A oferta cultural portuense é vasta, apesar de, por vezes, escapar ao radar dos mais distraídos. Não nos faltam livrarias, nem galerias de arte e, no que aos museus diz respeito, também não podíamos estar melhor servidos, já que a quantidade e a qualidade falam por si só. Estão espalhados por todos os recantos da Invicta e há para todos os gostos e épocas, da escultura à imprensa, e do futebol à pintura, pelo que visitá-los devia ser instituído como uma disciplina obrigatória nas escolas do país ou como programa não-facultativo aos fins-de-semana. Para lhe facilitar a vida, preparámos-lhe o roteiro dos melhores museus no Porto, para (re)descobrir a História e as estórias que conservam.
Em Abril de 2018 “a casa mais estreita do Porto”, situada entre a igreja do Carmo e a igreja das Carmelitas, abriu as portas à cidade. Desde então, todos os interessados puderam visitar o edifício que nasceu sem um propósito e acabou por servir de habitação a capelães, sacristães e artistas, bem como a acolher reuniões secretas durante as Invasões Francesas, durante as Guerras Liberais e até durante o Cerco do Porto, segundo Rui Barbosa, provedor da Ordem do Carmo.
É o próprio que conta à Time Out que o motivo da existência desta casa se deveu a uma falha arquitectónica. Quando a Igreja do Carmo foi construída já existia a das Carmelitas, e era suposto estas tocarem-se, mas as capelas interiores, nas traseiras da mais antiga, criavam saliências que o impossibilitaram. No espaço vazio construiu-se, então, este edifício com três pisos e três aposentos: um quarto, uma sala de estar e uma sala comum com cozinha. Esteve fechado durante muitos anos e passou despercebido a grande parte de quem por ele passava diariamente. Tudo mudou com a sua integração no circuito turístico da Ordem, que inclui também a igreja e as catacumbas.
O sucesso alcançado acabou por ditar, cerca de um ano depois, a abertura ao público de novos espaços. Um deles é a Tribuna do Senhor dos Passos, inaugurada em 1858, nas traseiras do altar, de modo a permitir que os fiéis pudessem beijar o pé do Senhor. Segue-se o Auditório, onde é possível assistir a um breve documentário sobre a história da Ordem. Passando pelas catacumbas (aqui pode apreciar o valioso espólio de prata), encontra o Salão Nobre, local onde se reunia a Mesa que dirigia a Instituição.
A sala dos paramentos, com uma exposição permanente dos paramentos utilizados pelos sacerdotes e duas cadeiras de parto do antigo hospital; a Sala dos Hábitos, onde se guardam os hábitos e as varas usados pelos membros da Mesa em cerimónias públicas; e a Sacristia são os outros novos espaços que não deve deixar de conhecer, em visitas autónomas (3,50€) ou guiadas. As segundas obrigam a reserva (preço sob consulta).