Nunca nenhuma marca deu tantas ensaboadelas aos portugueses. E ainda bem. Fundada em 1887 por Ferdinand Claus e Georges Schweder, dois alemães que abriram na Invicta a primeira fábrica nacional de perfumes e sabonetes, a marca faz este ano 130 anos, e muita água (com ou sem espuma) correu desde então.
Em 1916, por causa da I Guerra Mundial, Ferdinand foi forçado a abandonar o país e a fábrica foi nacionalizada. Só alguns anos mais tarde, já no rescaldo do conflito, é que a Claus & Schweder é adquirida e integrada na Ach Brito, a empresa de Achilles de Brito, que já era contabilista e sócio da marca de sabonetes. A empresa passa a concentrar em si todo o processo de produção, desde a confecção do sabonete até ao design das embalagens, tornando a Claus Porto num produto de luxo muito requisitado pelos mercados internacionais.
A crescente procura deve-se, sobretudo, ao processo minucioso e manual, segundo o qual tudo é feito. Só depois de vários testes (nunca em animais) é que a massa de sabão e os corantes são misturados. As barras solidificadas são cortadas à mão e os cordões acrescentados um a um. Terminados todos estes passos, o sabonete está pronto a ser cunhado numa máquina de prensar. Retira-se o excesso e envolve-se em papel vegetal, à mão, antes de ser embalado. Este Verão, a marca abriu na Rua das Flores uma loja-galeria que, além de vender os produtos da marca, como sabonetes, águas-de-colónia e cremes de 4 mãos, tem uma galeria que conta esta história através de desenhos feitos à mão, litografias, recortes de jornais e anúncios publicitários dos anos 40 e 50, e que vale a pena conhecer.