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Conhecer e compreender a arte contemporânea do século XX português torna-se mais fácil com a mostra Cintilações, onde brilham trabalhos de 18 nomes incontornáveis na história da arte nacional, de acordo com Miguel von Hafe Pérez, curador do evento. Das 24 peças expostas, de autores como Almada Negreiros, Álvaro Lapa, Amadeo Souza-Cardoso, Júlio Pomar, Júlio Resende, Manuel Rosa e Paula Rego, apenas uma não foi criada por um artista de nacionalidade portuguesa. Falamos-lhe de Portrait de Vieira (1946), do húngaro Arpad Szenes, que entra na exibição por ser “um dos mais pungentes retratos” da pintora Vieira da Silva. A peça, concebida pelo marido da artista, é, portanto, “portuguesa pelo tema”, conclui von Hafe Pérez.
Ao visitar Cintilações, o público vai embarcar numa viagem que percorre 100 anos de “expressões, técnicas e recursos impactantes”, resultado “de um apanhado excepcional de uma a três obras por cada década do século XX”, cujas “reverberações dos diálogos, agora estabelecidos, apontam para uma leitura por vezes inesperada de linhas de continuidade e ruptura que se cruzam em inédita vizinhança”, explica o crítico. A Saloia (1929) de Jorge Barradas, La Cage aux Oiseux (1948) de Vieira da Silva e Graça Abril (1974) de Júlio Pomar são algumas das peças – raramente exibidas – que vai poder admirar nesta exposição, construída a partir do acervo pessoal do engenheiro Ilídio Pinho e da sua fundação.
A mostra pode ser apreciada de segunda-feira a domingo, entre as 10.00 e as 19.00, no Espaço João Espregueira Mendes, instalado no Museu FC Porto. Tem até dia 28 de Fevereiro para a visitar.