Consumida a seco, esta intriga, cozinhada pelo libretista Francesco Maria Piave a partir da peça Don Alvaro o la Fuerza del Sino (1835), de Ángel de Saavedra, será provavelmente intragável, mas a música com que Verdi a condimentou opera maravilhas e é com justiça que La Forza del Destino está entre as óperas mais amadas. Estreou em 1862 no Teatro Bolshoi, em São Petersburgo, mas Verdi empreendeu várias revisões, com outro libretista, e é esta versão, estreada em 1869 em Milão, que costuma ser levada à cena. Na versão original, Alvaro, não suportando ver-se como culpado da morte dos três Calatravas, atira-se do alto de um penhasco; a versão de 1869 deixa-o vivo.
Na produção que agora se apresenta, os intérpretes são Miklós Sebestyen (Marquês de Calatrava), Julianna Di Giacomo (Leonora), Damiano Salerno (Don Carlo) e Kristian Benedikt (Don Alvaro), com direcção de Antonio Pirolli e encenação de David Pountney.