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Aos 35 anos, o Festival de Marionetas do Porto desafia a reflectir sobre a existência humana

O evento está de volta a vários palcos do Porto e de Matosinhos, entre 11 e 26 de Outubro, com 18 espectáculos, workshops e sessões para os mais novos.

Ana Catarina Peixoto
Jornalista, Porto
'Géologie D'Une Fable´, da companhia libanesa Collectif Kahraba, é o espectáculo inicial do FIMP
DR'Géologie D'Une Fable´, da companhia libanesa Collectif Kahraba, é o espectáculo inicial do FIMP
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No ano em que assinala 35 edições, o Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) está de volta às cidades do Porto e de Matosinhos, entre 11 e 26 de Outubro, para pôr todos a questionar e a reflectir sobre a existência humana. Sob o mote “Existir. Resistir! Desistir…”, o evento traz 18 espectáculos de marionetas e teatro visual, de dez companhias portuguesas e quatro estrangeiras, e ainda várias actividades pedagógicas e workshops para estudantes e profissionais de teatro, além das tradicionais sessões para famílias e crianças.

Igor Gandra, director artístico do FIMP, refere, em nota de imprensa, que o festival foi pensado para ser desafiante e que convida, por vezes, a atravessar zonas bastante obscuras”. Até porque, acrescenta, “os objectos e as marionetas tanto nos inquietam como são capazes de nos guiar e de nos oferecer preciosos raios de luz e de esperança”. Como propostas “que levam a questionar a nossa própria existência e coexistência”, o director artístico sublinha a obra In Many Hands, da artista neozelandesa radicada na Bélgica, Kate McIntosh, que poderá ser vista a 19 e 20 de Outubro no Teatro Campo Alegre.

O evento arranca com o espectáculo Géologie D'Une Fable, da autoria da companhia libanesa Collectif Kahraba”, no Teatro Carlos Alberto (TeCA), a 11 e 12 de Outubro. A peça utiliza o barro para abordar a ligação ancestral à terra e à história comum da humanidade. Há ainda espectáculos que abordam o tema da resistência, como Prometeu, da Companhia Lafontan·Formas Animadas, de Portugal, no Teatro Rivoli, a 19 de Outubro; Dura Dita Dura, do Teatro de Ferro, no TeCA, a 16 e 17 de Outubro; e Aruna e a Arte de Bordar Inícios, uma estreia absoluta de Ainhoa Vidal, que decorre de 12 a 15 de Outubro no Teatro Campo Alegre. 

A programação conta ainda com a estreia nacional de Lullaby for Scavengers, uma peça da britânica Kim Nobla que aborda a desistência enquanto tema provocatório e que será exibida a 16 e 17 de Outubro no Rivoli. Sem esquecer, também, as estreias absolutas de Capital Canibal, da Sonoscopia/Teatro de Ferro no Teatro Rivoli, nos dias 12 e 13; Inacabados, da companhia Radar 360, a 19; e o novo trabalho da Limite Zero, Próxima Estação, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, nos dias 16 e 19 de Outubro. Ainda em Matosinhos, a italiana Marta Cuscunà vai trazer Sorry Boys, no dia 18 de Outubro, uma peça "que congrega a resistência, a existência e também uma forma de desistência criativa”.

Para quem gostaria de acompanhar a história dos 35 anos de vida do FIMP em imagens, a exposição “Fimpografias” vai mostrar os trabalhos fotográficos de Susana Neves, que dedicou uma década de trabalho ao festival. A mostra está disponível ao público entre 11 de Outubro e 10 de Novembro no Teatro Carlos Alberto.

O Festival Internacional de Marionetas do Porto vai pisar palcos clássicos como o Teatro Nacional São João, o Teatro Municipal do Porto e o Teatro do Bolhão, mas também o Jardim da Cordoaria, o Mosteiro de São Bento da Vitória e a estação de metro da Trindade. Em Matosinhos, estará no Teatro Constantino Nery. A programação completa pode ser consultada online, bem como a compra de bilhetes.

Vários locais (Porto e Matosinhos). 11 Out - 26 Out. 2,5€-10€.

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