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A Cascata Leceira já está aberta ao público

São cerca de 300 peças que retratam Leça da Palmeira nos anos 1920/30. A Cascata foi restaurada e volta a estar aberta ao público no Museu da Quinta de Santiago.

Jornalista de Música, Time Out Porto
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Com cerca de 15 metros quadrados, a Cascata Leceira representa a Leça da Palmeira dos anos 1920/30, época em que era uma importante estância de veraneio, frequentada por artistas, pela burguesia portuense e pela comunidade inglesa. As cerca de 300 peças, algumas com movimento, foram construídas com perícia, ao longo de décadas, pelo mestre José Moreira.

A estrutura foi doada à Câmara de Matosinhos em 2010 e recentemente foi alvo de uma intervenção de restauro e de conservação. Pode agora voltar a ser vista nas instalações do Museu da Quinta de Santiago, no edifício da Casa do Bosque, anuncia o site do município.

Cascata Leceira
© Francisco Teixeira / Câmara Municipal de MatosinhosCascata Leceira

Cada casa e cada figura da cascata têm uma história e um significado para o seu autor. Nela são reconhecíveis os principais lugares e monumentos da localidade, o rio Leça e as suas seis pontes (destruídas durante as obras de construção do Porto de Leixões), as praias, a Igreja Matriz, o Forte de Nossa Senhora das Neves e o Farol da Boa Nova.

Mas também estão representadas vivências e tradições, como as romarias de S. João da Boa Nova e do Senhor de Matosinhos, a Feira das Louças, o Teatro dos Robertos, as procissões, as artes e os ofícios (a lavoura, a lavadeira, os vendedores, a leiteira, o pescador ou o sapateiro) e as figuras ilustres da terra, como o poeta António Nobre ou o marítimo José Rabumba.

Cascata Leceira
© Francisco Teixeira / Câmara Municipal de MatosinhosCascata Leceira

As cascatas sanjoaninas são uma tradição antiga, derivada do presépio, que se julga ter origem na cidade do Porto. Em Leça da Palmeira, esta tradição também está associada à celebração dos Santos Populares (Santo António, S. João e S. Pedro), em especial o S. João.

Nessa época festiva, as famílias compravam os bonecos de barro na Feira da Louça do Senhor de Matosinhos e construíam uma cascata com a representação dos lugares mais emblemáticos de Leça. Com o passar dos anos, as cascatas começaram a ser cada vez maiores e mais pormenorizadas, graças à arte de artesãos como João Soares e José Moreira.

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