O futebol não tem necessariamente que ter 90 minutos, o cenário não tem que ser apenas o de um relvado verde, nem precisa de se resumir ao que acontece nas quatro linhas. A prova disto é a segunda edição do Cine Futebol Clube, que acontece no Palácio das Artes, no Largo São Domingos, de sexta-feira 22 a domingo 24, e que está empenhado em mostrar um lado mais cultural do desporto-rei.
“Este projecto surgiu em busca de uma alternativa”, conta Rui Frias, editor-adjunto da secção de desporto do Diário de Notícias. “Queríamos olhar para o futebol como um fenómeno cultural, mais focado na história dos seus protagonistas e sem olhar tanto a polémicas ou resultados. Estávamos um pouco fartos desse registo.” Frias acrescenta que esta é uma iniciativa “saudável e apaixonada” pelo desporto e com entrada praticamente gratuita, já que os ingressos diários custam apenas 1€.
Alén do Cosmos, de 2013, e O Dia do Galo, lançado em 2014, são as duas longas-metragens exibidas à noite durante o festival. A primeira, um documentário, conta a história de Santiago Formoso, um galego que emigrou para os EUA e acabou por jogar ao lado de Pelé e Beckenbauer na famosa equipa do New York Cosmos nos anos 70.
Já O Dia do Galo foca-se nos adeptos do Clube Atlético Mineiro e no dia, 24 de Julho de 2013, em que a equipa ganhou a Copa Libertadores, o campeonato mais importante da América do Sul.
Este ano há também uma novidade: o Cine Futebol Clube vai associar-se ao Campeonato de Matraquilhos do Centro Histórico do Porto. “Os matraquilhos, além de estarem ligados ao futebol, são também uma tradição. Por isso, há a possibilidade de, durante o dia, e enquanto decorrem as partidas, exibirmos algumas curtas”, explica o jornalista. Além de tudo isto, haverá ainda espaço para debates entre os filmes, com personalidades ligadas ao cinema e ao futebol. Poderá consultar o programa completo aqui, na página do evento.