Gazete Azulejos
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Aulas de cerâmica: seis sítios no Porto para pôr as mãos na massa

Se não tem medo de sujar as mãos, parta à descoberta destes seis sítios com aulas de cerâmica no Porto.

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Num mundo quase dominado pelos conteúdos digitais e pelo imediatismo, é normal que procuremos, cada vez mais, estar em contacto com o que nos é mais ancestral: a terra. Nestes seis ateliers de cerâmica (e não só) no Porto, longe dos estímulos, distracções e exigências constantes do quotidiano, atingir este objectivo torna-se mais fácil. Com tempo, dedicação e uma certa dose de paciência, até os menos habilidosos na arte de moldar o barro são capazes de voltar para casa com os pratos e copos do próximo jantar, ou com um presente diferente para surpreender alguém especial.

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Mãos na massa

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Fotogénicos que só eles, os azulejos estão espalhados pelas fachadas da cidade. O que nem toda a gente sabe é que, em tempos, eram feitos em fábricas nos arredores do Porto, entretanto desaparecidas. A necessidade de preservar a tradição, em risco também devido ao aumento de edifícios devolutos, levou Alba Plaza e Marisa Ferreira a fotografar e catalogar os diversos padrões existentes, bem como as respectivas localizações.

Para financiar este arquivo digital, que já soma mais de 300 registos, a dupla fundou a Gazete Azulejos, um atelier onde, além de venderem peças de autor, ensinam técnicas tradicionais de pintura de azulejos. No decorrer dos workshops, conduzidos em inglês e com duração de duas horas, cada participante tem a possibilidade de decorar duas peças. E pode sempre deixar-se inspirar por uma série de réplicas dos originais que se encontram espalhados pelo Porto.

Durante a oficina, que já inclui todo o material necessário, a dupla explica-lhe tudo o que há para saber sobre o trabalho que desenvolve e, claro, sobre estes pequenos quadrados que estão na origem de tudo. No dia seguinte, pode ir buscar as obras de arte que produziu, já devidamente cozidas.

Para participar, os interessados apenas precisam de escolher uma das datas disponíveis no site do projecto e avançar com a inscrição. Pode ir sozinho, se bem que as orientadoras recomendam o programa a quem procura passar agradáveis momentos em família ou entre amigos.

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Desde 2020, quando abriu no quarteirão das artes da Miguel Bombarda, que a Ó! Cerâmica é ponto de paragem obrigatória para todos os apaixonados por esta arte manual. Enquanto galeria, loja e estúdio, este espaço multifacetado tornou-se conhecido por dar palco a talentosos artistas nacionais e estrangeiros, ao mesmo tempo que mantém um calendário regular de exposições individuais e colectivas.

Os workshops, pensados para vários níveis de aprendizagem, são outra constante da programação. Os mais comuns chamam-se Rapidinhas e acontecem todos os sábados, tanto de manhã (10.00-13.00), como à tarde (15.00-18.00). São oportunidades perfeitas para quem quer fazer uma primeira abordagem à cerâmica, a começar pelas diferentes técnicas e pelos utensílios mais indispensáveis ao ofício. Tudo isto sob o olhar atento de Violeta, a residente de quatro patas, especialista em sestas e festinhas.

Cada oficina é dedicada a um objecto diferente — as opções incluem pratos, canecas, taças, jarras, chávenas, máscaras e figuras. Três semanas depois, pode levar as suas peças para casa.

Todos os meses, a data e horário das actividades é divulgado nas redes sociais, pelo que só precisa estar atento para não perder nada.

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Ana Pinho sempre gostou de sujar as mãos. Primeiro, com pincéis e aguarelas. Mais tarde, com barro e moldes, começou a retratar o nu, apostando numa linguagem escultórica feita de “formas volumétricas e disformes”. Concluída a faculdade, a artista “queria fazer alguma coisa, mas não sabia bem o quê”, contou à Time Out na época. Rentabilizar as suas criações era difícil e, em paralelo, o seu espaço de trabalho em Gaia fora vendido. Optou, então, por desenhar um projecto de raiz, inaugurado em Janeiro de 2020.

A Oficina Cobalto, como lhe chamou, é uma mistura de atelier, galeria e oficina. Mais do que um sítio para desenvolver as suas criações, Ana construiu uma casa para os talentos da nova geração, onde jovens autores podem expor pintura, escultura, ilustração ou fotografia. Os residentes idealizam ainda, regularmente, workshops com as respectivas artes em foco.

