A histórica Casa dos Linhos tem uma nova morada e reabre a 22 de Março

Esta é uma história com um final feliz, no meio de um cenário que nos últimos tempos tem sido marcado por vários encerramentos. Depois de ter sido obrigada a sair da rua de Fernandes Tomás, onde estava localizada há vários anos, a histórica Casa dos Linhos tem agora uma nova morada. A loja especializada em retrosaria e bordados artesanais reabre no sábado, dia 22 de Março, na rua do Bolhão, 203b, a poucos metros do local onde estava localizada e exactamente um mês depois de sair da antiga morada.

A informação foi avançada pelo jornal Público e confirmada à Time Out pela proprietária, Estela Pinto, entre “a correria” que têm sido os últimos dias para ter tudo pronto para a reabertura. O espaço é maior do que o anterior, com 200 metros quadrados, e vai acolher os vários produtos desta loja que conta com 165 anos de história.

Uma das prioridades, explica Estela Pinto, era encontrar um espaço que permitisse que a Casa dos Linhos se mantivesse na Baixa. “Venho para o Porto de carro e passava todos os dias por esta loja. Vi o anúncio, liguei e tive a sorte de estar livre. Os proprietários ficaram contentes por ser a Casa dos Linhos e ainda mais por ser uma loja centenária”, acrescenta à Time Out. 

Uma história com mais de 160 anos

A Casa dos Linhos foi fundada em 1860 – com morada primeiro na rua Formosa e depois na rua de Fernandes Tomás – e é hoje um dos negócios de bordados, rendas e linhos mais antigos e tradicionais da cidade, com o selo do programa municipal Porto de Tradição. Em 2011, Felisberto Carvalho e Estela Pinto pegaram no negócio e decidiram revitalizar a loja, prometendo ao descendente do fundador preservar as características originais do espaço. 

Foi em meados de Janeiro deste ano que o negócio perdeu uma longa disputa judicial com o senhorio, que exigia uma renda quase nove vezes superior e que, em 2017, fez também a denúncia do contrato, alegando que na altura da transferência das quotas não foi dada preferência ao senhorio. O Tribunal da Relação deu razão ao senhorio e Felisberto Carvalho e Estela Pinto, sem condições para acompanhar o valor da renda pedido, tiveram mesmo de sair do número 660 da rua de Fernandes Tomás, junto ao Mercado do Bolhão. 

Rua do Bolhão, 203b. Seg-Sex 09.30-19.00, Sáb 09.30-13.00. 

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