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A editora lisboeta traz pela primeira vez ao Porto, este sábado 27, o evento Enchufada na Zona. Das 20.30 às 06.00, entre o Hard Club e o Maus Hábitos. A Time Out falou com Branko, cabecilha da Enchufada.
Falemos do arranque das vossas festas, as Hard Ass Sessions, em Lisboa: em que medida foram importantes para dar mais visibilidade à editora?
Foi extremamente importante. Apesar de sempre termos procurado ser uma editora de projecção global, queremos fazê-lo a representar uma visão local da música electrónica, moldada pelo facto de sermos de Lisboa, uma cidade onde Europa, África e América do Sul se encontram. Como tal, é importante criar uma relação com o público e a cidade em si, e não há melhor forma de o fazer do que estabelecer uma residência musical.
Como surgiu a extensão ao Porto?
Foi decisão nossa. Há já bastante tempo que queríamos estender ao Porto esta ideia de residência. O Maus Hábitos foi super-receptivo.
As festas cá em cima têm características particulares?
Sem dúvida. Durante estes dois anos e meio o evento acabou por ganhar características tão distintas do que estávamos a fazer em Lisboa que decidimos alterar o nome para Enchufada No Maus. Temos plena noção de que o nosso som é uma consequência directa de sermos de Lisboa e, como tal, ao início havia a questão de “será que isto funciona aqui?”. Mas desde a primeira edição que sentimos o Porto empenhado em dar tudo na pista de dança e a mostrar o quanto faltava representar este casamento entre a electrónica e as sonoridades globais na Invicta.
Quais as diferenças entre a Enchufada no Maus e a Enchufada na Zona?
A nossa intenção com os eventos Enchufada Na Zona é espelhar o que está a acontecer na vida da editora num determinado momento para uma determinada cidade. Uma espécie de snapshot de projectos que saíram e vão sair, e que vão marcar a direcção da Enchufada nos próximos tempos. Queremos tanto superar as expectativas normais de quem já nos segue na nossa residência, como apresentar a editora a quem não nos conhece.
Como delinearam esta edição no Porto?
O foco na primeira parte do evento no Hard Club são os concertos [20.30-00.30]. O Branko vai estrear a sua performance audiovisual na Invicta, o Dino D’Santiago vai dar-nos a conhecer o seu próximo disco e o iZem vai mostrar ao vivo o seu recente EP na Enchufada, Beni Lane. Tudo isto complementado pelas batidas de PEDRO, Rastronaut e Progressivu. A segunda parte do evento, no Maus Hábitos, será composta por DJ sets [00.00-06.00].
Ao longo destes anos na Enchufada, que mudanças notas na música a que dão protagonismo?
A Enchufada nasce para criar uma plataforma para esta visão híbrida da música electrónica com identidade cultural local – uma definição que tanto abrange o kuduro angolano, como a cumbia peruana ou o baile funk brasileiro, entre outras expressões musicais. Talvez a maior mudança que notamos é que este exercício já não é exclusivo de editoras independentes como nós. Hoje tens alguns dos maiores artistas a fazerem isso, como o Drake, ao ir buscar instrumentais e participações do nigeriano Wizkid, ou a afirmação de nomes como o J Balvin e o reggaeton como nova linguagem pop de alcance global.
Preços: 5€ - 10€.