É quando nos mandam para a rua que nos tornamos mais fortes, porque é lá que estamos em comunhão com a cidade e com os seus habitantes. Todos os meses esta revista é escrita entre prédios novos e velhos, sobre alcatrão e calçadas gastas, em mesas de cafés e restaurantes, nas cadeiras das salas de espectáculo ou na relva fofa dos jardins. Só assim lhe conseguimos trazer o que de melhor temos. Vai daí, através de uma selecção de 25 novos restaurantes, mostramos-lhe como a cena gastronómica da cidade mudou em 12 meses. Temos espaços de chefs conceituados e de jovens chefs aos quais devemos ficar atentos.
E tanto preservamos a nossa comida tradicional, como nos abrimos à cozinha do mundo. Somos cada vez mais cosmopolitas, é certo, mas estimamos o velho como se fosse novo. A pensar nisto, encontra também um roteiro pelo vintage, com lojas de roupa e acessórios, antiquários carregados de histórias e barbearias que lhe fazem cortes à moda antiga, entre outras coisas.
Em Julho demos ainda voz a duas mulheres que, por razões diferentes, nos falaram da falta de feminismo que existe nas nossas ruas. Na peça Todos os Dias me Sujo de Coisas Eternas, a actriz Sara Leitão Barros debruça-se sobre a toponímia do Porto para falar de uma cidade que apagou as mulheres da sua História. E Carolina Marcello faz da rua palco para o seu activismo, na luta pelos direitos da mulher. Por isso, é lá que queremos estar. Na rua. Consigo.