The Goodlife Center
©DRA costura é uma das coisas que se aprende no The Goodlife Center em Londres
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19 coisas incríveis que invejamos em outras cidades

Já todos sabemos que o Porto é a melhor cidade do mundo, mas a verdade é que não perdia nada se importasse algumas ideias de outros países, como as que estão nesta lista, com as 19 coisas incríveis que invejamos em outras cidades

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Aqui encontra algumas ideias estapafúrdias q.b., mas são todas altamente tentadoras. Afinal, quem é que nunca quis comer num ambiente mágico, como se estivesse no mundo do Harry Potter? Ou beber um copo com o Jon Snow num bar cuja temática é a série de televisão Guerra dos Tronos? Visitar um museu flutuante e outro dedicado às más ideias também era bom ser possível fazer por cá. Se já quis tudo isto, saiba que não está sozinho. Aqui tem exemplos das 18 coisas incríveis que invejamos em outras cidades. 

Recomendado: Ideias para a Invicta: também queremos uma loja para monstros

18 coisas incríveis que invejamos em outras cidades

1. Descer num escorrega de ramen

O primeiro parque temático nasceu em Tóquio, no Japão, mas ia dar-se muito bem por cá.

Ok, na verdade este parque dedicado ao ramen não tem escorrega nem montanha russa. Ainda assim, a ramenlândia (como carinhosamente lhe vamos chamar, já que escrever Shin-Yokohama Raumen Museum dá mais trabalho), em Tóquio, tem uma réplica de um mercado tradicional japonês de 1958 com nove grandes restaurantes e figurantes vestidos a rigor. Porquê 1958? Porque foi o ano em que o primeiro ramen instantâneo foi criado.

Nos restantes pisos deste parque temático há um museu interactivo e uma megaloja com tudo o que precisa para trazer o Japão para casa – dos utensílios aos ingredientes. Abriu em 1994, em Tóquio, claro, mas está a ganhar um novo fôlego agora que cada vez mais ocidentais se rendem ao caldo quente com noodles e legumes.

2. Visitar um Museu Flutuante

Não contentes com a distribuição museológica de Chicago, quatro cérebros tiveram a ideia de construir um espaço onde a arte é ondulante.

Se as pessoas não vão à cultura, vai a cultura às pessoas. É mais ou menos esta a ideia do Floating Museum, uma plataforma que navegará pelo rio Chicago durante o Verão. Há um ano, um professor de arte, um artista, um arquitecto e um poeta tiveram a ideia de construir uma plataforma com exibições artísticas no lago do Parque Calumet. Este ano a ideia (brilhante, há que dizê-lo) ganhou asas – quer dizer, barbatanas – e chega ao rio Chicago numa versão bem maior.

As mostras de arte colaborativa do Floating Museum centram-se na história afro-americana da cidade, fazendo paragens nalguns dos pontos mais importantes de Chicago, não esquecendo os bairros mais marginais, claro. Tudo gratuito, ainda por cima. É começar a imaginar um museu Douro abaixo, Douro acima.

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3. Comer pipocas dentro de água

E se não tivesse de escolher entre ir ao cinema e refrescar-se na piscina? Em Sydney há um cinema onde as cadeiras foram trocadas por jacuzzis.

Nisto de juntar hobbies, os australianos andam a léguas dos portuenses mas, com alguns ajustes, esta ideia de uma noite de cinema dentro de água era capaz de ganhar muitos adeptos por cá. Em primeiro lugar, convém perceber que do outro lado do mundo está-se agora numa época mais friorenta. Assim sendo, trocávamos bem a água quente do jacuzzi por uma água bem fresquinha.

Depois é só juntar uns cocktails de autor – que estão mais do que na moda no Porto –, umas pipocas cheias de caramelo e imaginar que tudo isto acontece num rooftop com vista para a cidade mais bonita do mundo. É fazer a coisa por um preço simpático e temos uma definição justa de noite de Verão perfeita.

Por terras australianas os bilhetes para as estreias dos grandes filmes internacionais têm esgotado assim que são postos à venda.

4. Beber um copo com o Jon Snow

O “Winter is coming” chegou mais cedo aos Estados Unidos da América, onde há um bar pop up dedicado à Guerra dos Tronos.

George Martin cria um mundo imaginário de dragões e lutas sangrentas e um pouco por todo o mundo perde-se a cabeça por uma guerra entre famílias. Em Washington, nos Estados Unidos da América pode encarnar a personagem que preferir e passear pelos 280 metros quadrados de um pub temático como quem passeia por Westeros.

