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Artistas de plástico: conheça estes artistas que fazem arte com desperdício

O lixo pode chegar a nós em forma de arte. Conheça estes artistas que fazem do lixo matéria-prima.

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Fazer a reciclagem não é suficiente, todos sabemos disso, mas é um passo importante para que pelo menos em casa se crie uma consciência sustentável e se perceba a quantidade de lixo que produzimos todos os dias, todas as semanas. O problema está, no entanto, no lixo (sobretudo no plástico) que é depositado incorrectamente ou simplesmente abandonado na rua, nos oceanos ou nas praias. Há quem veja nele uma forma de arte, matéria-prima de trabalho que pode voltar a ser alguma coisa. Para estes artistas, nada se perde, tudo se transforma. Tratam por tu a sustentabilidade e convertem em obras-primas o que para muitos é lixo, desperdício, o que lhe queiram chamar.

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Bordalo II

Tem obras espalhadas por todo o país, quase todas da colecção Big Trash Animals. Artur Bordalo, ou artisticamente falando Bordalo II, agarra naquilo que diz ser o "fim da linha" que é o lixo (a que gosta de chamar de desperdício) e faz arte com ele para provar que pode ser reaproveitado. As peças que tem vindo a deixar pelas cidades evocam uma crítica à sociedade consumista e à forma como o ser humano explora, de forma abusiva, os recursos da natureza.  

Xico Gaivota

O mar não é território desconhecido para Ricardo Ramos, que foi pescador e marisqueiro profissional – mas se conhece tudo o que de bom as águas guardam, também conhece o pior que por lá anda: a poluição. Há cerca de dois anos, pegou no que vinha à rede e com o lixo das praias da costa portuguesa começou a fazer esculturas de temática marítima. “Nunca nenhum material me tinha dado o gosto e o desafio que o plástico me dá”, disse em tempos à Time Out. Agora, enquanto artista plástico (e de plástico) que assina como Xico Gaivota, é movido pelas preocupações ambientais e corre praias e arribas para recolher centenas de quilos de lixo. Depois disso, tende a transformá-los em obras de arte com a mínima pegada ecológica possível. Pode espreitar as peças através do Instagram (@xicogaivota) e descobrir onde pairam obras futuras.

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Madalena Martins

Começou por trabalhar o lado mais comercial do design gráfico, até que, em 2011, Madalena Martins despertou para a temática da consciencialização ambiental, data em que criou uma peça que foi apresentada no Serralves em Festa: a partir de 2500 m2 de 55 telas publicitárias da Super Bock, e com a ajuda de reclusos do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, criou almofadas de rua forradas com interior de esferovite reciclado. Desde então, já transformou objectos de plástico em flores que pendurou no tecto de um centro comercial ou rótulos de garrafas dos vinhos Esporão em cadernos ou capas revestidas. “Ao mesmo tempo que se trabalha a identidade do cliente, conta-se uma nova história e abre-se um novo ciclo”, descreve. As suas peças podem ser compradas, por exemplo, na loja da Universidade do Porto, na Objectos Misturados, em Viana do Castelo, ou então online.

Ricardo Nicolau de Almeida

Nasceu em Nevogilde e teve a praia como pátio de brincadeira. Foi essa ligação ao mar, aliada à percepção do aumento do lixo marinho à sua volta, que levou Ricardo Nicolau de Almeida a enveredar pela chamada ocean trash art. “Tornou-se quase uma obsessão ir à praia limpar, porque, ironicamente, os materiais são muito bons e resistentes”, revela o artista, que cria instalações no espaço público com objectos que vêm na corrente. Garrafas, rolhas, isqueiros e brinquedos são alguns dos desperdícios cujas cores e formas reutiliza para dar vida a rostos ou paisagens. Uma das mais recentes peças de grandes dimensões do artista, feita com lixo apanhado em toda a costa portuguesa, foi apresentada na edição de 2019 do Melting – Gastronomy Summit.

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