A Garagem Central é especializada em duas rodas, mas há muito mais do que isso. O espaço tem 600 m2 e no rés-do-chão reúne um stand da marca italiana Moto Morini, fabricante motas e bicicletas, com a respectiva oficina. No mesmo piso, há ainda uma loja com vestuário, calcado e acessórios de casas como a Deus Ex Machina, Red Wing e Arquivo. Pode-se ainda apreciar uma colecção de motas portuguesas, bombas de gasolina e reclames luminosos, tudo antigo. E é possível comprar alguns desses artigos. Subindo para a mezzanine, encontra-se uma cafetaria, o salão de cabeleireiro de Carlos Gago (aberto todas as quintas-feiras à tarde), e o estúdio de tatuagens da Fruta da Época (a funcionar por marcação).
O edifício foi construído em 1930 e esteve sempre ligado aos motores, tendo albergado oficinas e estações de serviço. Quando João Riem o viu, em 2010, teve a certeza de que seria o sítio certo para começar o seu projecto, tanto pela estética do edifício como pela sua história. No entanto, foram precisos sete anos e muitas negociações para o conseguir adquirir. Conseguido o feito, foi uma questão de começar um restauro profundo, mantendo algumas placas publicitárias da anterior estação de serviço e outros traços do passado.
João Riem é um apaixonado por motas. Criou o blogue Glórias de Outros Tempos e dedica-se ao restauro de motas portuguesas antigas, tendo uma colecção que inclui ainda bombas de gasolina e reclames luminosos. Porém, o “hobby tomou esteróides”, como gosta de dizer, e o passatempo passou a projecto profissional com a abertura deste espaço, para o qual contou com apoio e projecto da arquitecta Raquel Riem, sua mulher. Era para ser uma coisa mais pequena, mas o próprio edifício determinou o aumento da escala.
A Garagem Central deverá abrir um espaço em Lisboa nos próximos tempos, talvez em 2019, cumprindo assim a sua missão como representante em Portugal da marca Moto Morini. No entanto, não está excluída a possibilidade de o projecto vir a ter outras marcas de motas, desde que sigam a mesma filosofia.