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No mítico universo de James Bond, os vilões têm locais secretos – os villan lair – onde planeiam e colocam em prática os seus planos, com ajuda da melhor tecnologia. São espaços excêntricos, localizados em destinos igualmente exuberantes e ocultos. Na Foz do Douro, na Rua do Passeio Alegre, nasceu também um “esconderijo” à moda de Bond. Não de vilões, mas um espaço exclusivo que transforma o produto de luxo numa experiência de curadoria ao unir vários mundos. A Bondlair é a nova concept store do Porto, que junta bar, grab & go, comida do chef Rui Paula e uma boutique de moda masculina de marca própria.
O espaço foi criado pelo empresário Paulo Teixeira, que tem James Bond como uma das suas grandes referências. Quem entra na Bondlair identifica de imediato vários elementos alusivos a 007 – desde detalhes da mobília a fotografias e ao próprio símbolo do espaço. “Lair é esconderijo, neste caso é o covil de James Bond. Havia os Villain Lair, que eram dos vilões do James Bond, que tinham sempre umas casas incríveis em sítios incríveis; e o Bond lair era o sítio onde o Bond ia buscar os seus gadgets”, explica. O novo espaço abriu há cerca de um mês, foi inaugurado este sábado e está agora de portas abertas a todos.
Também aqui, com o mar mesmo em frente, há todo o tipo de gadgets para homem à venda. Mas, ainda antes de chegar a esta zona, a entrada da Bondlair é composta por um espaço de grab & go, com gelados artesanais, pastéis de nata, lobster rolls e bebidas para levar. Servem, sobretudo, os visitantes que todos os dias passam na zona da Foz.
Mais à frente, já dentro do espaço da Bondlair, está uma zona com duas longas mesas, onde os clientes podem provar comida feita pelo chef Rui Paula. Não se trata de um restaurante puro, explica o responsável, mas sim de um sítio para “conviver e comer algo mais leve e descontraído”. Na ementa, há pratos como brioche de lagosta (14€), brioche tártaro (13€), carpaccio de polvo (14€) ou salada César de camarão (15€), ideais para um almoço ou um jantar mais leve. Ao redor, há estantes preenchidas com vários produtos portugueses, desde vinhos a chocolate e azeite.
“Queria que esta parte fosse assegurada por alguém que tivesse provas dadas no mercado. O Rui Paula é um chef com duas estrelas Michelin, sabia que ia correr bem”, acrescenta. No futuro, o objectivo é que a Bondlair organize também jantares mensais temáticos e outros eventos neste espaço, que conta ainda com um bar onde o cliente pode descontrair e beber um copo. "O cliente começa por beber um aperitivo e, depois, em vez de ter que ir para o restaurante, fica aqui, dá-lhe a fome e tem sempre comida disponível. De repente, está aqui até à meia-noite, uma noite porreira, light e a conviver”.
Uma "man cave" com roupa exclusiva
Uns metros adiante, e separada por uma grande porta de vidro, está a loja da Bondlair, com roupa e acessórios para homem. É, como Paulo gosta de lhe chamar, uma espécie de “man cave”, um santuário para o homem que mostra que “o luxo não é apenas um produto, mas uma experiência com curadoria”. E todos os detalhes foram pensados ao pormenor. Há uma mesa de snooker transformada em mesa de trabalho e, claro, referências a James Bond, um provador que poderia ser uma sala individual só pela decoração exuberante, e vários quadros de inspirações masculinas, como Robert Redford, Kirk Douglas, John Wayne e Steve McQueen.
À venda, e produzidos pela própria Bondlair, há casacos, t-shirts, camisas, calças, underwear, sapatos e gravatas – tudo vendido apenas em loja física, uma vez que a prioridade é “a exclusividade de comprar aqui e de não haver em mais lado nenhum”. Nos acessórios, há parcerias com várias marcas, desde relógios a perfumes, capacetes e óculos.
A ideia de criar um projecto deste género surgiu em 2017, quando Paulo Teixeira percebeu que faltava um espaço para homens, uma marca de roupa que fosse ao encontro daquilo que o homem português, de classe média-alta, costuma usar e que ele próprio gostaria que existisse. “De há uns anos para cá comecei a perceber que nós, homens, somos muito fiéis a uma certa estética e não inventamos muito e, acima de tudo, não misturamos marcas”, explica. Paulo aproveitou o actual espaço, que integra a casa que comprou na zona e decidiu avançar. Apesar de ter encontrado alguns desafios pelo caminho, como a pandemia que veio "bloquear os planos", o empresário não desistiu de criar a Bondlair, que nasceu seis anos depois.
Paulo quis ir mais além e não ter apenas uma loja de roupa a ocupar este espaço com 240 metros quadrados. Para esta concept store, inspirou-se em modelos que viu, sobretudo em Paris, mas centrou-se mais no universo masculino. “Queria fazer uma coisa mais man cave, porque há muito pouca coisa para homem, e que pudesse ter umas colecções engraçadas, não só da minha marca, como outras”, explica. Quanto à sua marca de roupa, o objectivo era ter "clássicos renovados, com muito bom fit, muito bem estudado e com o preço certo”.
Rua do Passeio Alegre, 558 (Porto). Todos os dias, 10.00-20.00.
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