Termas & Spa do Gerês
©João Saramago
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As melhores termas para descansar

Se pensa que termas é coisa de antigamente, veja esta lista, com as melhores termas para descansar, que preparamos para si

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Vamos aproveitar o fim-de-semana para ir dar uma volta?
– Não posso, já tenho coisas combinadas.
– Vais de férias?
– Vou para as termas.
– A sério?

Esta conversa podia remeter para meados do século passado com interlocutores que seriam, seguramente, pessoas de meia-idade, mas não foi assim que aconteceu. Esta troca de ideias deu-se entre duas pessoas com menos de 30 anos e deixou, como se percebe, uma delas num misto de espanto/desilusão/preconceito. Termas não é cool, nunca foi até ao momento em que a hotelaria despertou para o fenómeno. Quem vai religiosamente todos anos às termas jura a pés juntos que é das melhores coisas de sempre e que não há tratamento nenhum de spa que consiga bater um banho de imersão com massagem ou as piscinas com jactos aquecidas a 36°C. Imagine-se sete dias de molho a cuidar de si. De repente não parece assim tão descabido tirar uns dias para ir às termas. Na rota das águas milagrosas, dizemos-lhe as estâncias e os hotéis termais para onde íamos já outra vez.

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Oito termas que dão que falar

  • Hotéis
  • Hotéis com spa
  • Grande Porto
  • preço 3 de 4

Foi um dos primeiros sítios em Portugal a ter duas casas suspensas como opção de alojamento e o burburinho foi de tal ordem que se tornou impossível fazer uma reserva sem pelo menos seis meses de antecedência. Assinadas pelo arquitecto Luís Rebelo de Andrade, são totalmente ecossustentáveis e remetem para o imaginário das casas na árvore, com a grande diferença de estas estarem muito bem preparadas para acolher dois adultos que não se importem de partilhar o cenário com os visitantes do Nature Park de Pedras Salgadas, aberto ao público todos os dias da semana. As casas abanam ligeiramente em dias ventosos, mas nada que faça perder o rumo. À volta das unidades de alojamento (há mais 12 casas modulares) há 20 hectares de parque para descobrir, oito quilómetros de trilhos para seguir e uma estância termal sobejamente conhecida por emprestar o nome a uma marca de água com gás. Recuperado por Siza Vieira, o balneário ergueu-se da ruína para se transformar num templo de saúde e bem-estar com piscina interior aquecida com corredor de marcha, sauna, banho turco, hidromassagem, duche de jacto, duche vichy, 14 salas de tratamento e duas de relaxamento. A acrescentar à oferta clássica de terapêuticas à base de água – que, no caso, já provaram ajudar no alívio dos sintomas do reumatismo, das dores musculares e de outras doenças musculoesqueléticas –, juntam-se pacotes especiais de tratamentos localizados para cumprir em seis dias. Há um especial para tratar as pernas cansadas, varizes e doenças venosas em geral (desde 305€), outro para controlo de peso, com aulas de ginástica personalizadas combinadas com massagens vigorosas às partes do corpo que precisa de abater (desde 450€), ainda outro anti-stress, com sessões de meditação e massagens relaxantes e, talvez aquele que mais importa à geração Z, um dedicado em exclusivo às maleitas das costas. Custa 620€ e promete uma tareia à lombar, aos ombros e à coluna que nem o endireita mais bem preparado conseguiria superar. Inclui aulas de tai-chi, duche de jacto e massagens diárias. Para quem não precisa de nada disto e só quer mesmo estar de molho e a ser bem tratado, o acesso ao circuito de águas fica a 15€ por pessoa. À escolha também há drenagens faciais, esfoliações, massagens adelgaçantes e até uma especial para crianças.

