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A app Too Good To Go chegou ao Porto para combater o desperdício alimentar

Escrito por
Bárbara Baltarejo
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Graças à Too Good To Go, mais de 30 milhões de refeições foram salvas em 15 países em apenas quatro anos. Depois do lançamento em Lisboa, em Outubro de 2019, o Porto é a segunda cidade do país a receber a aplicação gratuita que quer combater o desperdício alimentar. O objectivo é evitar que a Invicta continue a mandar para o lixo 14 mil toneladas de comida por ano (números da Fundação Ellen MacArthur). 

"Abrimos o mercado no Porto já com mais de 60 parceiros. A cidade do Porto e os portuenses juntam-se assim a uma nova mentalidade de consumo sustentável e de economia circular que não é apenas uma tendência, mas sim uma nova forma de estar em sociedade, que deve ser adoptada por todos", diz Madalena Rugeroni, Country Manager da empresa.

Como é que através de uma aplicação se pode salvar comida? É simples. Basta instalar a Too Good To Go (disponível para iOS e Android), activar a localização e depois escolher um estabelecimento com excedentes. Espaços como o Camélia Brunch Garden, o Néctar, o Paparoca da Foz ou a Rota do Chá integram a lista de 60 espaços aderentes.

O que distingue a Too Good To Go de outras aplicações do género é que o conteúdo das caixas é surpresa. Ou seja, os utilizadores podem escolher o espaço, o tipo de comida (vegetariana ou vegan, por exemplo) e outras variáveis como o horário de recolha, mas o que contém a magic box é sempre desconhecido. As caixas custam entre 3€ a 5€. 

O lançamento da aplicação no Porto aconteceu esta terça-feira
© DR

Durante o evento de lançamento da aplicação no Porto, Hélder Claro, representante da Porto Ambiente, a empresa municipal responsável pela gestão dos resíduos, defendeu que "no que diz respeito aos resíduos, não nos devíamos focar no tratamento mas sim na prevenção e a Too Good To Go é um bom exemplo disso". O responsável falou ainda das metas da autarquia para o futuro: em 2022, espera-se que 50% da população tenha acesso a contentores de lixo orgânico.

Alguns conselhos para reduzir o desperdício alimentar em casa

Embora o foco da empresa seja o desperdício de alimentos produzido em espaços de restauração, em conversa com a Time Out Porto, Madalena Rugeroni deixou alguns conselhos práticos para que se reduza também o desperdício alimentar produzido em casa. 

1. Na hora de armazenar alimentos, opte por recipientes onde se veja, efectivamente, o que está guardado. "Eu acho que faz toda a diferença a utilização de recipientes transparentes com materiais como, por exemplo, o vidro, porque podemos ver para dentro e assim não nos esquecemos das refeições que ficaram."

2. Evite compras do mês. "Uma boa prática é ir frequentemente ao supermercado em vez de comprar tudo logo de uma vez. Comprar on the go e perceber o que é que realmente faz falta." 

3. Use a criatividade para reaproveitar os alimentos. "No caso da laranja, por exemplo, as cascas podem ser utilizadas para fazer uma tarte de laranja. Ao usar alho francês, há a parte que as pessoas não comem, mas que pode ser cortada aos bocadinhos pequenos e substituir o cebolinho como topping em sopas."

Madalena Rugeroni falou à Time Out sobre desperdício alimentar
© DR

4. Tenha uma posição mais activa. "Qualquer pessoa pode fazer a diferença e contribuir para este movimento. Por um lado, recorrendo a aplicações como a Too Good To Go ou apoiando, através de voluntariado, outros projectos na área. Mas também no dia-a-dia. Em vez de comprar os produtos no supermercados com um grande prazo de validade, optar por aqueles produtos que expiram hoje é uma forma de combater o desperdício. Muitas vezes as pessoas pensam que o desperdício alimentar só é significativo se for em massa, mas um só bolo também conta." 

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