Foi um dos primeiros sítios em Portugal a ter duas casas suspensas como opção de alojamento e o burburinho foi de tal ordem que se tornou impossível fazer uma reserva sem pelo menos seis meses de antecedência. Assinadas pelo arquitecto Luís Rebelo de Andrade, são totalmente ecossustentáveis e remetem para o imaginário das casas na árvore, com a grande diferença de estas estarem muito bem preparadas para acolher dois adultos que não se importem de partilhar o cenário com os visitantes do Nature Park de Pedras Salgadas, aberto ao público todos os dias da semana. As casas abanam ligeiramente em dias ventosos, mas nada que faça perder o rumo. À volta das unidades de alojamento (há mais 12 casas modulares) há 20 hectares de parque para descobrir, oito quilómetros de trilhos para seguir e uma estância termal sobejamente conhecida por emprestar o nome a uma marca de água com gás. Recuperado por Siza Vieira, o balneário ergueu-se da ruína para se transformar num templo de saúde e bem-estar com piscina interior aquecida com corredor de marcha, sauna, banho turco, hidromassagem, duche de jacto, duche vichy, 14 salas de tratamento e duas de relaxamento. A acrescentar à oferta clássica de terapêuticas à base de água – que, no caso, já provaram ajudar no alívio dos sintomas do reumatismo, das dores musculares e de outras doenças musculoesqueléticas –, juntam-se pacotes especiais de tratamentos localizados para cumprir em seis dias. Há um especial para tratar as pernas cansadas, varizes e doenças venosas em geral (desde 305€), outro para controlo de peso, com aulas de ginástica personalizadas combinadas com massagens vigorosas às partes do corpo que precisa de abater (desde 450€), ainda outro anti-stress, com sessões de meditação e massagens relaxantes e, talvez aquele que mais importa à geração Z, um dedicado em exclusivo às maleitas das costas. Custa 620€ e promete uma tareia à lombar, aos ombros e à coluna que nem o endireita mais bem preparado conseguiria superar. Inclui aulas de tai-chi, duche de jacto e massagens diárias. Para quem não precisa de nada disto e só quer mesmo estar de molho e a ser bem tratado, o acesso ao circuito de águas fica a 15€ por pessoa. À escolha também há drenagens faciais, esfoliações, massagens adelgaçantes e até uma especial para crianças.
Vamos aproveitar o fim-de-semana para ir dar uma volta?
– Não posso, já tenho coisas combinadas.
– Vais de férias?
– Vou para as termas.
– A sério?
Esta conversa podia remeter para meados do século passado com interlocutores que seriam, seguramente, pessoas de meia-idade, mas não foi assim que aconteceu. Esta troca de ideias deu-se entre duas pessoas com menos de 30 anos e deixou, como se percebe, uma delas num misto de espanto/desilusão/preconceito. Termas não é cool, nunca foi até ao momento em que a hotelaria despertou para o fenómeno. Quem vai religiosamente todos anos às termas jura a pés juntos que é das melhores coisas de sempre e que não há tratamento nenhum de spa que consiga bater um banho de imersão com massagem ou as piscinas com jactos aquecidas a 36°C. Imagine-se sete dias de molho a cuidar de si. De repente não parece assim tão descabido tirar uns dias para ir às termas. Na rota das águas milagrosas, dizemos-lhe as estâncias e os hotéis termais para onde íamos já outra vez.
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