  • Saúde e beleza
  • Grande Porto

Há quem diga que o cenário de O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson, tenha sido inspirado no Vidago Palace Hotel. Bem vistas as coisas, as semelhanças na arquitectura e cor dos edifícios são impressionantes, no entanto, talvez seja só um daqueles rumores em que gostamos de acreditar. O Vidago Palace Hotel, além de reunir um conjunto de características fora de série muito típicas dos palácios em geral (a título de curiosidade, contámos mais de 40 janelas no salão do restaurante), acolhe uma das estâncias termais mais sofisticadas do país. Ao todo são 2500 m2 de área dedicada à saúde e bem-estar que usam as Águas de Vidago, famosas pela composição alcalina, hipersalina e rica em ferro e flúor, como recurso principal no tratamento de problemas digestivos, renais e hepáticos, dores musculares e reumáticas, doenças do sistema nervoso, cardiovasculares e de pele. E como é que isso se faz, pergunta o leitor? Fazendo o chamado “percurso das águas”, que inclui diversas modalidades de hidroterapia, desde o duche de jactos de hidromassagem, o banho de imersão numa banheira com sal e água a 42 graus, o duche Vichy, que combina uma massagem relaxante com a pressão exercida pelos jactos de água, e a hidropinia, que consiste na ingestão diária de água mineral do Vidago, altamente diurética e, por isso, muito amiga do detox digestivo. Todos os tratamentos incluem consulta de nutrição e são acompanhados por médicos especialistas, que são, no fundo, quem vai decidir o que fazer, como fazer e durante quanto tempo. Geralmente, os tratamentos têm a duração de sete dias e o pacote inclui sete imersões (uma por dia) por 100€, que acrescem ao preço do alojamento. Quem estiver bem de saúde tem a piscina exterior aquecida a 36 graus e um spa termal com uma variedade de programas relaxantes e de rejuvenescimento que podem ser à base de água termal ou com produtos naturais como o azeite e o mel.

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  • Hotéis
  • Hotéis com spa
  • Grande Porto

Isto das termas é muito bonito mas como em quase tudo na vida é preciso insistir para ver resultados. Ir e voltar às termas, a ser um conselho seguido à regra, é quase certo que vai resultar em falhanço, já que, sim senhor, a água é capaz de operar alguns milagres, mas nunca à primeira tentativa. E menos ainda em actos isolados. Nas termas do Gerês os planos são quase sempre de 14 dias e seguem um protocolo rigoroso de cura que tem por base a ingestão diária de água directamente da fonte. Não acredita? Se chegar bem perto da bica pode ver inscrita na pedra a mensagem “Aegri surgunt sani”, que diz que quem entra doente, sai são. Há pacotes específicos para o tratamento de doenças do fígado, vesícula, hipertensão e diabetes, mas a Cura Termal (95€ + 30€ da consulta de avaliação), que é o mais simples do menu, está indicada para todos os que queiram experimentar o milagre hídrico e inclui, naturalmente, beber muita água directamente da fonte e praticar exercício físico no circuito de manutenção do Parque das Termas. A parte difícil e obrigatória a todos os tratamentos é seguir à risca a dieta geresiana, que consiste em abdicar de tudo o que é bom à mesa. A saber, estão proibidos durante o tratamento e nos 15 dias seguintes a carne vermelha, o açúcar, o café, o bacalhau, o repolho, o leite e a manteiga, entre outros alimentos que lhe serão apresentados à chegada. A boa notícia é que além de ser um plano desenhado para restabelecer o equilíbrio do corpo ainda oferece o contacto privilegiado com o Parque Natural da Peneda-Gerês. Ou seja, enquanto corre, flexiona e agacha, enquanto maldiz a vida toda, terá sempre como cenário o verde mais verde e o ar mais puro que o país tem para oferecer. Mas como é provável que depois do primeiro dia a encher-se de água e a suá-la rapidamente se sinta a precisar de um mimo extra, a piscina dinâmica, a sauna e banho turco e o duche bitérmico com aromaterapia são boas opções. Por 15€ e durante 90 minutos tem um merecido descanso. Se quiser levar a coisa mesmo a sério, experimente a massagem drenante (10€) ou o banho com duche subaquático (9€), que é uma espécie de banho de imersão com massagem de jactos debaixo de água.

