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Camané e Ricardo Ribeiro juntos no Porto: “Conhecemo-nos bem e as pessoas sentem isso”

‘Duas Vozes, Quatro Mãos’ junta Camané, Ricardo Ribeiro e os pianistas Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva no Coliseu do Porto, a 1 de Junho.

Ana Catarina Peixoto
Jornalista, Porto
"Duas Vozes, Quatro Mãos” é um concerto que junta Camané, Ricardo Ribeiro, Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva
DR"Duas Vozes, Quatro Mãos" é um concerto que junta Camané, Ricardo Ribeiro, Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva
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Depois da estreia em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, é a vez do Coliseu do Porto receber um encontro de amigos. “Duas Vozes, Quatro Mãos” é um concerto que junta em palco os fadistas Camané e Ricardo Ribeiro e os pianistas Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva e que vai ter lugar na sala mais emblemática da cidade do Porto, no dia 1 de Junho. Uma viagem intimista por várias histórias e imersa no fado, mas que vai também além dele. 

Há duetos, solos de piano e peças originais preparadas para este espectáculo, num entrosamento musical de vários estilos. "Queríamos um concerto que tivesse a componente do fado muito viva, mas que também tivesse outras coisas, cantadas e tocadas com a mesma verdade e a mesma intensidade. Temos dois grandes pianistas e compositores e ter só o nosso universo não fazia muito sentido. É uma comunhão destes universos eles ligados ao jazz e à música improvisada, mas sendo muito portugueses, o que os traz também para o fado de uma forma muito lúcida e honesta", começa por explicar à Time Out Ricardo Ribeiro, que este ano conquistou o prémio PLAY de melhor álbum de fado, com Terra que Vale o Céu.

No repertório estão vários dos fados tradicionais de Ricardo Ribeiro e de Camané, bem como trabalhos originais pensados para este espectáculo, como "Fado Choro", uma peça composta por Mário Laginha a dois pianos. Os dois fadistas e ambos os pianistas já trabalharam juntos, inclusive na gravação dos discos Aqui Está-se Sossegado Respeitosa Mente, ambos editados em 2019. A ideia de um concerto com duas vozes e quatro mãos partiu do manager Alfredo Almeida. “São visões diferentes do fado, mas que se complementam muito bem”, acrescenta Camané.

Espectáculo "Duas Vozes Quatro Mãos", de Camané, João Paulo Esteves da Silva, Mário Laginha e Ricardo Ribeiro no Coliseu de Lisboa
Marisa CardosoO espectáculo "Duas Vozes Quatro Mãos" também aconteceu no Coliseu de Lisboa, em dezembro do ano passado

Em palco, dois pianos e uma mesa compõem o cenário e os músicos vão trocando histórias e experiências, com um fio condutor que liga todos os temas: “Quando se está mais atento ao que se está a passar em termos poéticos, percebemos que vamos desfiando histórias – eu as minhas histórias e o Camané as dele. Ele ouve a minha história e eu a dele e, por sua vez, o público ouve a história de ambos", sublinha Ricardo Ribeiro.

O concerto, acrescenta Camané, será como um encontro de amigos em palco e com o público incluído: "Cada um de nós gere os seus projectos individuais e, de vez em quando, encontramo-nos. É óptimo”. E, para Ricardo Ribeiro, este é um dos aspectos mais especiais do espectáculo: “Há uma admiração natural e amizade uns pelos outros, uma coisa que não é forçada, e isso reflecte-se para o público e dá um encanto muito particular e especial ao espectáculo e à música. Essa é uma das partes que a mim mais me fascina. Nós conhecemo-nos todos muito bem e as pessoas sentem isso, por isso é que é um concerto especial”. Será um momento de partilha e sem qualquer tipo de competição – até porque "isso só estraga a música", alerta o fadista.

O concerto, acrescentam, ganha outro significado por ser no Porto, com um público “muito efusivo, caloroso e extrovertido”, e também por se realizar num palco como o do Coliseu. “Os coliseus são sempre salas muito emblemáticas, cheias de história e quando um tipo pisa aqueles palcos tem sempre uma sensação de responsabilidade para fazer uma coisa muito boa. Não quer dizer que isso não aconteça nos outros sítios, mas é pelo peso, pela carga histórica que essas salas têm. E isso também nos traz muito entusiasmo e muitas ganas para cantar”.

Rua de Passos Manuel, 195 (Porto). 1 Jun, Sab, 21.00. 25€-45€

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