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Antiga Fábrica de Cerâmica e Fundição das Devesas vai ser transformada em museu

Mariana Morais Pinheiro
Directora Adjunta, Porto
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Dois milhões e meio e uma fé desmedida para que o projecto fique pronto até Outono deste ano. A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia quer comprar ao Millennium BCP, por este valor, parte da antiga Fábrica de Cerâmica e Fundição das Devesas para lá instalar um museu sobre a história da cidade, com uma sala de conferências, e um parque de estacionamento subterrâneo com 600 lugares.

Por terra cai o projecto do arquitecto Joaquim Massena, desenhado em 2010 (ainda durante o mandato de Luís Filipe Menezes), que previa para o local a construção de 137 casas, 215 lugares de estacionamento e 10 espaços comerciais, e cujo promotor entrou em insolvência.

O actual presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, explica que nestes 13.500 metros quadrados, que serão alvo de requalificação urbanística – uma vez que a fábrica que fechou há 20 anos se encontra totalmente em ruínas – serão criados espaços públicos de lazer. O intuito é “começar a coser o território e estender a centralidade de Vila Nova de Gaia, criando, assim, um núcleo que irá compilar a história colectiva da cidade e evitando a construção de uma urbanização de grandes dimensões e com um pesado impacto na zona”, diz em entrevista por e-mail.

Acrescenta ainda que, juntamente com o parque automóvel, o Museu da História de Gaia e da Cerâmica, como se irá chamar, terá como um dos objectivos “complementar a área turística, cultural e patrimonial para atrair visitantes à cota alta da cidade”. Realçam também a importância da localização estratégica deste terreno, “quer pela proximidade da actual estação ferroviária, quer pela futura construção de uma estação do metro com ligação ao Campo Alegre.”

A compra será feita com capitais próprios do município, sem recurso a empréstimos, e, depois do visto do Tribunal de Contas, esperam que a assinatura do contrato ocorra entre os meses de Abril e Maio deste ano. O projecto será submetido a um concurso de ideias e esperam ter tudo projectado antes do final do ano. Uma coisa é certa, as infra-estruturas vão ocupar um terço do perímetro, enquanto que os restantes dois terços serão para espaços verdes.

De fora desta compra fica uma outra área, “com cerca de 3 mil metros quadrados, que albergava os fornos da antiga cerâmica, um terreno que fica entre a Rua Conselheiro Veloso da Cruz e a linha de caminho de ferro das Devesas”. A Câmara não pretende comprá-lo, mas está a negociar com o proprietário para que este possa ser classificado como de interesse público e lá seja construído um outro núcleo.

E por falar em interesse público, na página do município avisam que os azulejos nos muros da fábrica “já estão classificados e serão preservados”.

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