Entre na Fortaleza Vermelha e arrisque sentar-se no Trono de Ferro, prometa fidelidade a uma das Casas Nobres presentes ou procure rostos conhecidos na parede do templo do Deus de Muitas Faces. Melhor mesmo só sentar-se para um tête-à-tête com um dos dragões da Daenerys e beber um cocktail com nome sugestivo – o Dothraquiri é apenas um exemplo –, servido por um empregado vestido a rigor (com armaduras, entenda-se). Invejas à parte, uma réplica do Jon Snow é bem-vinda em qualquer altura do ano. Mesmo no pico do calor.

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5. Mergulhar em cerveja

A cerveja não faz só bem à alma. Que o diga quem já relaxou no novo spa de cerveja de Dalvík, na Islândia.

A sensação que um fino ao final do dia dá já pode ser sentida em mais partes do corpo. Depois de 25 minutos num jacuzzi cheio de água, lúpulo e fermento (a receita perfeita para o néctar) no Bjorbodin Spa, ainda tem direito a outros tantos minutos numa sala de relaxamento.

Ao todo existem sete jacuzzis neste espaço na aldeia de Dalvík, no Norte da Islândia, e o aviso fica feito: não precisa de beber a cerveja em que está mergulhado (até porque seria, no mínimo, estranho); há uma torneira de cerveja bem fresca em todos os jacuzzis pronta para ser usada.

E não, este não é um negócio pensado por um grupo de amigos à volta de uma mesa bem regada. Todo este processo está documentado e é sabido pelos entendidos que a cerveja faz bem à saúde e à limpeza da pele.

Se queríamos isto no Porto? Mil vezes sim. Ainda por cima somos defensores acérrimos da qualidade das cervejas artesanais do Norte. Pelo andar da carruagem ainda chegaríamos ao topo dos países com melhor saúde de pele, de tanto sucesso que teria.

6. Cair em câmara lenta num circuito de obstáculos

Abriu este Verão no Reino Unido o primeiro parque aquático dedicado ao programa de televisão ‘Total Wipeout’. Temos esperanças que o segundo seja no Porto.

Em Março de 2012 a BBC acabou com a alegria de muitos telespectadores assíduos do programa Total Wipeout ao anunciar que a série não seria renovada. Total Wipeout era a companhia de muitas almas que trabalhavam os abdominais enquanto se riam às gargalhadas ao ver 20 ingleses tentar atravessar um circuito de obstáculos que incluía água e lama. E sim, as quedas eram mostradas em câmara lenta e em loop.

É fácil imaginar que estes espectadores tenham visto a luz ao fundo do túnel quando foi anunciado que nos Lagos Wykeham, a um passo de Scarborough, no centro do Reino Unido, seria criado um parque aquático dedicado ao programa.

O percurso tem 40 metros, não faltando paredes de escalada, dois trampolins, cinco metros de escorregas e até um Blast Bag, de onde uma pessoa é projectada para o céu para depois cair de forma aparatosa na água. Ou seja, todas as quedas com que gozou sentado no conforto do sofá em casa podem agora ser suas. Só se safa porque não há nenhuma câmara a filmar para toda a nação ver.

Para os menos corajosos – ou mais preguiçosos, que isto de tentar equilibrar-se num insuflável molhado não é para qualquer um – há stand up paddle, caiaques e até, imagine-se, água normal, sem qualquer obstáculo, para nadar.

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7. Jantar em Hogwarts

Fãs de Harry Potter, há um restaurante de massas em Nova Iorque para comemorar o vigésimo aniversário do feiticeiro mais famoso do mundo.

O Pasta Wiz não fica em Hogwarts, mas se fizer um esforço – não é preciso muito porque a decoração é bem realista – é capaz de conseguir imaginar uma Emma Watson a partilhar o mesmo fio de esparguete consigo. Ok, já estamos a confundir os filmes. Vamos ao que interessa: muggles do mundo real (para quem não está dentro do assunto, é forma como são tratadas as pessoas que não têm poderes mágicos), já não precisam de ir até ao parque temático de Orlando, onde existia, até agora, o único restaurante dedicado à obra de J.K. Rowling, para experimentar almôndegas mágicas ou sangue de dragão, o smoothie mais pedido da casa recém-aberta em Nova Iorque.

