É usual associar os Prelúdios op.28 à aziaga estadia de Fryderyk Chopin em Maiorca, no Inverno de 1838-39, na companhia de George Sand. A viagem às Baleares fora motivada pela esperança de que o clima mais seco e soalheiro fosse benéfico para a saúde do compositor, mas em vez disso o casal foi brindado com chuva ininterrupta – e a disposição hostil da população local, a partir do momento em que constou que Chopin e Sand não eram casados. Se o tempo inclemente fez com que Chopin não saísse de casa e compusesse esta prodigiosa colecção de 24 miniaturas que é o op.28, devemos estar-lhe gratos. Porém, os musicólogos entendem que parte dos prelúdios terão sido compostos anteriormente e que Maiorca terá apenas sido o local da sua revisão.
A acoplagem proposta pelo pianista Pedro Burmester dos Prelúdios de Chopin aos Impromptus D.935 de Schubert (datados de 1827, quando restava ao compositor pouco mais de um ano de vida) é certeira, dada que ambas as colecções possuem um cariz livre e improvisativo. O programa completa-se com a Sonata n.º 3 de Fernando Lopes-Graça.