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O Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) da Universidade do Porto é a primeira instituição portuguesa a participar no Global Malaise Program.
Segundo a Universidade do Porto, este projecto pioneiro tem como objectivo catalogar artrópodes terrestres – um grupo que concentra 80% das espécies conhecidas e inclui animais como aranhas e borboletas – utilizando uma técnica inovadora de identificação de espécies através do ADN.
Os animais estudados são invertebrados, com exoesqueleto, apêndices articulados e corpo segmentado, que têm “grande importância ecológica” e são “elementos fundamentais” das cadeias alimentares e económicas, explicou à Lusa a investigadora do CIBIO-InBIO Sónia Ferreira.
Animais como abelhas, besouros, libelinhas e escorpiões "são fulcrais a todos os níveis, desde o mais agradável em termos humanos, como a produção do mel, até toda a reciclagem e decomposição, seja de corpos animais seja de matéria vegetal, passando pela agricultura" afirma a investigadora.
O Global Malaise Program – liderado pelo Centre for Biodiversity Genomics da Universidade de Guelph, no Canadá – surgiu porque o conhecimento acerca destas espécies ainda é limitado. O projecto envolve mais de 60 instituições de 30 países e utiliza uma técnica chamada DNA barcoding (código de barras de ADN).
Desde o arranque do programa em 2012 já foram catalogadas mais de 106 mil espécies e estima-se que haja mais de um milhão. À volta de metade dessas espécies ainda não tinha sido registada no BOLD (Barcode of Life Data Systems), a base de dados genéticos mundial.
De modo a analisar os animais são utilizadas armadilhas Malaise, estruturas em forma de tenda que possibilitam a recolha de amostras de artrópodes terrestres.
Em Portugal foram instaladas duas armadilhas, uma em Vila do Conde e outra em Vimioso, locais que representam diferentes regiões biogeográficas. As amostras serão recolhidas semanalmente e enviadas para o Canadá para análise.
Segundo Sónia Ferreira, estão catalogados no sistema BOLD os códigos de 700 espécies de artrópodes em Portugal.
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