Como há preocupações e modas a respeitar, aqui servem só massa orgânica e algumas especialidades veganas. Mas além do décor, onde entra a magia neste restaurante? Nos pratos. Não vêm a voar mas podiam, já que chegam à mesa em menos de cinco minutos (mais ou menos o tempo de limpar a varinha mágica, lembrar-se das palavras que tem de dizer e abaná-la no ar). Se quisermos ser esquisitos podemos dizer que só faz falta a famosa Butterbeer, bebida alcoólica feita à base de manteiga, água e açúcar. Mas já ficamos felizes com hidratos e Harry Potter numa só refeição.

8. Bar de sestas

Longe vão os tempos em que nos punham de castigo por não dormirmos a sesta depois de almoço. Os anos fizeram-nos mais sábios e agora um bar de sestas seria a maior bênção do mundo.

Quem nunca sofreu de uma repentina baixa de capacidade para manter os olhos abertos pós-almoço não perceberá a urgência de um bar de sestas no Porto. Nuestros hermanos percebem esta necessidade e vivem-na diariamente. Por isso mesmo, não é de estranhar que tenha nascido em Madrid, em pleno centro financeiro, o Siesta & Go, o primeiro bar de sestas da Península Ibérica. Contas feitas, uma horita de sono em privado fica por 14€ mas há opções mais em conta: por oito euros por hora pode recuperar energias num beliche de um quarto partilhado. Para os campeões do cochilo de estômago cheio há ainda a opção de sesta ao minuto, onde 60 segundos de sono custam 23 cêntimos. Com a estadia vêm incluídos tampões para os ouvidos e chinelos de quarto descartáveis.

Sabemos que já passaram as eleições e já não vamos a tempo de incluir um bar de sestas nas promessas políticas de um qualquer candidato. Ainda assim, ter o nome na placa de inauguração do primeiro bar de sestas da cidade devia motivar qualquer pessoa a mexer-se e a tornar este sonho realidade.

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9. Um museu para as más ideias

O sucesso do Museum of Failure, na Suécia, é por definição um ultraje para a sua espécie. Ainda bem. E temos propostas para uma versão nacional.

“Reparei que o sucesso é sempre colocado num pedestal e os fracassos são varridos para baixo do tapete”, comentou Samuel West, dono da colecção que originou o Museum of Failure. Ora, não é bem debaixo do tapete que tem de ir para ver falhanços como o perfume da Harley Davidson (sim, essa das motas). Só tem de rumar a Helsinborg, na Suécia.

Este pode ser o museu do falhanço, mas, na verdade, pode ser encarado como um museu da criatividade. Quem nunca achou que estava a ter uma ideia brilhante e afinal...? Neste museu não se encontram só falhanços. Há também alavancas menos favorecidas pelos consumidores. Nós explicamos. Toda a gente sabe o que é um iPad, certo? O que muita gente não sabe é que antes de lançar o produto vencedor a Apple pôs cá fora um fracasso: o Apple Newton, uma espécie de computador de bolso.

Além da meca das desilusões criativas na Suécia, o Museum of Failure tem uma versão itinerante que gostávamos de ver no Porto. E temos sugestões de contributos locais: o sistema de pagamento de estacionamento através do telemóvel, a francesinha vegetariana. Podia até ser instalado no antigo Centro Comercial Dallas, o clássico mamarracho da Boavista.

10. Descarregar a ira sem consequências

Quem nunca sonhou atirar com o computador ao chão que ponha o dedo no ar. Há lá comportamento mais libertador do que cinco minutos de raiva descontrolada? Foi a pensar nos cidadãos responsáveis que se criaram os Anger Rooms.

Encontrámos em Los Angeles a solução para a nossa frustração, qual luz ao fundo do túnel para os internautas que destilam veneno diariamente nas redes sociais como forma de libertação de stress. Os Anger Rooms, ou quartos de raiva, são precisamente aquilo que o nome sugere. Ou seja, espaços fechados onde um cidadão habitualmente pacato pode descarregar toda a raiva em escritórios, cozinhas (partir os pratos de desconhecidos é muito mais relaxante do que partir os nossos próprios pratos e depois não ter onde comer o que resta da ira) e até salas de estar. Tudo sem consequências para o desenrolar da sua vida.

