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Cresceu a ver a mãe e as avós a tricotar e quis aprender a técnica para “fazer parte do clube”. Só mais tarde, durante a licenciatura em Design Gráfico, Ana Martins, mais conhecida como Aheneah, percebeu que entrelaçar fios não era coisa do passado. “Apercebi-me que a unidade do ponto-cruz funcionava como a unidade digital do pixel”, conta a artista.
A descoberta de um “grande leque de oportunidades para levar a técnica a outro nível”, coincidente com um interesse pela arte urbana, fez com que levasse o ponto-cruz para a rua. “Ao tirar a técnica do seu lugar comum, quero torná-la mais apetecível para uma geração tão habituada ao digital”, explica.
É no sábado 6 que Aheneah mostra o seu trabalho na Circus Network, espaço onde tem vindo a expor no último ano. No workshop Arte Urbana em Ponto-Cruz, os participantes vão aprender as bases sobre a técnica tradicional com cruzes de dois milímetros e os métodos para transpô-la para uma escala de rua, em que a unidade da cruz é 20 vezes maior.
“É preciso saber primeiro as regras para depois as desconstruir”, nota a “designer bordadeira” de 22 anos. Ana quer dar ainda aos formandos uma “injecção de inspiração”. “Tal como esta, há muitas coisas que podem ser reinventadas."