As livrarias são um santuário seguro, um espaço de pensamento livre, de contemplação e de escape, para viajar para fora e para dentro. Muitas vezes os livros são as únicas janelas para um mundo mais receptivo e inclusivo. Há livrarias que são ainda mais especiais, que dão visibilidade a pessoas com identidades marginalizadas, para que se vejam a si mesmas e para que as suas histórias sejam reflectidas e dignas de arte.
É esse o objectivo desta nova livraria do Porto, que se assume como um espaço em construção e se apresenta como uma livraria queer, para celebrar vozes cuja história merece ser celebrada, para que faça parte das nossas memórias e referências. Nas estantes pode encontrar livros de editoras como a Sistema Solar, Orfeu Negro, Antígona, Snob e não (edições).
A Livraria aberta é um projecto do investigador de literatura Paulo Brás e do tradutor, encenador e dramaturgista Ricardo Braun. “Interessam-nos os discursos de, e sobre, todas as pessoas que de alguma maneira se sentem socialmente excluídas, mas, para além dos recortes da orientação sexual, da identidade de género e da expressão de género, também queremos trazer para o centro da discussão outras margens, como as raciais e de classe. Cada um de nós pode sofrer vários tipos de exclusão ao mesmo tempo e não nos fazia sentido criar essas divisões dentro da livraria”, explicam.