Ora, usar estes quartos é bom para quem for capaz de expulsar de uma só vez toda a raiva acumulada durante anos, mas se quiser fazer disto uma sessão de terapia recorrente é capaz de ficar pesado no bolso. É que 25 dólares só dão acesso a cinco minutos de raiva descontrolada. Se precisar de 25 minutos, a conta sobe logo para os 75 dólares. Se partir computadores e porta-retratos o deixar um mãos largas, pode levar para casa um vídeo da experiência.

Mas há mais. Isto de partir coisas pode ser ainda mais eficaz se trouxer de casa objectos que queira ver especialmente despedaçados no meio do chão: uma recordação de um relacionamento sem final feliz, uma prenda da sogra...

A questão que se impõe é: para quando um Anger Room no Porto? De preferência na zona do Marquês ou em plena VCI, para que condutores parados no trânsito há mais de sete minutos possam sair calmamente do seu veículo e descarregar a raiva sem que isso envolva ameaças inter-carros ou buzinadelas desnecessárias e nada eficazes.

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11. Uma beira-rio como a do Sena

As berges parisienses ganharam nova vida em 2013 e deram ainda mais graça ao rio.

Eram dois quilómetros e meio de estradas, parques de estacionamento e contentores. O tipo de sítio rico em monóxido de carbono e alcatrão onde não queremos estar mais de um minuto. Mas em 2013, depois de um investimento de mais de 35 milhões de euros, a margem esquerda do rio Sena tornou-se num dos sítios mais agradáveis da cidade: uma zona pedonal com esplanadas, quiosques, bancos de jardim, restaurantes, cinema ao ar livre, jogos de tabuleiro, jardins flutuantes, paredes de escalada, um skate park, parques infantis e uma praia artificial (só no Verão). Existem ainda os espaços Zzz, disponíveis para quem os quiser alugar e fazer ali festas de anos, almoçaradas ou demonstrações da Tupperware.

O projecto Les Berges de la Seine veio dar vida a uma zona incaracterística da cidade, entre a Ponte Alma e o Museu d’Orsay. Todas as actividades são gratuitas e aqueles que lamentam a perda de mais uma estrada e lugares de estacionamento podem chorar em qualquer lado, sem custos. Aqui no Porto, apesar de o Douro ser o menino dos nossos olhos, não nos fazia mal nenhum colocar uma biblioteca, um jardim e um parque de trampolins nas margens, em vez de mais restaurantes com menus para apanhar turistas.

12. Um "fofódromo"

É a tradução possível para “fluffytorium”, um lugar dos infernos para pessoas alérgicas a cães e gatos – e o céu para todas as outras pessoas.

A expressão “ter pêlos no coração” serve para designar pessoas com mau feitio. Está mal. Um indivíduo habituado a conviver regularmente com criaturas de outras espécies – espécies de pelagem abundante – é, por regra, mais dócil que uma pessoa alheia aos encantos da bicharada. Mas depois há o “ter pêlos no pulmão”, isso sim, já é excesso de entusiasmo. No entanto, é muito provável que essa seja a consequência de uma visita ao “fluffytorium”.

Esta loja pop-up surgiu em Londres em Outubro do ano passado como forma de promover o livro Amazing Animals, uma compilação do Guinness World Records com os animais mais incríveis do mundo. Durante dois dias os visitantes podiam passar as mãos pelo pêlo de chow-chows, pomeranians, poodles (isto são raças de cães) e Maine Coons (isto são gatos capazes de substituir o Chewbacca numa adaptação felina de Star Wars). As visitas duravam 30 minutos e tinham, consta, efeitos relaxantes. Isto se nenhum dos visitantes sofresse de ailurofobia, o medo a gatos. Que, já agora, é uma fobia partilhada por pessoas como Hitler, Napoleão ou Mussolini. Esses sim, famosos por ter “pêlos no coração”. Ou, bem vistas as coisas, pêlos no lugar do coração.

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13. Um museu do doce

Nova Iorque vai ter uma Candy Land, com doces por todo o lado. No Porto ficava bem uma também.

Somos uns lambões e não temos vergonha disso. Não resistimos a uma glorinha da Confeitaria Nandinha, morremos de amores por uma fatia de pavlova da Miss Pavlova, e perdemos a compostura perante um éclair da Leitaria da Quinta do Paço.

Somos óptimos a declarar a paixão pelos doces desta cidade – ninguém devora um bolo de São João com tanta rapidez como um tripeiro aqui nascido e criado – e por eles fazemos uma vasta gama de sacrifícios. Não nos importamos de ter picos de hiperglicemia, por exemplo, ou dores de barriga mais tarde. Somos estóicos e vivemos em prol de um tempo bem passado.

