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Em 2018, foi anunciado que a Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas de Vila Nova de Gaia seria transformada num museu sobre a história da cidade. Este mês foi aprovado, em reunião camarária, que o museu será afinal dedicado às temáticas ambientais. As alterações climáticas serão um dos temas centrais do Gaia Museu-Ambiente.
A fábrica foi fundada em 1865, logo depois da chegada dos caminhos-de-ferro a Vila Nova de Gaia. Aqui faziam-se azulejos para fachadas, ornamentos para jardins, artefactos em ferro fundido e até túmulos para cemitérios. Se as paredes deste complexo industrial falassem, teriam muito para contar sobre aquela que foi a maior fábrica de cerâmica ornamental do seu tempo em Portugal, sobre a história da cerâmica neste país e sobre as artes industriais no geral. Hoje, encontra-se abandonada e em ruínas.
Inicialmente foi anunciado que seria aqui instalado o futuro Museu da Cidade, mas este mês foi aprovada uma rectificação que visa alterar a tipologia do projecto para "um equipamento dedicado às questões ambientais, tendo como principal tema as alterações climáticas em Gaia e no mundo", segundo o comunicado da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
"O complexo industrial da antiga Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas é um dos mais relevantes imóveis com valor histórico e cultural em Gaia, com uma importância arqueológica e arquitectónica ímpar. O significado histórico da actividade industrial no concelho, e em particular a relação com os movimentos artísticos centrados nas figuras de Soares dos Reis e Teixeira Lopes, confere àquele complexo industrial um valor excepcional de enorme importância estratégica para o desenvolvimento futuro da cidade", acrescenta o comunicado.
Ainda não há data prevista para o arranque das obras no terreno. Os painéis de azulejos que compõem o muro que circunda as actuais ruínas do edifício já estão classificados e vão ser preservados.