8 livros para celebrar o Dia Mundial da Poesia
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Oito livros para celebrar o Dia Mundial da Poesia

A poesia escrita em português está bem e recomenda-se. Reunimos oito livros de autores emergentes e consagrados para assinalar o Dia Mundial da Poesia.

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“Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar só”, escreveu, um dia, Fernando Pessoa, nome maior da literatura e cultura portuguesa. O que Pessoa não imaginava era a quantidade de pessoas que iriam sentir-se menos sós ao ler um verso ou poema seu. Num país onde a poesia está tão enraizada, ela continua a brotar por todo o lado, cada vez mais em verso livre, mas sempre elevada na sua simplicidade. Para assinalar este Dia Mundial da Poesia, reunimos oito livros de autores emergentes e consagrados, portugueses e brasileiros, para acrescentar à sua lista. Boas leituras.

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8 livros para celebrar o Dia Mundial da Poesia

'Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano', Filipa Leal

O mais recente livro de poesia de Filipa Leal, sucessor de Vem à Quinta-Feira (2016), divide-se em duas partes. Começou por ser uma “tentativa de exposição de escultura”, em que imaginava esculturas e poemas sobre elas. Acabou por ser um conjunto de inquietações, amorosas ou políticas, e do quotidiano em que estas se cruzam.

Assírio & Alvim, 11€ (livro) 7,99€ (ebook)

'Um Quarto em Atenas', Tatiana Faia

Publicado em 2018, e galardoado com o prémio PEN Clube Literário – Poesia 2019, o quarto livro de Tatiana Faia afirma-a como uma das vozes mais promissoras da poesia contemporânea. Doutorada em Estudos Clássicos, a autora parte da Grécia, berço da civilização ocidental, para criar poesia que integra uma variedade de referências que atravessam a literatura, filosofia, televisão ou música.

Tinta-da-China, 13,41€

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'Já Não Me Deito em Pose de Morrer', Cláudia R. Sampaio

“Penso na poesia de Cláudia R. Sampaio como no discurso furioso que apenas alguém de profunda ternura poderia fazer”, afirmou Valter Hugo Mãe. A poeta e pintora lisboeta, também artista residente do projecto Manicómio, sempre verteu a sua biografia na página (batalha com a saúde mental incluída). Sem medos, desnuda as suas tristezas perante o leitor e procura reerguer-se no processo. Assim acontece nesta antologia, que reúne os seus cinco livros, anteriormente esgotados.

Porto Editora, 12,96€ (livro) 9,99€ (ebook)

'O Quarto Rosa', Francisca Camelo

Depois de Cassiopeia (2018) e Photoautomat (2019), este é um livro que recupera a escrita despretensiosa e intimista que caracteriza a poeta portuense. Dos estranhos que dormem ao seu lado num avião, à cozinha onde prepara uma refeição com a tristeza à mistura, à ligação quase umbilical a Berlim, a sua cidade do coração, tudo serve de matéria para a criação, através de um olhar, simultaneamente, exterior e interior.

Exclamação, 13,40€

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'A Matéria Escura e Outros Poemas', Jorge Sousa Braga

O sucessor da colectânea O Poeta Nu (2014) marca o regresso do poeta-obstetra, recentemente distinguido com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil por Herbário (2020). São poemas curtos e incisivos como “O cérebro tem dez milhões de células em contacto / umas com as outras e dez triliões de conexões // Tanta conexão / e tanta solidão”, como nos vem habituando desde que começou a publicar há 20 anos. Além da obra poética, tem organizado e traduzido outros livros.

Assírio & Alvim, 11,97€

'Turquesa', Daniel Maia-Pinto Rodrigues

O vigésimo livro de Daniel Maia-Pinto Rodrigues aglomera grande parte de uma produção poética desenvolvida ao longo de mais de 30 anos. Segundo o prefácio, escrito pelo também poeta Rui Lage, a antologia incorpora a “energia da calma” que caracteriza a obra do autor. O tempo e a nostalgia, o contacto com as pessoas e as movimentações, o poeta enquanto personagem, são outros temas aqui presentes.

Imprensa Nacional Casa da Moeda, 25€

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'Um Útero é do Tamanho de um Punho', Angélica Freitas

Publicado em 2012, tornou-se um clássico da poesia brasileira contemporânea ao tratar questões de género com humor e leveza. Num tempo em que o feminismo ainda tinha pouca acção na sociedade, Angélica Freitas escrevia versos como “porque uma mulher boa/é uma mulher limpa/e se ela é uma mulher limpa/ela é uma mulher boa”, desmascarando injustiças, violências e desigualdades e, ao mesmo tempo, criando um lugar de pertença para todas as mulheres: a “muito feia”, a “gorda”, a “suja”, a “insanamente bonita” ou a “sóbria”.

Douda Correria, 12€

'Eu Sou a Minha Poesia', Maria Teresa Horta

Figura incontornável da poesia portuguesa e do movimento feminista em Portugal, Maria Teresa Horta notabilizou-se pela escrita marcadamente erótica e inconformista. O livro Minha Senhora de Mim (1971), alvo de censura por parte do Estado Novo, foi um ponto de viragem na escrita feminina portuguesa. É essa voz ousada e interventiva que fala despudoradamente sobre o prazer feminino que encontramos nesta antologia. Dela fazem parte poemas seleccionados pela autora e que, segundo ela, são os essenciais de um percurso que começou em 1960.