Por isso, se Nova Iorque vai ter uma Candy Land com três mil metros quadrados, uma espécie de feira popular com doces por todo o lado, já a partir deste Verão, a Invicta está mais do que à altura para receber uma também.

E se neste parque nova-iorquino vão existir salas temáticas com experiências e obras de arte comestíveis, nós vamos ainda mais longe. Porque não uma piscina de chocolate da Arcádia? Ou uma banca onde se vendam almofadas de pão-de-ló da Paparoca da Foz, para quando der fome a meio da noite? E o que acha de atribuir prémios a quem conseguir engolir mais jesuítas? A nós parece-nos tudo muito bem. E aos dentistas de cá também.

14. Um cemitério muito cultural

Vamos dar vida a um cemitério com um nome tão sugestivo como o do Bonfim? Vejamos Green-Wood.

Não é um sítio para onde uma pessoa se desloque com entusiasmo. Mas acabamos todos por passar por lá, nem que seja apenas uma e derradeira vez. Muitos deles são jardins encantadores, com o único senão de serem, também, plantações de pessoas. Em Nova Iorque, o cemitério de Green-Wood é local de romarias animadas para concertos, sessões de cinema e passeios de domingo. Os moradores não se queixam de esta necrópole com 180 anos ser um destino cultural de eleição.

Têm havido concertos nas catacumbas – é difícil imaginar um sítio mais solene e silencioso – e cinema ao ar livre, mas mesmo quem não está a fim deste tipo de animação pode visitar o cemitério para admirar a arquitectura tumular: há mausoléus, capelas funerárias e esculturas dignas de museu. O cemitério organiza também os Death Cafés (ou “Cafés da Morte”), reuniões informais onde cientistas, filósofos, historiadores e artistas se juntam para discutir o fenómeno da morte. Isto é tudo muito giro, mas se por acaso começar um apocalipse zombie, o cemitério de Green-Wood deve ser dos piores sítios do mundo para se estar.

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15. Uma loja para monstros

O Porto tem cada vez mais gente excêntrica cujos gostos devem ser satisfeitos. Ou não vão eles trepar a Torre dos Clérigos num ataque de fúria.

Chama-se Hoxton Street Monster Suplies, fica em Londres e gaba-se de vender, desde 1818, artigos para os vivos, os mortos e os mortos-vivos. É um bom nicho de negócio, sobretudo porque o público-alvo inclui toda a gente que já
viveu e até aquelas pessoas que estão mais para lá
do que para cá. Nesta loja vende-se bolachas para dragões, compota de ranho, cera de ouvido em cubos, ratos petrificados, sal feito a partir de vários tipos 
de lágrimas ou pastilhas para tirar o mau hálito a zombies. Enfim, os essenciais para quem passa a vida a aterrorizar. Mas como já devem ter calculado, pela falta de seres míticos, vampiros, supervilões e répteis voadores no nosso dia-a-dia, esta loja é só fachada – a fachada para um projecto de literacia infantil liderado pelo escritor Nick Hornby.

É um sítio onde os garotos vão para ter a sua imaginação tonificada, uma escola onde são encorajados a ler e a escrever histórias. Isso significa que o fio dental para monstros é apenas um cordel normal, e que o “jarro de luar”, indicado para lobisomens que não querem esperar até à próxima lua cheia, é apenas um minicandeeiro. As vendas destes adereços ajudam a financiar workshops, cursos e o acompanhamento de jovens criadores de monstros. Ou melhor, jovens contadores de histórias. 


16. Um robô-lixeiro

Isto é, um robô que limpa o lixo, como o Trashbot de Chicago.

É aproveitar enquanto as máquinas não ganham consciência e começam a dominar 
o mundo, eliminando os humanos um a um – a começar por aqueles que já deixaram cair os telemóveis na sanita e os que acham que bater na TV ajuda a resolver os problemas de transmissão.

