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Não podemos contar a história do fotojornalismo português sem falar de Alfredo Cunha, consagrado fotojornalista que se notabilizou pelas icónicas fotografias do 25 de Abril, nomeadamente o retrato de Salgueiro Maia no Largo do Carmo que se tornou num símbolo da revolução. Mas, ao longo de 50 anos, foram vários os acontecimentos históricos, políticos, económicos e sociais capturados pela sua lente, quer como fotojornalista e editor em jornais como O Século, Jornal de Notícias ou Público, quer como fotógrafo oficial dos presidentes Ramalho Eanes e Mário Soares.
Inaugurada a 17 de Outubro, no Centro Português de Fotografia, a exposição Alfredo Cunha. 50 anos de fotografia – 1970-2020 comemora as cinco décadas de carreira do fotógrafo e mostra o seu trabalho enquanto testemunho das transformações por que o país e o mundo passaram neste período. Estão representados, entre outros momentos, o 25 de Abril, a descolonização, a guerra no Iraque e a pandemia, estas últimas captadas entre os bairros sociais, o hospital e o cemitério da Amadora, onde se encontrava a trabalhar num novo fotolivro a propósito dos 40 anos daquele município da área metropolitana de Lisboa.
A retrospectiva inclui dezenas de fotografias e está subdividida em oito secções, cada uma dedicada a um tema. O fotojornalista assume também a produção da exposição, tendo seleccionado as fotografias que resumem os seus 50 anos de trabalho. Além de ser uma celebração do seu percurso, este momento também marca o regresso de Alfredo Cunha à fotografia propriamente dita, já que dedicou o último ano à edição, a livros e exposições.
O percurso de Alfredo Cunha é longo e diverso, mas houve uma companhia que se manteve ao longo dos anos: as câmaras Leica, que começou a usar em 1973 e que manuseou de forma quase exclusiva durante a sua carreira. Quem quiser espreitar as capturas que fez com os equipamentos desta marca e admirar o seu trabalho em dose dupla, pode fazê-lo na galeria da Leica Store Porto até 5 de Janeiro. A exposição no Centro Português de Fotografia pode ser visitada de terça a sexta, entre as 10.00 e as 18.00 e aos sábados e domingos de manhã. Ambas têm entrada livre.