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Criar o Cale Lab surgiu como uma necessidade para as amigas Ana Brandão e Laura Crespo que, enquanto consumidoras, sentiam a "falta de uma plataforma que centralizasse várias marcas só deste sector", onde conseguissem "comparar produtos, preços e materiais", explicam. Juntas idealizaram uma plataforma online que agrega dezenas de pequenas marcas de moda portuguesas e que já está online.
A ideia não é de agora. Surgiu no ano passado, durante o início da pandemia, quando muitas destas marcas, que "vendem grande parte dos seus produtos em feiras e mercados, deixaram de existir". Então, Ana, uma profissional formada em Gestão e com um mestrado em Moda, decidiu apresentar a ideia a Laura, especializada em Design de Comunicação, e juntas candidataram-se a uma bolsa de apoio a startups. Conseguiram o financiamento e o resultado está agora online e à vista de todos.
"O Cale Lab é uma plataforma focada exclusivamente no sector de moda artesanal e portuguesa e também uma agência digital que potencia o crescimento das marcas deste sector", descrevem as fundadoras. Mas não é tudo, a missão do projecto também passa por "ser um laboratório onde as marcas consigam focar-se exclusivamente na criação de novos produtos, enquanto a nossa equipa apoia na restante estrutura que envolve uma marca", o Cale Lab Studio. Mas vamos por partes.
Para já, nesta plataforma online vai encontrar dezenas de marcas e criadores portugueses, que se focam na produção de roupa, carteiras, jóias e outros acessórios, maioritariamente para mulher. No entanto, é possível que, no futuro, também apostem em acessórios de decoração, mantendo sempre os critérios e valores do projecto.
O catálogo inclui marcas como a Mauy, D'Eunoia, Alma, Ninas e Hainoia. Foram escolhidas a dedo e existem alguns requisitos para fazer parte do Cale Lab. É necessário, por exemplo, que sejam de "origem nacional e/ou de produção artesanal, em pequenas quantidades e, por vezes, produzidas com excedentes de têxteis". Para Ana e Laura, é também necessário que os produtos façam sentido para o consumidor final.
A segunda vertente do projecto é o Cale Lab Studio, "uma agência digital que oferece serviços nas áreas de fotografia, vídeo, gestão de redes sociais, activação de marca e consultoria", contam. A ideia surgiu de uma lacuna que dizem existir na oferta de produção de conteúdos para marcas portuguesas e artesanais, estando disponíveis para as que vendem na plataforma, mas também para outras que estejam à procura apenas destes serviços.
Está ainda nos planos deste "laboratório" criar colaborações com artistas "externos, quer para a produção de material digital (vídeo, fotografia, entre outros), quer para a criação de colecções cápsula, em parceria com pequenos criadores e designers portugueses". Já existe uma disponível, à venda online. Trata-se de uma linha de apenas 30 lenços de seda, feitos com excedentes têxteis e pintados à mão pelo artista João Freitas.
As fundadoras do Cale Lab têm muitos planos para os próximos tempos, nomeadamente, colaborar com outros criativos e adicionar novas marcas ao catálogo – pode contar com novidades no início do próximo ano. Além disso, querem começar a fazer envios para o estrangeiro e aumentar a equipa. Neste momento, Ana Brandão e Laura Crespo são os únicos elementos da equipa fixa, trabalhando a partir do Porto e colaborando, pontualmente, com pessoas de diferentes áreas.
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