Fez brilhar a cidade como poucas. Fundada em 1864, a Companhia Aurifícia trabalhou a todo o gás durante quase 150 anos. E para vários sectores. Foi uma das fábricas pioneiras em Portugal na produção de objectos de ourivesaria em prata e ouro, fez peças de arte sacra, faqueiros e serviços de chá. Também se destacou, e bem, na fundição de metais e na produção de ferragens, de arame farpado, de pregos e de parafusos. Em 2010 fechou definitivamente as portas e foi recentemente adquirida – a extensa propriedade, que ocupa 1,6 hectares, foi posta à venda em 2013 por 10 milhões de euros.
Apesar de nunca ter sido visitável (a não ser para os leitores da Time Out que aqui festejaram, em 2012, o 2º aniversário desta revista), são poucos os portuenses que não reconhecem a fachada com azulejos bordeaux na Rua dos Bragas. Para lá das portas há uma viagem no tempo. Além da maquinaria pesada de referência, há candeeiros, balanças e viaturas antigas. E até um grande arco em pedra, com o busto de Joaquim Rodrigo Pinto, primeiro administrador da companhia, esculpido por Teixeira Lopes, resistiu inexorável à passagem dos anos.