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Camilo Castelo Branco viveu nesta casa, em Famalicão, durante cerca de 26 anos. Aqui chegou por amor, aqui escreveu, viveu com a família e aqui pôs termo à vida. A Casa de São Miguel de Seide, conhecida como Casa de Camilo, é a mais emblemática memória viva do maior escritor do romantismo português. No dia 16 de Março, em que se assinalam os 197 anos do romancista, serão inauguradas as obras de renovação e restauro, que arrancaram em Janeiro de 2021.
Com um investimento de cerca de 320 mil euros, as obras visaram a remodelação, ampliação e arranjos exteriores da Casa de Camilo. “O restauro da casa dos caseiros e a renovação da quinta irá permitir, não só oferecer aos visitantes um cenário tão semelhante quanto o que Camilo viveu, mas também permitir que com essas novas infra-estruturas possamos diversificar ainda mais a oferta educativa e pedagógica”, explica o director da Casa de Camilo, José Manuel de Oliveira, citado no site do Município de Famalicão.
A Casa dos Caseiros terá duas valências essenciais: uma dedicada aos serviços educativos e outra composta por uma cozinha, que possibilitará servir "refeições com ementa camiliana". Haverá, ainda, um novo espaço constituído por um sequeiro e logradouro para o desenvolvimento de actividades do quotidiano oitocentista.
A empreitada está inserida na candidatura «Rota Camilo: Valorização da Casa-Museu e Cemitério da Lapa», aprovada no âmbito do programa operacional Norte 2020, sendo co-financiada através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Para além deste projecto, a candidatura apresentada em conjunto com a Venerável Irmandade da Lapa, no Porto, prevê ainda a qualificação do Cemitério da Lapa, onde se encontra o jazigo que guarda os restos mortais de Camilo.
A casa de São Miguel de Seide foi mandada construir por Pinheiro Alves, primeiro marido de Ana Plácido, por volta de 1830. Quando Pinheiro Alves morreu, em 1863, Camilo mudou-se para a propriedade com a sua amada. Os dois escritores aqui viveram cerca de 26 anos, até ao suicídio de Camilo, em 1890. A casa foi destruída por um incêndio em 1915 e posteriormente reconstruída e transformada em museu camiliano em 1922. Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1978. Em 2005, por ocasião dos 115 anos da morte do escritor, foi inaugurado o Centro de Estudos Camilianos, da autoria do arquitecto Álvaro Siza Vieira.
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