Dom Quixote, 15,90€ (livro) 11,99€ (ebook)

Mais para ler: livros infantis sobre o 25 de Abril

O Meu Primeiro 25 de Abril

José Jorge Letria tinha 22 anos quando, no dia 24 de Abril de 1974, foi almoçar com a mãe a Cascais. Queria dizer-lhe o mínimo que podia ser dito sobre o que estava para acontecer. Nesse tempo, em que não havia liberdade de expressão e se perseguiam os artistas, Letria era jornalista, cantor de intervenção e um dos poucos civis ao corrente dos planos do MFA. Enquanto fervoroso opositor da ditadura, estava disposto a apoiar uma acção contra o regime com os poucos meios de que dispunha. Assim fez, como nos conta em O Meu Primeiro 25 de Abril, num testemunho ilustrado por Helder Teixeira Peleja.

O Meu Primeiro 25 de Abril, de José Jorge Letria e Helder Teixeira Peleja. Dom Quixote. 40 pp. 13,95€

25 Mulheres

No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, a artista visual e ilustradora Raquel Costa convida-nos a recuar à sociedade portuguesa do início dos anos 70, para conhecermos 25 mulheres extraordinárias, cujas histórias nos revelam as contradições da condição feminina, com as quais ainda hoje nos debatemos. Acima de tudo, convida-nos a reflectir sobre o que é ser mulher, o que é ser livre e, claro, como a liberdade – e ser mulher em liberdade – é um caminho em permanente construção.

25 Mulheres, de Raquel Costa. Oficina do Livro. 48 pp. 14,50€

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O 25 de Abril Contado às Crianças... e aos Outros

A publicação original, da Terramar, data de 2002. Nesta reedição, do Clube do Autor, a capa é nova, mas as ilustrações são as mesmas, de João Abel Manta, que ilustra o testemunho de José Jorge Letria, escrito sobretudo para jovens leitores, mas também para pais e educadores. Da revolução de 5 de Outubro à do 25 de Abril, o autor conta-nos como era Portugal antes da vitória da república e da democracia e lembra-nos como a liberdade murcha se não cuidarmos dela, tal como as plantas e as flores se não as regarmos.

O 25 de Abril Contado às Crianças... e aos Outros, de José Jorge Letria (texto) e João Abel Manta (ilustração). Clube do Autor. 68 pp. 14,50€

Era Uma Vez o 25 de Abril

José Fanha viveu o 25 de Abril de 1974 com espanto, alegria e felicidade. Tinha 23 anos e, naquele dia, não saltou só para fora da cama: saltou para dentro da vida. Mas, com o passar dos anos, percebeu que os jovens de hoje pouco sabem desses dias distantes. Com uma paginação engenhosa, que concede à maioria das páginas uma aparência de cartaz, este livro – originalmente publicado pela Alfaguara e agora editado pela Nuvem de Tinta – funciona como um autêntico manual de consulta, profusamente ilustrado, munido de uma linguagem acessível e adequada a jovens (adolescentes, ou quase, essencialmente), que queiram saber como era Portugal durante a ditadura e como foram os primeiros dias depois da revolução dos cravos.

Era Uma Vez o 25 de Abril, de José Fanha. Nuvem de Tinta. 88 pp. 16,65€

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Avó, Onde Estavas no 25 de Abril?

Em Avó, onde estavas no 25 de Abril?, o Manu – que já tinha protagonizado o primeiro livro infantil de Ana Markl, Onde Moram os Teus Macaquinhos?, – vai tentar descobrir o que é que a sua avó quer dizer quando diz que “não foi para isto que se fez o 25 de Abril”. Com o seu humor habitual, a conhecida radialista revisita – com a ajuda das ilustrações de Christina Casnellie – os factos e o imaginário colectivo para revelar aos mais novos o que aconteceu, afinal, naquele dia inicial inteiro e limpo.

Avó, Onde Estavas no 25 de Abril?, de Ana Markl (texto) e Christina Casnellie (ilustração). Lilliput. 2022. 48 pp. 14,95€

7 X 25 Histórias da Liberdade

A estratégia deste livro prende-se com a escolha dos narradores. Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, para crianças entre os nove e os 11 anos, a história chega-nos através de um conjunto de personagens principais, que falam na primeira pessoa e são objectos centrais em todo o processo: o semáforo que travou a revolução durante uns minutos; o lápis da censura, que muda de funções com a revolução; a metralhadora de um soldado ou o portão da prisão de Caxias.

7 X 25 Histórias da Liberdade, de Margarida Fonseca Santos (texto) e Inês Carmo (ilustração). Gailivro. 40 pp. 9,90 

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Vinte e Cinco a Sete Vozes

Nesta reedição de Vinte e Cinco a Sete Vozes, publicado pela primeira vez em 1999 e agora ilustrado por Filipe Abranches, uma estudante universitária prepara um trabalho académico sobre o 25 de Abril, 25 anos depois do acontecimento. A propósito disso, diversos inquiridos, de diferentes idades, vão tecendo reflexões, evocando memórias, desenhando à nossa frente o que foi a revolução dos cravos. O alinhar das suas palavras compõe o mosaico final e o jovem leitor é convidado a unir as pontas soltas.

Vinte e Cinco a Sete Vozes, de Alice Vieira (texto) e Filipe Abranches (ilustração). Caminho. 72 pp. 11€

25 de Abril

Pensado para crianças dos 7 aos 9 anos, este livro é totalmente dedicado ao 25 de Abril de 1974 e relata, através de textos e de imagens, a conjuntura que antecedeu e ditou a Revolução de Abril, bem como o período conturbado que se seguiu. Abordam-se temas como a guerra colonial, a ditadura, a democracia e o acto eleitoral, destacando-se nomes de figuras que se evidenciaram ao longo deste período.

25 de Abril, de Ana Maria Magalhães. Edições Assembleia da República. 71 pp. 6,95€

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