Esta é uma história que se passa antes de haver Facebook ou Tinder: um príncipe apaixona-se por uma princesa, mas, por capricho, uma fada interpõe-se no seu amor, fazendo surgir uma floresta e um rio entre ambos. Confrontado com estes obstáculos, o príncipe tenta chamar a atenção da princesa através de um espantalho vestido com as suas roupas, tendo mais sucesso do que esperava: a fada insufla vida neste “príncipe de madeira” e a princesa apaixona-se por ele, para desgosto do príncipe de carne e osso. Porém, a fada apieda-se deste e desfaz o feitiço do “príncipe de madeira” – quando ele tomba inerte, a princesa volta a sua atenção para o príncipe verdadeiro.
O libreto do bailado-pantomima O Príncipe de Madeira, da autoria de Béla Balázs, não é muito elaborado, mas a música que Bartók compôs para ele supera largamente as suas insuficiências. A Suíte extraída deste genial bailado, estreado em Budapeste em 1917, será tocada pela Orquestra Sinfónica do Porto, com direcção de Baldur Brönnimann (na foto), num programa que inclui duas estreias, uma nacional – Deep Time de Harrison Birtwistle – e outra absoluta – a de uma obra de Pedro Lima encomendada pela Casa da Música.