O que podem as pessoas esperar desta instalação?
Creio que serão surpreendidas com a densidade da peça. Ao longe temos o impacto da escala, da cor e também da luz. Ao aproximarmo-nos, começamos a reparar em cada vez mais detalhes: o casal trajado e a sua relação com o coração central, as fotografias da cultura minhota que o circundam em cubos impressos em 3D, as pinturas dos artistas convidados - Cipriano Oquiniame e João Cristino - ou até as inscrições das pessoas. Quem visita de dia vê algo diferente do que vê de noite. É bastante distinto, aliás, sendo essas mutações propositadas de forma a criar surpresa.
Esta instalação tem uma grande vertente tecnológica. Acredita no potencial da tecnologia ao serviço da arte?
A impressão 3D tem uma conexão estreita com outras áreas como a electrónica e, acima de tudo, com um espírito maker. Esse espírito tem criado uma comunidade nacional e internacional forte em que o conhecimento é partilhado e em que se pede apenas um ingrediente: vontade.
Isso abre as portas a um mundo em que a criatividade é o limite; permite estas conjugações de áreas muito avançadas com as mais tradicionais.
O meu interesse está em aplicar estas valências na arte. Creio que este é o futuro da arte e não só.
O que é que mais gosta nesta instalação?
O facto de ser muito consensual. A maioria das pessoas gosta, há outras que sentem mais indiferença mas ainda não ouvi alguém dizer: "Não gosto. É feio.". Isso prova que as pessoas se identificam com a peça e esta comunica com elas. O facto de poderem interagir também as relaciona de uma forma mais próxima, sendo que podem controlar a iluminação e/ou deixar a sua marca, inclusivamente.
Além disso, a união dos novos métodos de produção digital com os tradicionais e as diferentes artes envolvidas, numa simbiose equilibrada.