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  • Hotéis com spa

Tecnicamente as Termas de Monfortinho não fazem parte do Hotel Fonte Santa, mas os pouco mais de 100 metros que separam os dois edifícios justificam a história a dois tempos. Ali mesmo à beira do rio Erges e a dois passos de Monsanto, encontram-se umas das termas mais antigas do país, famosas desde que os romanos descobriram uma nascente temperada a 29 graus e perceberam que o contacto prolongado com a água favorecia o alívio dos sintomas da psoríase e do eczema atópico. Na altura talvez não soubessem identificar os males de que padeciam, mas a simples observação a olho nu mostrava melhorias consideráveis no estado geral da pele e isso, só por si, valeu à nascente de Monfortinho a designação de Fonte Santa. Os anos passaram e as análises científicas à água revelaram boas notícias para outras patologias associadas ao cólon, à digestão, às hemorróidas (palavra feia para uma condição que também não é bonita), ao sistema urinário, às tendinites e à fibromialgia. O balneário é clássico na arquitectura, com grandes janelas panorâmicas, muito mármore no interior e um terraço que assume funções de solário ao ar livre, para descansar depois de ir a banhos. Os aquistas que aqui chegam têm à disposição dois tipos de intervenção terapêutica: a parte de balneoterapia, com imersões, duches, vaporizações e hidroginástica, e o spa propriamente dito, onde se cuidam as questões associadas ao sistema musculoesquelético com massagens especializadas e pressoterapia. A passagem pela consulta de avaliação (40€) é obrigatória, e a partir daí os tratamentos podem ser comprados avulso ou em pacotes de 20 ou 30, dependendo do objectivo. Um banho de imersão simples fica por 8,90€, o duche Vichy por 30€ e o banho anti-stress por 20€. 
No fim do dia, um caminho não oficial pelo meio das árvores pode levá-lo de volta ao hotel, onde terá à espera um quarto confortável decorado ao estilo casa de campo chique, um restaurante tradicional com uns rasgos de modernidade (no Inverno aventure-se na apanha de cogumelos com a cozinheira) e um spa que completa a oferta do balneário vizinho com tratamentos de beleza que prometem devolver vitalidade e juventude à pele.

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É na freguesia medieval de Longroiva, bem perto da Serra da Estrela, que Luís Rebelo de Andrade assina uma das suas obras mais inusitadas do interior do país. Por trás da fachada clássica pintada em tons terra, o terreno estende-se até ao balneário termal, que tem como vizinhos os bungalows independentes, com acesso incluído à piscina hidrodinâmica aquecida. A utilização das águas medicinais de Longroiva remontam à era romana, mas a referência mais antiga data do século XVIII, quando o médico d’El Rei D. João V, descobriu os seus “notáveis efeitos curativos” no alívio de rinites, sinusites, asma brônquica, psoríase e eczema. No spa termal trata-se do corpo e da beleza com duches, massagens, esfoliações, sauna, banho turco, envolvimentos e circuito de água com acesso à piscina lúdica, e ainda no centro de fisioterapia, dedicado à reabilitação física e motora. 
Para uma primeira experiência nestas andanças recomenda-se a passagem pelo banho de imersão com subaquático, que consta de uma imersão em banheira ou piscina com aplicação de jactos de massagem localizados debaixo de água (7€). O acesso ao balneário obriga a uma consulta prévia para avaliação do estado geral de saúde (55€), mas se não está numa de se meter em trabalhos, pode sempre optar por uma drenagem linfática geral (35€) para acabar com a retenção de líquidos.

