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O antigo Cinema Batalha vai passar a adoptar a nomenclatura “Batalha Centro de Cinema”. A requalificação do edifício estará concluída até ao final deste ano e a abertura ao público deverá acontecer no início de 2022. A estratégia programática foi apresentada esta manhã por Rui Moreira e por Guilherme Blanc, que será o novo director artístico deste projecto vocacionado para pensar a cultura a partir do cinema.
O edifício do histórico Cinema Batalha, classificado como Monumento de Interesse Público, foi arrendado pela Câmara do Porto por um período de 25 anos – a família Neves Real, proprietária do edifício, não pretendeu vendê-lo. A empreitada correspondeu a um investimento municipal de aproximadamente 4 milhões de euros e teve início a 18 de Novembro de 2019. O projecto de arquitectura ficou a cargo do Atelier 15, de Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez.
Para além de duas salas de projecção preparadas para exibição de formatos digitais e analógicos – a Sala Grande com 341 lugares e a Sala Estúdio com 126 lugares –, o Batalha integrará um espaço de galeria de 65 metros quadrados dedicado às artes visuais, uma biblioteca especializada em cinema, uma mediateca dedicada ao património fílmico da cidade do Porto e um bar, que estará equipado para exibições e performances.
Este símbolo cultural da cidade terá como missão ser uma instituição “aberta, participada, estimulante e também divertida”, afirmou Rui Moreira, citado pelo site do município. Será um equipamento centrado na divulgação de correntes cinematográficas, cultura fílmica e investigação em cinema, para criar uma “relação expandida e crítica com os seus mais diversos públicos e agentes”.
O Batalha Centro de Cinema “não pretende ter a missão exclusiva de programar cinema histórico, ou dedicar-se a estreias de filmes que entram no circuito comercial, mas antes propor uma programação que estimule o conhecimento e fruição cultural através das múltiplas formas de fazer e pensar o cinema”, refere o novo director artístico Guilherme Blanc, que exercia funções de director artístico do Departamento de Arte Contemporânea e de Cinema na empresa municipal Ágora.
A missão estratégica do Batalha “será dar a conhecer obras e práticas fílmicas relevantes no cinema, introduzir debates e discursos contemporâneos através das múltiplas possibilidades estéticas e formais do cinema e da imagem em movimento”, além de disseminar obras sem canais de difusão em Portugal e estabelecer parcerias com os agentes programadores da cidade. O Batalha pretende ainda dar apoio à investigação no domínio da História do Cinema e do pensamento crítico sobre imagem em movimento, e promover acções de cruzamento disciplinar com outras artes, nomeadamente as visuais, através de projectos expositivos e performance.
Um dos pontos-chave do programa será a sua ligação com a comunidade, estando prevista "uma dimensão programática onde se trabalhe, em primeira linha, a inclusão social e cultural através do acesso ao cinema, passando isto pela educação, mas também pela criação de comunidades de cinefilia junto a diferentes grupos de diferentes identidades, demografias e culturas”, detalhou Guilherme Blanc. O Batalha apostará também em programas anuais de continuidade, acolhimentos, parcerias e sessões especiais.
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