[title]
Os 237 hectares de terreno até agora ocupados pela refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira, vão dar lugar ao desenvolvimento de um Innovation District, com a cedência de parcelas para a construção de um pólo universitário, em parceria com a Universidade do Porto.
O protocolo de cooperação para o projecto foi assinado esta quarta-feira pela Galp, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N). De acordo com o protocolo, com o Innovation District estima-se que possam vir a ser directa ou indirectamente gerados entre 20 e 25 mil postos de trabalho, num prazo de dez anos.
Este centro de inovação será potenciado por um "ecossistema urbano, social e ambientalmente sustentável", com comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 4.0, habitação, equipamentos culturais e de lazer, com destaque para um parque verde. O objectivo é "promover a valorização económica, social e ambiental de toda a região Norte do país, posicionando esta iniciativa no topo dos projectos mundiais de tecnologia associada a energias sustentáveis", anuncia a Galp.
A reconversão da refinaria irá iniciar-se com o "programa de desmantelamento e descontaminação dos solos", lê-se em comunicado da Câmara Municipal. Para mitigar o impacto económico e social em Matosinhos do encerramento da Petrogal, o Fundo de Transição Justa, integrado no programa Portugal 2030, reserva 60 milhões de euros. Parte desta verba será aplicada no apoio aos 1200 trabalhadores que perderam o seu emprego e às empresas afectadas, outra parte irá para a criação do pólo universitário/centro de ciências e tecnologias da Universidade do Porto. O fomento de empresas na área da produção de energias limpas e a construção de uma linha de Bus Rapid Transit (BRT) estão igualmente previstos.
“O Norte e a cidade de Matosinhos abraçaram durante meio século uma actividade industrial estratégica, pioneira e estruturante para o desenvolvimento da região e transformação energética do país. Perante a inevitável e necessária transição energética para um mundo mais sustentável, a Galp pretende assegurar e perpetuar o seu contributo social e económico, criando ainda mais valor para Matosinhos, para o mercado e participando activamente no progresso do país”, afirma Paula Amorim, presidente do Conselho de Administração da Galp, citada em comunicado da Galp.
Este centro de inovação e conhecimento será "um orgulho para o Norte e para o país”, acrescenta Andy Brown, presidente executivo da Galp. "A Galp faz parte da história de Matosinhos há mais de 50 anos e estamos empenhados em continuar a ser um pólo de desenvolvimento económico e social e gerador de emprego nesta região, com um projecto que será um dos eixos para colocar a Galp e o país na vanguarda da transição energética, da inovação e da descarbonização da economia, rumo a um futuro mais sustentável."
Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, destaca "a nova etapa que a assinatura deste protocolo inicia com a ambição de transformar uma área contaminada num activo que contribua para o crescimento do emprego qualificado e da competitividade da região". Já António Cunha, presidente da CCDR-N, reforça que "este será o maior e mais estruturante projecto de desenvolvimento regional de Portugal no horizonte da próxima década" e "uma oportunidade histórica para a região Norte, a vários títulos".
Mais sobre Matosinhos:
+ Antiga fábrica em Matosinhos vai dar lugar a centro empresarial
+ Fevereiro é mês de marisco em Matosinhos a preços especiais
+ Terminal de Cruzeiros e Titan de Leixões reabrem com visitas guiadas
+ Matosinhos: Obelisco da Memória restaurado e com nova iluminação
+ Caminho da Costa, que liga o Porto a Valença, já está certificado