Há muitas Américas e algumas estão ainda por conhecer, mesmo na era da globalização. Neste evento do “ano americano” na Casa da Música, a célebre Bachiana Brasileira n.o 5, do brasileiro Heitor Villa-Lobos (em que é solista a soprano Eduarda Melo), é emparelhada com obras que raramente surgem nas salas europeias. É certo que o argentino Astor Piazzolla é nome bem conhecido deste lado do Atlântico, mas não pela sua produção “erudita” – a apresentação da sua Sinfonia Buenos Aires (1951) é pois de saudar, tanto mais que terá a direcção do costa-riquenho Giancarlo Guerrero, que a gravou para a Naxos com a Sinfónica de Nashville, de que é maestro titular. Nesta ocasião, Guerrero dirigirá a Orquestra Gulbenkian.
O concerto para violoncelo do brasileiro Marlos Nobre foi estreado em Agosto passado pela Sinfónica do Estado de São Paulo, tendo como solista o também brasileiro António Meneses, que fez parte do Trio Beaux-Arts, é parceiro usual de Maria João Pires e que será o solista nesta apresentação. O programa de compositores latino-americanos completa-se com Fandangos, do porto-riquenho Roberto Sierra.