O concerto para violino n.º 2 foi a última obra que Sergei Prokofiev compôs “em liberdade”. O compositor e pianista abandonara o seu país poucos meses depois da Revolução de Outubro de 1917, pois a guerra civil que lhe sucedera era pouco propícia à actividade como concertista. Mas, após deambular pelo mundo durante anos, começou a ser roído pelas saudades da pátria e pelo desejo de levar uma vida menos agitada e deixou-se aliciar pelas propostas tentadoras que vinham da URSS.
O regresso fez-se em aproximações progressivas e o Concerto para violino n.º 2 reflecte, segundo as palavras de Prokofiev, “a minha existência nómada como concertista”, com a partitura a ser trabalhada em Paris, Voronezh e Baku, e a estreia a ter lugar em Madrid, em Dezembro de 1935, pela mão do violinista que encomendara a obra, o virtuoso francês Robert Soetens, com quem Prokofiev andava em digressão. No início de 1936, Prokofiev regressaria à URSS, de onde não voltaria a sair.
Nesta ocasião, a solista será a espanhola Leticia Moreno, que grava em exclusivo para a Deutsche Grammophon. A Orquestra Gulbenkian terá a direcção de Lorenzo Viotti e o programa inclui a Sinfonia n.º 5 de Tchaikovsky.