A magia do deslumbramento e as tendências esotéricas da folk psicadélica eram a base das ternas e estranhas canções de Devendra Banhart. Por fim, o eclectismo que era obscurecido pelos arranjos despojados veio à tona ao longo da sua discografia. A sua infância na Venezuela, o fascínio pela música brasileira e as revelações espirituais em templos japoneses moldaram a música do último álbum. Ma é uma meditação sobre o amor materno, mas nem sempre no sentido literal.
Um som suave, de arranjos rústicos, cria uma forma intimista de contar histórias sobre a universalidade da palavra “mãe”. Transmite lições de vida à criança que poderá nunca vir a ter, fala sobre os laços que nos unem uns aos outros, às nossas pátrias e ao planeta. Embora seja um disco íntimo, Ma ecoa as suas origens eclécticas, abraçando uma costura criativa de estilos musicais e línguas. Transmite a universalidade da experiência humana num delicado diálogo com o mosaico cultural de que somos todos feitos.