmina num miradouro lindíssimo, perfeito para gritar “mundo, estou aqui”.

2. Levada do Rabaçal e 25 Fontes

O percurso inicia-se descendo até ao Rabaçal, na Calheta, e, a partir daí demora cerca de três horas, com ida e volta, correspondentes a cerca de nove quilómetros. Conduz até a uma das mais espectaculares lagoas, a das 25 Fontes, alimentada por várias quedas de água provenientes do Paul da Serra. A dificuldade desta levada está no grau médio.

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3. Levada do Caldeirão Verde

A Levada do Caldeirão Verde tem início no Parque Florestal das Queimadas em Santana e tem seis quilómetros e meio para um lado, e outros seis quilómetros e meio para o ponto de partida. Não é das mais difíceis, mas também não é das mais fáceis, é intermédia. Leve lanterna e calçado adequado, porque durante o percurso há piso escorregadio e vários túneis. O final da levada tem um lago, com água que cai verticalmente, numa queda de água com cerca de 100 metros.

4. Levada Fajã do Rodrigues

Também conhecida como Levada Fajã da Ama, esta tem início nas Ginjas, em São Vincente e leva o caminhante até à Ribeira do Inferno. Tem oito quilómetros, no total, e pelo caminho vai ouvir a melodia dos tentilhões. Tem zonas muito escorregadias e algumas escuras, pelo que deve ir bem agasalhado e com uma lanterna (a do telemóvel às vezes não basta). Se é a primeira vez que se vai meter em caminhadas, não comece por esta.

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5. Pináculo-Bica da Cana

Este é um percurso circular que começa e termina no Paul da Serra, na estrada regional 110. Começa logo com algumas descidas e piso irregular até entrar na levada, a partir da qual o percurso é plano até ao Pináculo. Pelo meio tem vistas panorâmicas sobre São Vicente e quedas de água. No total são 4,5 quilómetros.

6. Levada da Ribeira da Janela

São 22,8 quilómetros, ida e volta, e esta é daquelas que é só para pros, uma vez que o percurso é difícil. Começa nos Lamaceiros, no Porto Moniz, e é toda uma viagem pelo interior do vale da Ribeira da Janela. Durante o percurso há túneis escorregadios e desníveis. No final do percurso está a madre da Ribeira da Janela, com água cristalina a brotar de rochas imponentes. Leve mochila com marmita, água e fato-de-banho, para mergulhar numa das lagoas e recuperar todas as forças antes de se fazer ao caminho novamente.

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7. Levada do Rei

Esta levada tem uma extensão de pouco mais de cinco quilómetros e tem vistas espetaculares para as terras agrícolas de São Jorge e Santana. O trilho começa na Estação de Tratamento de Águas, em São Jorge, e acaba no mesmo local. São cerca de três horas e meia, dependendo do ritmo da passada e de quantas vezes parar para tirar fotografias, e andará entre os 530 e os 710 metros de altitude.

8. Levada do Furado

De fácil acessibilidade, os caminhos não são planos, são um pouco escorregadios, até, aumentando bastante o nível de adrenalina. Além disso, há uma neblina que o acompanha. O trilho segue pela Levada do Furado, das primeiras da ilha a ser mapeada, até ao miradouro da Portela, em Machico. Este trajecto de 10,7 quilómetros costuma levar entre três a quatro horas a fazer e passa por campos agrícolas e pela Penha d’Águia. Esteja atento porque pode encontrar um bis-bis: não é um percurso igual ao que fez, mas sim um pássaro endémico da ilha.

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9. Vereda Pico Areeiro – Pico Ruivo

Não é uma levada, mas é um trilho lindíssimo (e exigente, atenção) que une os três picos mais altos da ilha. Tem um total de sete quilómetros pela frente e muito sobe e desce – antes de chegar finalmente ao Pico Ruivo, passa ainda pelo Pico das Torres –, portanto conte com umas quatro horas e com muitos miradouros pelo caminho para descansar e apreciar as vistas.

10. Trilho Cais do Sardinha

Fica na ponta mais seca da ilha e de lá consegue ver-se a rocha vulcânica primitiva (com cerca de 5 milhões de anos) junto ao mar. Quando se passa Machico, a vegetação torna-se rasteira porque o terreno é muito arenoso e exposto ao vento e, ainda antes de chegar ao destino, passará pela Quinta do Lorde, um empreendimento turístico com muita pinta. Chegando à Ponta de São Lourenço dá-se um fenómeno interessante, o dom da ubiquidade, pois este é dos poucos sítios onde se consegue estar em contacto tanto com o norte como com o sul da ilha. É junto ao parque de estacionamento que começa o trilho Cais do Sardinha, em homenagem à família que possuía uma casa mesmo na ponta da Ponta de São Lourenço. A pé ou a correr, irá começar pela Baía D’Abra. Depois, a meio do percurso, encontra uma praia (a descida é íngreme, cuidado), onde pode aproveitar para dar um mergulho, subindo depois ao miradouro e regressar. Quem corre, faz o percurso de oito quilómetros em hora e meia. Quem vai passear, demora cerca de três.

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