Uma vez que a cerâmica está em destaque na Cobalto, não faltam oportunidades para pôr a mão na massa. Pode explorar várias técnicas, entrar no imprevisível mundo dos vidrados e até aventurar-se na pintura sobre azulejo.

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Chama-se Nü Coworking Criativo e nasceu da necessidade de Manu Sousa ter um espaço para cozer as próprias cerâmicas. Mas esta brasileira – que deixou o país de origem há mais de 12 anos e, entretanto, já viveu em Angola, África do Sul, Suécia e Senegal – não ficou por aí e juntou outros autores debaixo do mesmo tecto. Aqui, não se trabalha, contudo, apenas com cerâmica. Há também ilustração, cursos de costura e outros workshops.

Para os interessados em aprender a trabalhar o barro, há sempre oficinas aos sábados. As três horas de aula arrancam com uma explicação sobre os tipos de pasta, os estágios da peça e a hidratação e reciclagem das argilas. Em seguida, são apresentadas quatro técnicas de modelagem manual, entre as quais os aprendizes vão ter de escolher uma para executar o seu primeiro objecto.

Outra possibilidade de aprendizagem é o curso de introdução à modelagem manual, que inclui quatro sessões. As principais técnicas utilizadas neste tipo de processo, os cuidados básicos a ter com a secagem da peça, a restauração do objecto ainda cru, a decoração, a pintura e a vidragem são as etapas abordadas.

Caso não lhe apeteça sujar as mãos, pode sempre visitar o espaço para conhecer ou comprar as peças que por ali se fazem.

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Em 2016, Teresa Branco materializou o sonho de “possibilitar a criatividade e o contacto com a terra a pessoas que vivem numa zona urbana”. Anteriormente ligada à área de intervenção social, abriu a Brâmica, onde hoje produz jarras, taças e vasos. Geralmente, as peças são modeladas em grés, um barro moído com diferentes gramagens, adicionado à pasta cerâmica, e a decoração é feita com vidrados ou através de choques térmicos num forno próprio, a gás.

Nesta oficina, Teresa trabalha em duas frentes: de um lado, há o sentido terapêutico de “autopromoção, autovalorização e auto-realização” dos participantes e, do outro, a promoção da cultura portuguesa, em particular da azulejaria. O espaço está aberto a todos, já que “para fazer cerâmica só é preciso ter vontade”, segundo defende até hoje. Pode ser frequentado de segunda a sexta-feira, com um pacote mensal que varia entre 50€ e 200€, de acordo com o número de horas acordado. Este inclui toda a logística, com excepção do barro e cozedura. Além disso, há workshops pontuais de escultura em azulejos e workshops livres.

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A possibilidade de vivenciar e partilhar experiências artísticas é a grande mais-valia do Gira Terra, um espaço dedicado às artes, manualidades e bem-estar. Com um jardim onde pode relaxar e um café perfeito para petiscar ou tomar um refresco, aqui, tem muitas oficinas e cursos de cerâmica com que se entreter. Formações em roda de oleiro ou modelagem em argila são boas apostas para quem procura experiências de curta duração, sejam individuais ou em grupo.

Para um trabalho mais contínuo, pode investir num curso mais detalhado em torno da roda de oleiro e de vários outros processos, desde amassar o barro até à construção de peças. Serão abordados os diversos materiais e utensílios, com técnicas variadas, até à finalização. O custo varia de acordo com a duração do pacote contratado.

Outras sugestões

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A oferta cultural portuense é vasta, apesar de, por vezes, escapar ao radar dos mais distraídos. Não nos faltam livrarias, nem galerias de arte, e quanto as museus também estamos bem servidos, já que a quantidade e a qualidade falam por si só. Estão espalhados por todos os cantos da Invicta, para todos os gostos e épocas – da escultura à imprensa, e do futebol à pintura –, pelo que visitá-los devia ser instituído como uma disciplina obrigatória nas escolas ou como programa não-facultativo aos fins-de-semana. Siga este roteiro com alguns dos melhores museus no Porto.

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  • Caminhadas e passeios

O Porto está particularmente bem servido neste departamento. Sim, não nos poupamos de elogios à cidade. Do Parque de Serralves ao Jardim das Virtudes, é difícil cansarmo-nos dos espaços verdes espalhados um pouco por todo o lado. Cada um tem a sua história, a sua identidade, e o seu melhor ângulo para a fotografia nas redes sociais. É fácil perceber porque é que estes são os melhores parques e jardins no Porto: são boas opções para passear ao fim-de-semana, fazer algum exercício fisico ou até para descansar no final de um dia longo de trabalho. 

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