Nos EUA, a associação Chicago Rivers quer aproveitar enquanto estamos nas boas graças dos autómatos, para limpar os rios. O Trashbot, o robô-lixeiro, patrulha as águas do rio sorvendo todos os detritos à superfície. É um projecto ainda em fase de testes, mas com resultados prometedores – o robô ainda não se afundou nem encalhou, o que são boas notícias. Esta espécie de drone telecomandado com consciência ambiental tem uma particularidade fascinante: quem faz a recolha do lixo – isto é, quem
o comanda – somos nós. Ou seja, qualquer pessoa
 em qualquer parte do mundo pode participar:
 basta uma ligação à internet, um acesso ao site do Trashbot e podemos estar no sofá, de cuecas, a participar na limpeza do Chicago River. O lixo que anda por lá a boiar é suficiente para garantir horas de entretenimento. No Porto, gostávamos de ver um robô a limpar o Douro, ou um drone aspirador a apanhar cocós de cão nos passeios.

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17. Hortas nos terraços dos prédios

Em Barcelona, o Laboratório para a Justiça Ambiental quer dar um novo significado à expressão “o vizinho tem um raminho de salsa que dispense”?

Ou seja: o vizinho tem um jardim de cheiros que dispense? Uma plantação de legumes que dê para uma sopa? O município de Barcelona decidiu começar a usar os terraços dos prédios da cidade para criar hortas urbanas uns metros acima do solo. A boa exposição solar é uma das justificações para a iniciativa, mas há razões mais interessantes por detrás deste ímpeto de agricultura urbícola: as hortas ajudam a fortalecer laços entre a comunidade, ajudam a combater o stress e são uma oportunidade para reduzir o sedentarismo junto da população mais velha.

O Laboratório para a
 Justiça Ambiental de Barcelona, que lidera o plano, decidiu envolver nestas actividades os seus cidadãos “socialmente vulneráveis”. A saber: pessoas portadoras de deficiência, imigrantes, crianças e idosos. Neste projecto, mais do que
o bem-estar das plantas, importa a saúde das pessoas que cuidam delas. Existem neste momento dois jardins no topo de dois prédios na capital da Catalunha, mas o projecto quer ser a semente de uma ideia que pode muito bem germinar por esse mundo fora. No Porto, podíamos deixar de ser uns vaidosões com as nossas vistas de rio, os nossos sunsets e degustações de gin. E começar a usar os terraços para nos ajudarmos uns aos outros.

18. Um túnel de vento

O Bodyflight, em Londres, promete recriar a experiência do pára-quedismo sem a parte do pára-quedas. E sem as quedas

É daquelas palavras hifenizadas muito literais, muito práticas, como quebra-nozes ou conta-gotas: pára-quedas. O problema
do pára-quedismo é a possibilidade de essa mochila salva-vidas (mais uma) não funcionar e o nosso corpo esfarelar-se com violência ao embater no solo. Felizmente, para todas as pessoas que querem conhecer as sensações da queda livre sem encarar de frente a morte, há túneis de vento verticais recreativos como o Bodyflight, em Londres. Um complexo sistema de motores e ventoinhas cria uma massa de ar ascendente a 290 km/h que permite a qualquer pessoa voar uns metros acima do chão. Cada aventureiro tem direito a dois voos de um minuto e quinze segundos, tempo mais do que suficiente para decidir 
se tem queda para o pára-quedismo (ah ah).

O Bodyflight aproveita um engenho militar criado nos anos 50 para testes aerodinâmicos e transforma-o numa máquina que permite a qualquer ser humano atirar-se para o chão e falhar. Cada experiência fica a mais de 100€. É caro, mas respeita o céu enquanto território exclusivo das aves.

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Que os portuenses são pessoas expansivas já toda a gente sabe. O que muita gente não sabe são as coisas que nos deixam fora de nós. Até porque se soubessem, não o faziam ou diziam. Estas são (algumas das) coisas que enervam qualquer portuense.

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Sim, é difícil andar em linha recta em muitas ruas da cidade graças à avalanche de turistas. Mas também é divertido almoçar ao som de cinco línguas diferentes. Além disso, temos de concordar que, muitas vezes, os estrangeiros tiram melhor partido da cidade do que nós. Por isso, fomos tentar perceber o que os turistas fazem e todos os portuenses deviam experimentar. 

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  • Coisas para fazer

Estes lugares no Porto que parecem o estrangeiro são a prova de que a Invicta é um mundo e que não é preciso sair daqui para impressionar nas redes sociais e conhecer outras culturas. Há muitas vantagens em visitar estes sítios, portanto. Troque o avião pelo metro (ou pelas sapatilhas) e beba um copo em Marrocos, durma em Paris ou relaxe na Tailândia. 

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