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Foi ainda no tempo dos romanos que os habitantes de Chaves descobriram uma estranha fonte de água que brotava do chão com aspecto fervilhante mas a uma temperatura que estava longe da ebulição. Das duas uma: ou era obra de Deus, ou do Diabo. Sucede que nem uma coisa nem outra e alguns estudos mais tarde provaram, em 1856, que as águas das Caldas de Chaves tinham aquele aspecto misterioso por serem bicarbonatadas, sódicas, mesomineralizadas e, claro está, gasocarbónicas. Explicavam-se assim as bolinhas e, em 1899, o rei D. Carlos assinava o documento que dava por oficialmente abertas as Termas de Chaves. A fonte já existia e as recolhas de “águas milagrosas” eram já uma das posologias receitadas para o tratamento de diversas doenças. Artrites, psoríase, doenças dos joelhos e das ancas, fracturas, entorses, gastrites, sinusites, asma e bronquite são só algumas da lista interminável de maleitas para as quais as águas de Chaves são a cura perfeita. Para isso é preciso passar por uma consulta de avaliação que irá determinar o tratamento mais adequado mas, num modo mais leve, os banhos e massagens disponíveis no spa termal são suficientes para ajudar a corrigir todos os males de uma vida sedentária. No fundo, ao entregar-se aos cuidados dos técnicos especialistas, está a assinar um acordo de relaxamento e bem-estar que tem como missão baixar radicalmente os níveis de stress. O plano desintoxicante de três dias inclui uma câmara de vapor para limpar as impurezas do corpo e das vias respiratórias, uma massagem de corpo inteiro, sauna e banho turco, duas imersões com hidromassagem, duche de massagem e uma esfoliação corporal com hidratação. Tudo pelo preço simpático de 99€. Cada um dos componentes está disponível avulso (desde 10€) e no caso de levar a prole atrás há ainda uma massagem de 20 minutos para crianças a partir dos 8 anos, por 15€. No fim vai querer trazer uma recordação dos dias a banhos e, nesse caso, existe um coffret de dermocosmética criado para as Termas de Chaves com sabonetes hidratantes e esfoliantes, e cremes de rosto, corpo e mãos (29,95€).

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Aquae Curiva era o nome pelo qual era conhecida a localidade da Curia durante a ocupação romana da Península Ibérica, e que coincidiu precisamente com a descoberta das propriedades terapêuticas da água mineral natural que ali nascia. De composição iónica, cálcica e magnesiana, sai da fonte à temperatura de 19 ºC e tem sido indicada desde a Antiguidade no tratamento de doenças dos sistemas circulatório e musculoesquelético, aparelho urinário e sistema endócrino. Quem sofre da tiróide sabe bem do que falamos. Em plena região da Bairrada, numa propriedade de 14 hectares de natureza pura, o balneário termal é gerido pelo centenário Hotel das Termas, uma casa clássica com 102 quartos bem equipados mas que não se aventura muito além da função utilitária. É, portanto, o poiso perfeito para acolher quem se queira entregar às curas da água a dois ou em família (há um parque infantil para entreter os miúdos enquanto está a banhos). Dentro do balneário, o Buvette é parte essencial da cura e é de onde se recolhe a água directamente da fonte para o copo. Esta deve ser bebida diariamente em complemento com os restantes tratamentos de imersão. O spa termal está aberto ao público mas os hóspedes têm desconto.

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  • Porto

Ali para os lados do Sabugal, Rapoula do Côa é um daqueles sítios que só acreditamos que existem quando lá vamos ver com os nossos próprios olhos. Além da praia fluvial que refresca o calor insuportável que teima em atacar as Beiras durante o Verão, esconde o hotel termal mais arrojado do país. As propriedades curativas das águas do Cró eram já conhecidas d’El-Rei D. João V no tratamento e prevenção de problemas musculoesqueléticos, reumáticos, respiratórios e dermatológicos, mas só em 2005, depois de vários pára-arranca na concessão das termas, é que o hotel tomou conta dos balneários transformando-os num espaço onde apetece mesmo ir passar uns dias a tratar do corpo. A obra não foi consensual e houve até quem se insurgisse contra a construção do “mamarracho” em plena zona rural mas, se nos permitem, aproveitamos este bocadinho para discordar da crítica e acrescentar que foi precisamente aqui que nos sentimos à vontade para, pela primeira vez, subscrever um plano termal sem nos sentirmos com os pés para a cova. Termas e juventude eram dois conceitos difíceis de cruzar até aparecer este empreendimento e isso deve-se em grande parte à configuração do espaço, ultramoderno e minimalista, com 26 quartos com banheira panorâmica e um restaurante tradicional, mas também a uma muito necessária mudança de discurso na apresentação das termas. “Não é só para velhinhos doentes, é para toda a gente que precise de ajuda a tratar alguns problemas de saúde ou tão simplesmente para aumentar os níveis de bem-estar geral”. Para responder a essa missão, o Cró acrescenta ao termalismo terapêutico, serviços de fisioterapia, um spa medicinal e uma piscina aquecida hidrodinâmica com 160 m2, de acesso livre a todos os hóspedes. Uma consulta médica (55€) determina o tipo e a duração do tratamento e, no caso, o preço varia de acordo com a posologia.

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